Dando sequencia à lista das tracks preferidas do ano para o pessoal do Psicodelia, hoje foi a vez de Mohajar escolher o seu top 10.Seguindo com o especial de fim de ano do Psicodelia, chegou a minha vez de listar os 10 melhores lançamentos do ano na música eletrônica. Por se tratar de uma lista estritamente pessoal, entendam que não considerei quesitos como relevância para a cena, vendas no Beatport, estilos que não aprecio, o único critério utilizado na formação deste Top 10 foi o meu gosto. Sem mais delongas, seguem os eleitos: 10. Perfect Stranger – Prata Da Casa Para iniciar, uma prata da casa das raves comerciais do Brasil: Perfect Stranger. Com uma atmosfera que não ficou devendo nada ao excelente álbum Free Cloud, Prata da Casa faz uma intersecção perfeita entre o progressivo e o techno. O EP contou ainda com o remix de Spektre e Riktam & Bansi, sendo que este segundo chega a ser melhor que o original mix, com uma intro e um break extremamente hipnóticos.
9. Vitalic – Flashmob (Popof Remix) Ao mesmo tempo que Popof teve um ano repleto de releases excelentes (sendo que a escolha do nosso amigo Raicoski não está entre eles 😉 ), ficou difícil eleger um deles como destaque. Mas vasculhando lá no comecinho de 2010, encontrei esta bomba. Flashmob é um dos minimal techs que mais torceram minha coluna neste ano e merece estar na lista!
8. Boris Brejcha – My Name Is Quem me conhece sabe que sempre fui um hater do minimal goteirinha de Boris Brejcha. Bem, em 2010 ele começou a quebrar minha barreira com o disco My Name Is. A apresentação de mais de 3 horas no Danghai Club em agosto foi memorável e, para minha felicidade, mostrou que o alemão está cada vez mais pisando no terreno do techno pesado. A música My Name Is foi a abertura do set na XXXperience Curitiba deste ano e é a coroação desta nova fase do careca maluco.
7. Duoteque – Adyra Se eu fosse eleger uma decepção para 2010, não tenho dúvidas que o líder da lista seria Dusty Kid. De um techno doente, pesado e extremamente criativo, o italiano migrou para uma linha de tech house maçante e sem graça, com músicas que sequer consigo ouvir até o fim. Porém, um único release do ano manteve a linha antiga, figurou em sets meus por um bom tempo e ganhou espaço nesta lista. Adyra é do projeto Duoteque, sua colaboração com Andrea Ferlin, tem uma levada muito semelhante ao clássico Tsunamy e ficou em sétimo lugar.
6. Marc Houle – Drift E já que estamos falando de produtores com problemas mentais, não podia faltar Marc Houle, o rei do techno doente, figura carimbada do selo M_nus e melhor apresentação da XXXperience 14 anos. Drift é um som perturbador e dançante, como só Houle sabe fazer. Abaixo, clipe oficial da música. Recomendo headphones potentes!
5. Gabe feat. Barbatuques – Tudo Vem E pra não dizerem que sou cruel com o tech house, vamos citar a exceção à regra. Tudo Vem é a melhor tentativa até o momento de fazer uma música eletrônica genuínamente brasileira sem ser clichê. Com participação dos Barbatuques e seus sons corporais, a música ficou agradável e dançante, fugindo da repetição infinita de percussões e vocais de pacotes de sample manjados que 98% dos tech houses do mundo apresentam. Ao brasileiro, a quinta posição.
4. Trentemoller – Sycamore Feeling A partir de agora, começaremos a adentrar o Olimpo da música eletrônica. Trentemoller é o grande responsável por eu ter me apaixonado por música eletrônica e adentrado nesse mundo sem volta, graças ao seu memorável Essential Mix de 2006. Desde então, seus releases que perambulam entre o deep house, o techno melódico, o breakbeat e uma diversidade de estilos tem sido uma bomba maior que a outra. Em 2010, o EP Sycamore Feeling convenceu não só pela qualidade do original mix, mas também por dois remixers de peso que colaboraram: Thomas Schumacher e Gui Boratto. Difícil eleger qual dos três é melhor, mas elegi a versão do brasileiro para ilustrar a quarta posição do meu top.
3. Deadmau5 – Some Chords Para começar o pódio, é claro que não podia faltar algo do mais relevante produtor da cena eletrônica não-pop (leia-se: desconsiderando David Guetta). O recém-lançado álbum 4×4=12 é uma salada de experimentações, mas é a primeira música (que já havia saido em EP no meio do ano) que merece destaque. Some Chords foi a abertura de 11 em cada 10 sets de rave neste ano, chegando ao ponto de Victor Ruiz e GMS abrirem seus lives na mesma festa com versões desta música. Medalha de bronze para o ratão canadense, que nos surpreende a cada ano que passa!
2. Marc Romboy & Stephan Bodzin – Triton Top meu sem Romboy e Bodzin podem ter certeza que é fake, portanto, a medalha de prata para a dupla é mais do que óbvia aqui. Com a expectativa a mil para o lançamento do álbum duplo Luna, os alemãos soltaram a bomba Triton no mês passado, que inclusive rendeu um dos meus primeiros posts aqui no Psicodelia. Lá eu falo tudo sobre a track, que foi remixada pelo Gaiser também. Aqui, deixo que ela fale por si só.
1. Massive Attack – Paradise Circus (Gui Boratto Remix) E, para a surpresa de muitos, a minha medalha de ouro entrego para Paradise Circus, belíssima música do Massive Attack remixada por Gui Boratto. Essa faixa encanta qualquer um que ouça, até o maior hater de música eletrônica que você conheça. Com uma levada viajante, sensual e romântica, até o próprio Gui admite que é o melhor remix que ele fez em sua vida. Foi figura constantes em meus sets, tanto que fiz um clipe para fazer parte das apresentações audio-visuais, que ilustra o topo da lista. Como diriam os twitteiros, #MFS!