No último dia 9 de dezembro o Club Vibe, um dos mais tradicionais clubs de música eletrônica do país, comemorou seus 10 anos de existência. A matéria sobre a casa você já leu aqui no Psicodelia semana passada, agora vamos saber como foi a festa.
O local escolhido para receber os 5000 visitantes foi o Expotrade Convention Center, o maior espaço de eventos do sul do Brasil, que já recebeu bandas como Iron Maiden, The Offspring, Sepultura, além do espetáculo Alegria do Cirque du Soleil, entre outras grandes atrações. A entrada estava organizada e não tinha muitas filas, o povo resolveu chegar cedo e evitou o tumulto. Antes de passar por um longo corredor com iluminação 100% vermelha (lembrando que é a cor tema do Club, que antigamente se chamava Vibe Red Concept), havia um hall de recepção, no qual as pessoas podiam se encontrar e bater um papo antes de mergulhar no obscuro universo do Prodigy.
Chegando à pista, estava fácil de se acomodar para aguardar o show. O warm up ficou por conta do Rolldabeetz, que tocou um set de dubstep duvidoso. Nada contra o projeto, que quando toca a sua linha de som, manda bem. Faltou à organização do evento a iniciativa de escolher um DJ mais adequado para abrir um show do Prodigy – gente de qualidade não falta. Após o fim do set deles, alguns minutos de silêncio enquanto o palco era preparado e eis que surgem Keith Flint, Liam Howlett e Maxim Reality para o momento mais aguardado da noite.
Se você acha que o clima de champagne e finése comum no Club iria inibir o público, terá de repensar. As Party People de Maxim não pensaram duas vezes antes de abrir a roda punk para dançar e se quebrar ao som de A.W.O.L., primeira música tocada que, inclusive, é inédita no mundo todo e tivemos a honra de sermos os primeiros a conhecer.
Dali em diante foi só uma mistura de euforia com uma sensação de não estar acreditando no que estava acontecendo. O setlist não poderia ter sido melhor: clássicos como Breathe, Omen, Firestarter e muitos outros foram tocados de forma majestosa pelos reis do big beat. Smack My Bitch Up foi o primeiro encerramento, antes do bis, e comprovou o controle que o grupo consegue ter sobre o publico: no último break a pista toda se agachou, para explodir gritando “Smack My Bitch Up” na quebra. Simplesmente lindo.
Momento em que todos se levantaram, na explosão de Smack My Bitch Up.
E no já tradicional bis, que toda banda faz, Take Me To The Hospital, Diesel Power e o encerramento definitivo com Out of Space, que foi cantada por cada um dos presentes (apesar de, infelizmente, muita gente achar que o Prodigy estava fazendo um cover do Skazi…). Em seguida, mais alguns minutos de silêncio (muito bem-vindos, por sinal, para recuperarmos o fôlego) e eis que o palco é assumido por Gustavo Bravetti.
Mais uma vez, um cara legal completamente fora do contexto. O minimal tech do uruguaio não caiu nada bem na pista que acabara de dançar 1h30 ensandecidamente ao som da pancadaria prodigiana – nem mesmo seus novos gadgets (como um laser que interfere no som) salvaram ele de ser o Moisés da noite. Em 15 minutos a pista já estava bem vazia, com nem metade do público de poucas horas atrás. Assim como no Rolldabeetz, falha da organização que não escolheu um DJ mais adequado ao perfil do público de Prodigy.
Quem fechou a noite foi Nôze. Infelizmente não pudemos ficar para conferir, pois poucas horas mais tarde estaríamos embarcando rumo à XXXperience 15 Anos, que aconteceu no dia seguinte. O relato de quem ficou é de que foi bacana o som, exatamente como era esperado deles.
No mais, algumas coisas já esperadas, com os preços altíssimos de bar (que já conhecíamos desde a Tribaltech) – R$7,00 na cerveja e assim por diante, e o som relativamente baixo – quem ficou para trás da metade da pista não pôde sentir os graves como deveriam. Estes problemas já estão se tornando recorrentes nas festas da T2 Eventos, fica a dica para a organização como pontos a serem vistos para 2012.
Este é o tracklist divulgado na sexta à tarde, que foi seguido quase por inteiro.
Todas as fotos que tiramos estão na nossa fanpage, que você pode conferir por este link. E para finalizar o post, um presente que o Marco Lisa (Element) preparou para todos nós: os primeiros 17 minutos do show completo do The Prodigy. Confiram e arrepiem-se: