Entrevista: Captain Hook fala sobre seu novo álbum, Origin

Publicado em 16/11/2018 - Por Eliel Cezar

Velho conhecido do público brasileiro, Captain Hook é daqueles artistas que costumam aparecer com frequência no lineup de eventos como Tribe, XXXPerience e Universo Paralello.

Sete anos após lançar seu primeiro trabalho de estúdio, Reshef Harari está de volta trazendo novas sonoridades através do seu novo álbum, o Origin. Nessa entrevista, o israelense conta os detalhes da produção e do lançamento que deve acontecer no próximo dia 29 de novembro, confira:

captain hook origin

E aí Reshef, como vão as coisas por esses dias?

Hey, basicamente finalizando meu álbum, tendo certeza de que a masterização (tanto do cd quanto do vinil) está completamente finalizada e que a arte da capa e os textos estão prontos. Trabalhando com minha equipe de mídia e gravadora na campanha de lançamento do álbum. Também me dei um mixer de 32 canais de 33 anos e dei uma melhorada no meu estúdio.

Você pode falar um pouco sobre o Origin, que vai sair pela Iboga Records?

O álbum reflete a maneira como eu me sinto sobre música, sobre o Trance em particular. São 80 minutos, 9 faixas, 6 solos e 3 colaborações: com Ritmo, Tetrameth e Lish. Eles são artistas muito talentosos com quem tive o privilégio de trabalhar.

A arte de capa foi feita à mão pelo talentoso Ayelet Ish e a masterização pelo engenheiro de áudio Ido Ophir.

Você escolheu lançar o álbum primeiro através de uma campanha de pré-venda, por quê? O que você e a Iboga vão oferecer aos fãs fazendo isso?

Decidimos dar aos fãs uma opção de pré-encomenda do álbum, já que o lançaremos em várias mídias: em vinil (edição tripla), em CD (digipack), além de download digital. Nós fizemos camisetas e adesivos do Captain Hook seguindo o conceito da capa do álbum. Através da pré-venda, é possível pedir diferentes combinações desses ítens.

Além disso, há atualizações de download gratuitas e outras novidades. É uma pequena surpresa que decidimos oferecer aos fãs 🙂

captain hook origin

Ouvindo Origin e alguns de seus sets mais recents como no Ozora 2017 e Psy-Fi 2018 vemos muitas diferenças se compararmos com seu último álbum – o que iniciou a mudança?

Bom… meu último álbum foi lançado há sete anos (álbum de estúdio). Eu senti a paixão de criar um novo álbum nos últimos dois anos quando achei que tinha algo a dizer. Eu sinto que cada álbum tem um significado diferente, um conceito e vibe diferentes, o que significa música diferente. Nestes sete anos, conectei-me fortemente à música, ao trance, não tanto pela definição, mas pela experiência. Pelo que entendo, o trance é um estado de espírito, não um brake, nem um drop, mas uma jornada de padrões hipnóticos repetitivos que cria um diálogo que aciona sua mente para acionar seu corpo para acionar sua alma em um estado de transe.

Eu queria criar um álbum que compartilhasse com o público esse sentimento.

Você não tem medo de mudar de direção dessa forma? Poucos artistas de sucesso se atrevem a fazer essa mudança – os fãs têm expectativas, os organizadores do evento têm expectativas…

Da forma que eu vejo, medo é igual à falta de crença. Eu comecei essa jornada como um menino de 15 anos na pista, comecei a juntar músicas, a tocar e criar música com amor, amor a essa música sagrada é o que me impulsiona através dos anos, eu vivo neste estilo de vida alternativo não porque eu quero ser um DJ superstar ou estar na MTV, eu faço isso simplesmente porque eu amo isso, toda a música que eu criei na minha vida veio do amor, incluindo cada fase, cada mudança. No dia em que eu parar de seguir meu coração como artista, vou pendurar os headphones e me aposentar.

O que foi diferente no processo de criação neste álbum – como isso afetou a música?

Os canais principais de cada faixa foram gravados ao vivo de uma forma tradicional através de um mixer com um equalizador externo, enviando o sinal através de um efeito auxiliar para um externo e retornando o sinal ao DAW: graves, leads, atmosfera e efeitos. Isso deu ao álbum a assinatura de som que eu estava procurando. Essa abordagem me ajudou a criar com liberdade artística e expressar minhas emoções completamente através dos equipamentos. Algumas faixas têm quase 14 minutos de duração, foi uma jornada para criá-las e espero que vocês experimentem esta jornada ouvindo-as.

captain hook origin

Imagino que você já venha tocando essas tracks há algum tempo, como tem sido a reação do público?

Bom, às vezes a pista se conecta instantaneamente à música e somos todos um, às vezes é preciso uma track ou duas para o povo entrar em sintonia, pois é muito diferente da definição de “Psytrance” moderno, mas é sempre uma aventura, sempre.

Planos futuros?

Lançar o álbum em todos os formatos de mídia, fazer turnês e compartilhar minhas músicas pelo mundo, criar mais músicas e remixes. Compartilhar meu processo criativo como uma metodologia, para ajudar outros artistas. Além disso, tenho alguns projetos secretos em que estou trabalhando para o próximo ano, fiquem de olho 🙂

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