Parece pegadinha de primeiro de abril, mas não é. Maurício de Souza mostrou mais uma vez que tem faro para os negócios ao pegar carona na popularização das raves. O resultado pode ser conferido na edição de agosto do gibi do Chico Bento. Nesta edição, a história que estampa a capa se chama “Causando na Roça”, e aborda o choque entre as culturas do campo e da cidade quando o assunto é diversão.
Para poder fazer um relato mais preciso, fui até a banca mais próxima e comprei um exemplar:
[ ATENÇÃO – se você não quiser saber de toda a história, pare de ler aqui – ]
Tudo começa com Chico elogiando a paz e tranquilidade do campo, onde não há nada melhor para fazer do que pescar ouvindo o canto dos passarinhos. Até que chega a Denise, menina da cidade, acabando com o sossego de Chico. Logo descobrimos que Denise está ali para fazer uma rave de aniversário para o primo de Chico Bento.
Depois de vários desentendimentos e explicações, Chico é convencido pela “Dinisi” a ajudar na organização da tal “reiva”, embora não entenda muito bem o que está acontecendo, nem por que precisa arranjar 15 “banhêra química” para a festa. Para ele, tudo parece muito mais uma festa à fantasia, pois as meninas estão “vestidas como o Curupira“, os meninos com “chapéu de pescador” e todos dançam de modo estranho, parecendo “com u jeito que a Vó Dita faiz quando tá com dor nos osso“.
A festa segue e nem a chuva atrapalha, pois como ensina Denise “rave de verdade é assim mesmo Chico, a gente dança até na lama“.
Após várias confusões, a festa acaba à moda caipira na casa de Chico Bento, com pé-de-moleque, pipoca e broa de milho, embora a Denise já cogite a possibilidade de fazer uma “Pool Party” na cachoeira…. O gibi ainda está nas bancas e custa R$ 3,20. Vale a pena pela nostalgia, pelas risadas e para nos darmos conta do quanto uma cena que começou praticamente clandestina, em poucos anos já faz parte até mesmo do mundo das crianças.
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Fiquei sabendo do gibi lendo os Melhores do Mundo