Vegas fala sobre sua nova track “Pratigi” e o atual momento em sua carreira

Publicado em 15/02/2016 - Por Psicodelia.org

Há 6 anos Paulo Vilela criava seu projeto de Psy Trance intitulado de Vegas. De lá para cá ele vem ganhando grande reconhecimento e respeito do público pela identidade própria que coloca em suas músicas. 

A cena eletrônica vêm crescendo de forma acelerada e o número de artistas tocando Psy Trance também. Não é fácil colocar criatividade e identidade própria no som, porém, quando esses itens são bem utilizados, o reconhecimento e respeito acontecem naturalmente e não foi diferente com Vegas. Segundo ele, a popularização da cena têm sido importante para melhorar questões como estrutura, lineup e organização dos eventos.

O crescimento artístico de Vegas pode ser percebido facilmente ouvindo suas tracks em ordem cronológica. Além dessa qualidade é legal notar como ele carrega a cultura do Brasil em suas produções, colocando instrumentos tipicamente brasileiros e vocais sempre em português em suas composiçãoes. 

“Eu sempre tive em mente em fazer algo diferente, e algo focado ao Brasil”.

 

Universo Paralello

Após algum tempo tocando em diversas festas de trance por todo o Brasil, Vegas finalmente chegou a tocar no palco 303 do Universo Paralello na edição de 2013/14. Mas ele revela que o Mainstage sempre foi um sonho:

“O Mainstage sempre foi um sonho para mim, ao tocar no 303 eu já me sentia um pouco realizado, porém, o mainfloor é mainfloor não tem jeito, quando recebi a confirmação que iria tocar no main foi uma mistura de alegria, nervosismo e ansiedade”

 

Pratigi

A nova track de Vegas intitulada de Pratigi já foi ouvida 50mil vezes no Soundcloud em apenas duas semanas. Vegas admite que essa música não estava em seus planos: segundo ele, estava apenas fazendo a introdução do que tocaria no Universo Paralello, recebeu alguns samples com instrumentos brasileiros (mais especificamente o berimbau), curtiu e resolveu trabalhar em cima:

“Eu escutei o berimbau que me chamou a atenção e resolvi pôr na introdução também logo após as vozes, ficou ótimo porem ai começou o problema, logo após os samples de berimbau nenhuma track minha ficava legal, foi quando pensei bom, vou fazer um beat curto e por logo após, o negócio foi tão louco que uma introdução virou uma track, a coisa fluiu de uma forma inexplicável”.

Apesar de estar tocando nos maiores e melhores festivais de psytrance no Brasil, essa nova track mostra o quanto o Universo Paralello tem sido marcante em sua carreira

 

Confira a entrevista na íntegra

1- Você já tocou em edições anteriores do Universo Paralello, sua carreira cresceu muito nos últimos tempos. Como foi sair do 303 e tocar no mainstage nessa última edição?

O Mainstage sempre foi um sonho para mim. Ao tocar no 303 eu já me sentia um pouco realizado, porém, o mainfloor é mainfloor não tem jeito, quando recebi a confirmação que iria tocar no main foi uma mistura de alegria, nervosismo e ansiedade, quando recebi o meu horário aí mesmo que vi que a responsabilidade era grande, e que eu iria ter a oportunidade que tanto esperei. Foi a apresentação que eu fiquei mais nervoso na minha carreira, porém deu tudo certo.

 

2- Pode-se ver claramente o seu crescimento como artista ouvindo suas músicas mais antigas e as mais novas. Qual o maior desafio ao criar uma nova produção sem que caia na mesmice?

Nos últimos tempos eu estive muito focado na questão da qualidade, principalmente no mix. É algo muito complicado e ainda está longe do que quero para mim, porém quando você faz um novo trabalho creio que o fator criatividade tem um peso muito grande. Eu sempre tive em mente fazer algo diferente, e algo focado no Brasil. Estou com 6 anos de projeto e creio que estou criando uma identidade própria. Às vezes faço algumas músicas, termino e depois quando vejo o resultando final vejo que a track está legal, mas não está muito minha cara… É um desafio fazer algo novo a cada track. Eu nunca quis ser o melhor, sempre quis ser diferente.

 

3- Conte-nos um pouco sobre o processo que envolveu a criação da sua novatrack intitulada de “Pratigi”.

É até engraçado, eu estava no estúdio fazendo uma introdução para o Universo Paralello. Após a introdução eu precisava de algo de impacto que chamasse atenção, o Tiago (aka 4i20) tinha me enviado um pack de samples com instrumentos brasileiros, eu escutei o berimbau que me chamou a atenção e resolvi pôr na introdução, também logo após, as vozes. 

Fficou ótimo, porém ai começou o problema: logo após os samples de berimbau nenhuma track minha ficava legal, foi quando pensei “bom, vou fazer um beat curto e colocar logo após”. O negócio foi tão louco que uma introdução virou uma track, a coisa fluiu de uma forma inexplicável. Depois de pronta vi que o Tiago junto com o Thales Dumbraja tinham usado um dos samples de berimbau em outro trabalho deles, o 4i20 & Thales Dumbra-Du Brasil. Apesar de ser um sample de alguns segundos apenas que ficou igual nas tracks, vimos que o contexto das tracks eram bem diferentes e ficaria assim mesmo, logo depois precisaria de um nome, e nada mais justo que o nome da praia do festival Pratigi.

 

4- Nos últimos anos a música eletrônica tem tomado grandes proporções, com isso os eventos relacionados a cena se popularizam cada vez. Para muitas pessoas quando grandes festivais como o UP começam a se popularizar acabam perdendo qualidade ou sua “essência”. O que você pensa sobre esse tipo de comentário?

A cena eletrônica tem crescido de uma forma exponencial, cada vez mais pessoas que não são do nosso meio estão frequentando as festas e festivais. A qualidade em questão de estrutura, lineup e organização não só do UP como de outros festivais tem melhorado e muito.

No quesito “essência” é algo complicado de avaliar, pois creio que a essência é algo que está dentro de nós, nem todos tem em mente o PLUR, muitos nem sabem o que é isso. Creio que cabe a cada um de nós fazer um pouco da nossa parte para manter a essência viva. 

A música eletrônica é o futuro, a tendência é cada dia aumentar o público, principalmente da galera mais nova. Achei muito legal o Universo Paralello deste ano trazer alguns artistas que eu não via a muito tempo, Space Tribe, Raja Ram, Shpongle, e muitos outros que representam muita coisa na história do Psytrance. Isso prova que pelo menos no fator musica a essência está ai, fora as outras atividades culturais. Festivais são muito importantes para a galera ver que a cena trance não se limita somente ao mainfloor.

 

5- Existe algum outro festival que marcou sua carreira tanto quanto

Moonflower Festival 2010 na patagônia, Argentina, foi a melhor experiência psicodélica que tive na vida. Foi muito inspirador para mim, e inesquecível!

 

Saiba Mais

 

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