Entrevista: Zonka - Psicodelia.org

Marina – Quando foi o seu primeiro contato com a música eletrônica e como isso se tornou algo a mais em sua vida?

Zonka – Tudo começou como brincadeira, eu tinha treze anos, e comecei a mexer com música… Eu e mais um grupo de primos, criamos uma empresa que cobria eventos, festas de 15 anos, então o gosto por mixar começou a me interessar muito… Um dos meus primos me apresentou a música eletrônica, com um dos CD’s da Global Underground. Eu fique apaixonado, e comecei a estudar produção de música eletrônica e engenheira em áudio, no México.

Marina – Como foi o início da sua carreira e do projeto Zonka?

Zonka – O início foi devagar, porque eu tinha outro projeto chamado Zolarium, então quase não prestava atenção, às vezes, fazia um som mais ou menos, sem muita ideia de lançamento. Eu tive mais tempo depois de ter lançado o álbum do Zolarium, somente então, tive dedicação para focar de vez no projeto Zonka, e poder alcançar desta forma a qualidade da música.

Marina – Quem foram as suas influências?

Zonka – As minha influências foram todas da época do Progressive House,Tribal House,Tech House… Até que conheci o que era uma festa rave ao ar livre, está energia que só uma festa lhe proporciona… Além da música que era mais acelerada, tinha este efeito que gerava muitas coisas em minha cabeça. No mesmo momento, eu comecei a sentir o que realmente era a psicodelia pura!

Marina – Como surgiu a parceria com Jesse Blue Grow e o Helber Gun?

Zonka – O Helber Gun foi uma coisa do destino… Nós conhecemos no México, e encontravamos em algumas festas… Em 2009, nós tocamos em um festival na Europa, com os nossos antigos projetos, então quando voltamos ao México, decidimos marcar para fazermos um som. As ideias bateram tanto que, hoje em dia, ele é o meu melhor amigo, sócio, e juntos temos um sonho muito importante!

Marina – Quais são os seus três albuns favoritos de todos os tempos?

Zonka – 1- Rumble Pack – Packed and Ready

2 – Zolarium – Prototype

3 – Insane Creation – Filestyle

Marina – Como foi tocar no primeiro dia do ano no Universo Paralello 12?

Zonka – Tocar nessa edição foi muito especial, porque foi a primeira vez que o Helber Gun tocou no Brasil com os 2 integrantes, além de ser um dos momentos em que a galera estava mais conectada, por ser o dia 1° de janeiro… Para falar a verdade, antes de subir no palco, eu estava com aquele frio na barriga, de ver tantas pessoas aguardando a gente tocar, foi muito lindo e especial para mim, sem dúvida, um dos dias mais especiais da minha vida, pessoal e professional!

Marina – Como foi tocar na 15° edição do Samsara Festival?

Zonka – Tocar nessa edição foi muito bom, poder curtir esta pista tão mística da cena eletrônica brasileira, uma das pistas mais lindas em que já toquei aqui, e um festival com uma energia inexplicável… Somente pode entender quem curte e conhece sobre música no Brasil!

Marina – Quais são as diferenças entre a cena eletrônica no México e no Brasil?

Zonka – A resposta é muito simples, infelizmente, no México, nós perdemos um pouco da cena Trance, que hoje em dia no Brasil, é diferencial no mundo inteiro, por sua energia nas pistas. Existem muitas festas incríveis, algumas ruins, mas para o povo brasileiro, é muito simples ter diversão em um mesmo final de semana. O Brasil é gigantesco, e a sua cena é muito diversa!

Marina – Se você pudesse escolher qualquer lugar para tocar no mundo, qual seria?

Zonka – A Grécia, a cena lá é mágica, com um povo mais conhecedor, que ama o bom som, é uma das minhas favoritas! Também tenho muita vontade de tocar na Austrália e África do Sul… O Japão é um lugar que tenho um carinho especial, pelo jeito de ser dos japoneses, tem sido inesquecível!

Marina – Quais são os seus hobbies quando você não está produzindo ou tocando?

Zonka – Os meus hobbies são: praticar e assistir esportes, o meu favorito é futebol americano. Nada ligado a música… Eu adoro sair para comer comida cantonesa!

Marina – Quais são as novidades em relação à produções e lançamentos?

Zonka – Eu estou trabalhando em meu novo álbum no estúdio, que será lançado pela gravadora On Music, no ano que vem.

Também estou focado em meu projeto Helber Gun, com várias novidades, EP’s, compilações, e o nosso primeiro álbum no estúdio, que será lançado pela Iono Music.

Marina – Você gostaria de deixar um recado para os seus fãs?

Zonka – Alguns chamam isto de sorte, é porque eles não entendem o que é sacrifício! Eles não estão dispostos a dedicar vinte horas do seu dia, dia após dia… Eles não estão dispostas a gastar o seu tempo, confinados em paredes, quando existe tanta coisa acontecendo lá fora… Eles não estão dispostos a desistir da gratificação instantânea, para a vida longa de satisfação… Para aqueles que entendem o que isto significa, o sacrifício, realmente se dedicar 100% em algo, esta entrevista é para vocês! Eu passei quase um ano, em que tive que desistir de relacionamentos, festas de aniversários, noites fora de casa, apenas para sentar ou olhar para o teto, pensando e planejando projetos… E sabe o que mais, eu faria tudo novamente! Porque quando você começar, você irá ver, quando se acredita em algo, não existe nada que possa mudar a sua crença!