Entrevista: DJ Feio

Publicado em 15/09/2014 - Por Marina Tavares

Marina – Quando foi o seu primeiro contato com a música eletrônica e como isso se tornou algo a mais em sua vida?

DJ Feio – Foi através de um amigo que tinha voltado de Goa, Índia… Rolou uma festinha no condomínio 2.000, na praia de Maresias, litoral norte paulista, e desde então, eu fiquei apaixonado pela música eletrônica… A minha vida foi literalmente alterada, eu saí do meu trabalho de Sportswear Designer, na Hang Loose, para me tornar DJ e organizador de festas.

 

Marina – Como foi o início da sua carreira?

DJ Feio – Difícil, como em qualquer outra profissão… Por isso, eu peguei carona na festa que o Rica Amaral, e mais um grupo de amigos havia criado, a XXXperience, onde me tornei sócio, e com a festa, eu pude mostrar ao Brasil a minha arte como DJ.

 

Marina – Quem foram as suas influências?

DJ Feio – Na época, não existia muitas referências, mas, eu gostava de Progressive Trance Europeu, Paul Van Dyke, entre outros… Somente depois, eu fui infectado pelo som Psychedelic Trance, seguindo a carreira de DJ, com reconhecimento mundial.

Hoje em dia, além do Psychedelic Trance, eu também toco Bass/ Garage-House.

 

Marina – Quais são os seus três álbuns favoritos de todos os tempos?

DJ Feio – Os álbuns, eu realmente não me recordo, mas, me marcaram muito os quatro selos que fui patrocinado durante todos esses anos, Flying Rhino, Tip Records, Compact, e Chemical Crew.

 

Marina – Você faz parte da história e evolução da cena eletrônica nacional. Em sua opnião, como ela anda atualmente?

DJ Feio – Eu resumo em uma única palavra, ‘troca’! No Brasil, tudo é feito em termos de troca, do tipo, ” Eu toco em sua festa e você toca na minha”, isso já se tornou uma pratica tão normal, que, as pessoas nem percebem isso, só mesmo quem é DJ e tem talento, mas não consegue tocar em nenhum lugar, porque não tem nada em ‘troca’ para oferecer.

 

Marina – Em 2007 você entrou para a história da XXXperience, um dos eventos mais tradicionais do Brasil. Conte-nos um pouco sobre isso.

DJ Feio – A história se resume em estar na hora certa e no momento certo, pois, havia (ou não), muitas festas Open Air quando começamos… Éramos bem integrados à festa, sempre estávamos presentes, enfim, foi uma época de ouro, que, infelizmente não voltará mais.

 

Marina – Como foi tocar na 15° edição do Festival Alternativo do Kranti?

DJ Feio – Esse festival foi praticamente criado por mim, Rica, Kranti, Coy, Badui, Bob, o pessoal local, amigos do Kranti na época, Juarez, Ekanta, e outros que não me recordo os nomes… Então, naturalmente, esse festival é o meu xodó, e espero que ele continue assim, mantendo as raízes, e sendo o meu ‘viagra natural’, me deixando com muito prazer e tesão de estar tocando nele, e reencontrando os amigos, e as belezas naturais de Alto Paraíso.

Marina – Qual foi a apresentação que mais te marcou?

DJ Feio – Não existe nenhuma apresentação que tenha marcado mais do que a outra, mas, acredito que a XXXperience 10 anos, em frente 30.000 pessoas, foi realmente emocionante!

 

Marina – Já aconteceu algum fato engraçado quando você estava tocando?

DJ Feio – Uma vez, um cara dançando na pista, se empolgou tanto, que acabou caindo em cima da mesa, com os CDJs e o mixer, e acabou desligando tudo, foi em Curitiba. Logicamente, as festas eram mais simples e menores.

 

Marina – Gostaria de deixar uma mensagem para os seus fãs?

DJ Feio – Gostaria que as pessoas fossem às festas, pelo fato de quererem ouvir e curtir boa música, com bons DJs, e não ir em festas fakes, que existem aos montes por aí… Fiquem ligados!

 

Conheça mais sobre o artista:

https://www.facebook.com/DjFeioLuizSala

https://soundcloud.com/djfeio

 

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