Entrevista: Earthspace

Publicado em 23/04/2014 - Por Marina Tavares

Marina – Quando foi o seu primeiro contato com a música eletrônica e como isso se tornou algo a mais em sua vida?

Earthspace – Para falar do meu primeiro contato com a música eletrônica, tenho que falar do meu envolvimento com a música em si, que começou bem cedo, aos nove anos, com um CD do Nirvana. Eu sempre fui apaixonado por Rock N' Roll, quem me conhece sabe das minhas raízes. Toquei guitarra em algumas bandas, mas sempre procurei conhecer e aprender outros instrumentos. Eu me lembro que chegou um período em que estava realizando grandes pesquisas por bandas de Rock Progressivo, que acabou me levando um pouco mais a fundo. Com o Rock Psicodélico dos anos 60, e em meio a tanta procura, surgiu o nome Psy Trance. Na época, eu tinha 15 anos, e isso realmente me marcou… Vi que queria aprender como fazer aquela música, que possuía uma textura e conceito musicalmente falando, que até então, eu não havia encontrado em nenhum outro gênero. Eu acabei comprando um computador barato, e a partir desse momento, começou essa relação que já dura quase 10 anos.

 

Marina – Como foi o início do Earthspace?

Earthspace – Como mencionei anteriormente, eu já tinha um certo envolvimento com a música, e outros instrumentos em geral. A partir do momento em que comecei a frequentar eventos de música eletrônica, passei a sentir a necessidade de dar um passo além, e tentar transparecer as minhas ideias através da música, isso foi em 2005. Até que eu conheci um grande parceiro, Lucas Donadel, e começamos o projeto Earthspace juntos, mas, pouco tempo depois, por conta de trabalhos e correrias individuais, cada um foi para o seu lugar, e eu continuei o projeto sozinho, e estou ai até hoje. O Lucas está começando a caminhar com o seu live, chamado Krusher, vale a pena conferir! 

 

Marina – Quem foram as suas influências?

Earthspace – Falar de influências é bem complicado, pois, tudo me influência, na verdade, desde outros artistas, até o caos da cidade. Amo o barulho de carros transitando, pessoas falando, britadeiras em meio de ruas e obras. Estamos inseridos em uma orquestra caótica, se é que você me entende. Acho o urbano uma grande influência em meu trabalho e vida, o que pode parecer até estranho, mas é verdade. Mas, quando falamos de artistas que me influenciaram, e que continuam me influenciando, temos o Infected Mushroom, Rinkadink, Lucas O'Brien, Earthling, Pedrão, e o meu grande parceiro de trabalho Shekinah. Estes são alguns nomes que eu posso citar como grandes inspirações!

 

Marina – Defina a sua música em três palavras.

Earthspace – Psicodélica, psicodélica, e psicodélica. Eu não sou muito fã de definições e rótulos, mas o que eu faço é música psicodélica (risos).

 

Marina – Como foi tocar no Universo Paralello 2013/14?

Earthspace – Sem sombra de dúvidas, essa edição foi emocionante! Eu já tinha me apresentando no UP 2011/12, na pista 303, mas, este ano foi muito especial! Tocar no Main Stage é o sonho de todos que trabalham sério, e almejam aquele paraíso, que é a Bahia. Foi muito marcante, pois, foi na primeira manhã da pista principal. Foi surreal ver a energia de todos por lá!

 

Marina – Qual foi a apresentação que mais te marcou?

Earthspace – É difícil escolher apenas uma… Cada apresentação tem a sua importância, mas posso citar este ano o Universo Paralello. Foi uma realização estar lá, comandando a pista principal durante uma hora, pois, quando comecei a produzir, eu assistia aos vídeos do festival, e sempre tive em mente, um dia estar lá também, e aconteceu! À medida que eu fui tocando, passou um filme em minha cabeça, de toda a minha caminhada, das pessoas que conheci, e dos momentos que vivi, enfim, de tudo que a música e o Earthspace estão me proporcionando.

 

Marina – Em sua opinião, como anda a cena eletrônica brasileira?

Earthspace – Hoje em dia, temos uma cena bastante diversificada no Brasil… Temos festas que agradam a todos os públicos, desde aqueles que amam sons mais Undergrounds, até aqueles que gostam de sons e festas mais comerciais. Isto não quer dizer que é fácil para nós artistas, mas, ter espaço, tem sim, cabe ao artista estar sempre buscando mostrar o melhor de seu trabalho. Possuímos núcleos, festas, e festivais de qualidade, com bastante gente séria envolvida, e posso dizer que no Brasil, temos uma cena com um calendário de festas bastante recheado, desde eventos magníficos, até não tão bons, como em qualquer local do planeta, é natural. 

 

Marina – Quais são os seus hobbies quando você não está produzindo ou tocando?

Earthspace – Sou cinéfilo, e faço faculdade de audiovisual, então, sem dúvidas, o meu maior hobbie é assistir filmes e documentários. Eu gosto bastante de ler livros também. O tempo livre que eu tenho nos finais de semana, eu prefiro ficar em casa, com a família e a namorada.

 

Marina – Quais são as novidades em relação a turnês e lançamentos?

Earthspace – Tem bastante coisa nova a caminho em relação a turnês… Agora no início de maio, estou embarcando para o México, para me apresentar em um grande festival chamado “Aeon Gathering”, que conta com alguns dos maiores nomes do Psy Trance mundial da atualidade. Aqui no Brasil, a agenda está cheia, eu não tenho do que reclamar, pois, estarei passando do norte ao sul do país. Em julho, eu estarei embarcando para a segunda turnê na Europa, e neste ano, irei me apresentar no gigante Ozora Festival, na Hungria; Wonderland Festival, na Alemanha; Sonica Festival, na Itália; e em outras festas menores, inclusive na Bélgica. Já em relação a lançamentos, também tem muitas novidades… Eu estou preparando um super ep “Earthspace & Labirinto”, para sair pela gravadora brasileira Mosaico Records, tenho feito muitos versus e remixes de artistas do nosso globo, que, em breve, estarão disponíveis pela Zero1 Records, Kundalini Records, Solar Tech Records, 24/7 Records, Blacklite Records, Maharetta Recods, e Antu Records. Então, acompanhe o meu trabalho, eu sempre estarei atualizando as novidades.

 

Marina – Para finalizar, deixe uma mensagem para os seus fãs.

Earthspace – Gostaria de agradecer a todos por todo o suporte e carinho nesses últimos anos… É de uma alegria sem tamanho levar a minha música do norte ao sul do país, e proporcionar sorrisos e alegrias, e o melhor, é sempre ter um retorno após alguma apresentação, durante semanas, ou até mesmo meses depois, com alguém lembrando o dia em que me ouviu ao vivo. A música que faço é para vocês, com amor e seriedade. Continuem acompanhando o meu trabalho, e podem ter a certeza de que, estarei ansioso para encontrá-los, em breve, em alguma pista do nosso país.

 

Conheça mais sobre o artista:

https://www.facebook.com/earthspace.live.br

http://www.soundcloud.com/earthspacelive

https://www.youtube.com/user/earthspacebr

 

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