O Psicodelia Sessions chega à sua 12ª edição com um duo brasileiro que vem se destacando muito no país todo: trata-se do Luthier. Para quem não sabe como funciona o podcast, a cada edição convidamos um DJ para responder uma breve entrevista e, em seguida, apresentar seu som em um set de 1 a 2 horas. Ao longo de 2012 nós já tivemos D-Nox, Element, Eli Iwasa, Roy RosenfelD, entre outros. Para dar início à temporada 2013, Rômulo e Thiago bateram um papo conosco, e apresentaram um set exclusivo para o site.
Mohamad: Thiago, Rômulo, tudo bem? Antes de mais nada, vamos apresentar vocês dois individualmente ao público. Vocês poderiam falar um pouco da vida pré-Luthier no mundo da música? Como tiveram contato com a EDM pela primeira vez? como decidiram virar DJs?
Thiago: Eu comecei minha carreira musical aos 14 anos como guitarrista solo e tive algumas bandas de rock. Aos 16 anos conheci a música eletrônica indo em algumas festas que aconteciam na minha cidade, foi aí que comecei a me interessar e conhecer as vertentes da música eletrônica. Dois anos após conhecer o estilo, decidi produzir algumas coisas que me agradavam usando o programa Fruity Loops e mais tarde o Cubase. Com isso surgiu a ideia de virar Dj, para poder tocar as minhas músicas e ver como a galera reagia.
Rômulo: Sempre me interessei pela boa música mais como ouvinte, com 13 anos eu tinha um amigo que era Dj de festas de 15 anos e afins, sempre acompanhava ele nas festas e tambem ajudava na montagem e mixagem. Acho que esse foi o ponto inicial em querer lidar com público. Meu primeiro contato com música eletrônica foi em 2000, quando conheci alguns amigos que curtiam Hard Techno, Acid House e Trance. Foram os primeiros estilos que fizeram me interessar pela música eletrônica. 1 ano depois decidi ir em algumas festas que rolavam na minha cidade, mas nem tudo que tocavam me agradava, foi então que decidi começar a fazer as minhas próprias músicas. O problema é que ninguem tocava minhas músicas, pois ainda não eram tão boas. Então por volta de 2003 decidi virar Dj para poder apresentar as minhas músicas, assim pude perceber o que estava errando ou acertando na produção.
Mohamad: E a parceria, surgiu quando?
Luthier: Ha 11 anos, pouco tempo depois de nos conhecer começamos a trocar informações sobre músicas, softwares e plugins, dai surgiu a idéia de juntarmos nossos conhecimentos e fazer um projeto, claro que nao levávamos muito a serio, era como um hobby, mas com o tempo fomos vendo que tínhamos uma certa afinidade musical e com alguns reconhecimentos de trabalhos que fizemos, acabamos decidindo levar a sério. Tivemos alguns projetos antes de lançar o Luthier, passeamos bastante em alguns estilos até encontrar o que mais nos agradou, Techno e House.
M: O nome Luthier, tem algum significado especial?
L: Sim, Luthier é uma palavra francesa. O Luthier e um especialista em reparo e construção de instrumentos de corda personalizado, é um artesão. Ja tínhamos a idéia de botar esse nome, pois além de acharmos um nome interessante e único, podemos ser interpretado algo como especialista ou “artesãos” do Techno e House. Também e uma homenagem ao bisavô do Thiago que foi o melhor Luthier de banjo do Brasil.
M: Apesar de terem iniciado o projeto recentemente, vocês já gozam de um sucesso que poucos conseguem em tão pouco tempo. O que vocês acham que foi determinante para isso?
L: Certamente foi a experiência. A passagem que tivemos por outros projetos nos fez ganhar muito conhecimento, além do estudo que fizemos sobre o estilo ate chegar onde nos agradasse, claro que a gente nunca está 100% satisfeito, mas acho que é isso que nos faz evoluir constantemente.
M: O público do club e do open air é bem diferente, e são poucos os artistas que conseguem agradar ambos. Vendo a agenda do Luthier, vejo que vocês conquistaram ambos. Como é a preparação para um set em um club e para um set em um grande festival, como Soul Vision por exemplo?
L: Depende muito, temos um som bastante flexível para ambos os públicos, mas nunca deixamos pré feita uma seleção musical, é sempre uma surpresa a pista ou público que vamos encontrar na hora. No Soul Vision, por exemplo, o nosso horário para tocar era as 5h da tarde entre djs de tech-house, mas acabou que mudamos nosso horário para as 10h da noite para tocar entre Kanio (Techno) e Fabo (Deep House), entao tivemos que ser bem flexíveis, claro com limites porque temos uma característica no nosso som, mas temos a preocupação em dar um seguimento na pista.
M: Vocês já estão conquistando espaço no exterior com as produções. E na parte de DJing, existem planos de uma tour internacional?
L: Sim, ano passado fizemos 2 tours, tocamos no Mexico e Alemanha. Esse ano já voltamos ao Mexico novamente. Agora estamos planejando passar por países como: Equador, Peru, Colombia e alguns países da Europa em Julho. Mais para frente iremos divulgar nossa agenda internacional.
M: Citem algumas influências que vocês tiveram na carreira.
L: Como somos uma dupla, cada um tem um artista preferido ou que influenciou mais nas nossas produções e acho que essa fusão de influências que deu muito certo nas nossas produções. Falando em estilos que nos influenciam podemos citar o Rock, Funky, Disco e Jazz, além de ritmos que só os Latinos sabem fazer, com uma “pegada” mais “caliente”.
M: Citem um artista nacional que ainda não explodiu, mas vocês apostariam no talento dele.
L: Tem alguns bons produtores que estão em constante evolução, acreditamos que alguns deles certamente estarão entre os tops nacionais como: Eclectic, Groove Delight, Art In Motion, Toucan, Torha e Bruce Leroys.
M: Mandem uma última mensagem para o nosso público!
L: Gostaríamos que a galera ficasse ligada nos próximos lançamentos do Luthier que sairá em grandes selos. Tem muita coisa nova e boa vindo por aí! Muito obrigado pelo carinho de todos!
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