Retornando mais breve do que esperado, o Fusion Festival voltou no final de março com força total depois de sua edição de 2011, que aconteceu no mês de setembro. Este retorno em poucos meses pode ser um ótimo sinal de que o núcleo Fusion esta planejando mais de uma edição por ano. Coisa que já acontece com alguns núcleos de São Paulo, como, por exemplo, a Respect e a Shiva Trance, que tem, pelo menos, duas a três edições por ano.
Nos resta aguardar e torcer para que tenhamos por aqui outra edição, ainda em 2012. Vamos agora falar da edição de março, que aconteceu no dia 31, na Chácara Park Ball, em São José dos Pinhais.
Edição essa, que sofreu um adiamento de uma semana, passando do dia 24 para o dia 31, decorrente a exigências extras, de última hora, não possibilitando a realização na data original. Tal ato que partiu das autoridades pode ser bastante questionado, porém, não iremos entrar em detalhes políticos, e vamos nos ater somente a realização do evento.
O local, Chácara Park Ball, a apenas 23km do centro de Curitiba, ofereceu um excelente estacionamento evitando congestionamentos e falta de vagas, que acaba obrigando o público a parar nas vias de acesso.
Durante alguns momentos a entrada apresentou bastante file e parecia bastante bagunçada. Muitos da imprensa e até um DJ ficaram esperando do lado de fora por mais de 30 minutos. Ao decorrer da madrugada a entrada normalizou não apresentando mais nenhum problema.
Diferente da edição de 2011, desta vez a Fusion contava com outra pista, Alternative Stage, voltada para as vertentes de techno e house. Embora o local fosse bastante interessante, cheio de árvores, a falta de decoração e uma certa “escuridão” deixou uma questão no ar: seria para “imitar” a atmosfera de um club ou realmente não deu tempo de fazer a decoração deste stage?
De qualquer forma, houveram muitos elogios e a pista se manteve cheia durante toda a festa.
Havia um único bar localizado entre os dois stages quase não conseguiu atender todo o público, inclusive faltando água no final da madrugada. Apesar disso, os preços eram acessíveis e inúmeras opções garantiram o movimento intenso.
Hoje sabemos que não é uma culpa direta da organização e foi decorrente de diversos fatores, mas mesmo assim não podemos deixar de citar o único grande problema notado por nós: a falta de opções de alimentação. Havia apenas um único lugar vendendo salgadinhos chips, que não duraram muitas horas. A liberação de entrada de alimentos já resolveria consideravelmente essa situação.
A decoração assinada por Belém,forneceu uma tenda digna de grandes festivais sendo tanto prática, protegendo do garoa no final da madrugada e do sol durante a tarde, e bonita, mantendo o espírito trance da festa.
O Main Stage contou uma decoração de abrir a boca, chamando muito a atenção durante a noite com suas cores florescentes.
Embora seja cedo para se falar em tradição, a Fusion manteve suas intervenções artísticas como na edição de 2011. Por quase 10 minutos tivemos uma apresentação de malabares de fogo fazendo todos tirarem suas câmeras do bolso e ficarem com foco total no palco colocado na frente do stage.
No período da manhã mais uma intervenção com dança do ventre, repetindo o sucesso da edição anterior. Além destas intervenções, tivemos aplicação de graffiti por artistas e muitos quadros espalhados por todo o evento.
Também um show a parte, foi o video mapping feito na Kombi da escola de produção e discotecagem Yellow DJ Academy, que com sua ação dentro da Fusion, conseguiu chamar bastante a atenção de todos.
O adiamento em uma semana teve pouco impacto no line-up, para a alegria de muitos, que ficaram preocupados com não presença de alguns projetos. No stage principal houveram apenas os desfalques por parte de Evenflow e Patchbay. Desfalques que acabaram tendo como um resultado positivo nos horários do line-up, já que a festa começou com mais ou menos 2 horas de atraso.
Antimateria abriu a pista por volta da meia noite, logo depois Focker Play, que é responsável pela Freevision em São Paulo.
Dúlio deu continuidade seguido de Mechanimal, que em seu live, manteve a galera bastante agitada.
Os nomes mais aguardados da festa eram os do selo Vagalume: Nevermind, Burn In Noise, The First Stone e Swarup’s Brain.
Nevermind entrou causando boa impressão e demonstrando suas intervenções com sua bateria eletrônica.
Após Knobot, Burn In Noise entrou e fez muitos dos presentes que estiveram na última edição do Universo Paralello se questionar: mais do mesmo? Manteve a qualidade mas sem novidade.
E por falar em qualidade, Foca, desta vez sem fazer versus com Titicow, agitou bastante o público.
The First Stone, que é composto por Zumbi (Nevermind), Juarez (Swarup) e Gustavo (Burn In Noise), foi um dos nomes mais aguardados e não deixaram por menos.
Após PSapo, o último da festa a tocar full-on, começamos com a seqüência de progressivo: com Titicow, Swarup’s Brain, Davedovicz, Slow Control, Element e Analog Drink. Podemos ver aí uma divisão quase meio a meio de projetos de full-on e progressive.
E fechando a festa, tiveram dois projetos de progressive dark: Noize Pirates (Julio, também do Mechanimal) e Parallel Waves.
Com poucos pontos negativos, Fusion Festival de 2012 deixou uma excelente impressão com o público e manteve a promessa de trazer o psytrance de volta aos holofotes, no main stage.
O exemplo do festival de 2011 foi seguido pela própria organização, que manteve o que foi sucesso e acrescentou atrações transformando a festa numa proporção de grande festival. Tal crescimento pode ser considerado positivo ou negativo, tudo depende do próprio foco da organização. Se quer crescer e tomar proporção de festival para milhares de pessoas, ou manter o festival em proporções das antigas festas de trance. Independente do caminho a ser seguido, a Fusion já caiu nas graças do público paranaense e este sempre vai estar presente, apoiando e fazendo o Fusion Festival cada vez mais vivo.
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Fotos por mushpics.com/Eletrogralha e Psicodelia.org.