Entrevista: Talamasca

Publicado em 15/11/2015 - Por Marina Tavares

Marina Tavares – Quando foi o seu primeiro contato com a música eletrônica?

Talamasca – É muito engraçado você começar com essa pergunta, porque atualmente, pelo que me lembre, existem 3 tracks que eu considero o meu encontro com a música eletrônica, que primeiramente desrespeitei… Essa tracks são: a música do filme “O Expresso da Meia-Noite” do Giorgio Moroder, eu acho que foi feita em 1978; “Popcorn” do Gershon Kingsley, de 1969… E é claro, Oxygen4, track do cara que foi a minha maior inspiração: Jean-Michel Jarre… Eu acabei de fazer uma track tributo para essas em meu novo álbum… A track e o álbum são chamados The Time Machine. 

Marina Tavares – Como foi o início da sua carreira?

Talamasca – Hum… Foi muito legal, obrigado! (risos) Ok, bem… Eu comecei aos 18 anos, em 1992… E rapidamente me tornei DJ residente do Rex Club, em Paris; em 1993 e 1994 nas festas trance… Foi assim que conheci a maioria dos grandes nomes daquela época… Então, em 1995, eu conhecei dois amigos produtores de house, que me ensinaram como fazer música eletrônica no computador. 

 

Marina Tavares – Como você criou o projeto Talamasca?

Talamasca – Como disse acima, eu conheci dois amigos, Steve Eli e Javier de Galloy, e eles aceitaram me ensinar como fazer música eletrônica… Eu sabia como tocar piano… Eu tinha sido DJ por alguns anos… Eles queriam tentar o Trance, então com tudo isso, nasceu o Talamasca.

Marina Tavares – Quem foram as suas influências?

Talamasca – Eu tiro minha inspiração, mesmo hoje em dia, mais da música clássica, heavy metal, e música eletrônica antiga… Eu posso dizer facilmente, que o artista que mais influenciou a minha música foi Jean-Michel Jarre… Sem dúvidas! 

 

Marina Tavares – Após 20 anos tocando, o que você acha da cena eletrônica?

Talamasca – Eletrônico é muito vasto… Vamos falar do que eu sei: Trance… Ou ainda melhor: Psychedelic Trance! Quando estava lá o Goa Trance, eu tinha certeza que essa era a música do futuro… 20 anos depois, eu vejo isso como é: música underground rápida, feita para ser dançada em festas raves… Um pouco como heavy metal… É principalmente uma música para jovens… É claro que você pode encontrar pessoas mais velhas que também ouvem… Mas vamos encarar a realidade… É consideravelmente raro… Eu sou agora uma das pessoas mais velhas nas festas (risos)… Mas eu dediquei a minha vida para essa música… Eu ainda amo o que estou fazendo, e enquanto ainda curtir isso, continuarei tocando e fazendo Trance…

Marina Tavares – Fale-me um pouco sobre o álbum The Time Machine…

Talamasca – Eu falei um pouco sobre a track chamada The Time Machine… Então, vamos falar um pouco sobre o resto do álbum… Existem poucos remixes nesse álbum… Como por exemplo “Winter Tale” remixada por Check-Mates… Que é atualmente o meu projeto paralelo, com um gênio na guitarra da Argentina… Por causa da distância, é um pouco difícil trabalhar, mas aos poucos, nós criamos tracks… E nós esperamos lançar o nosso primeiro álbum em 2016… Eu remixei tracks de três amigos: U-Recken, Bitkit, e Champa. 

Tem também uma track chamada “Raj Against the Machine”… Por que? Porque eu achei uma entrevista do Raja Ram feita em 1970, no canal BBC, quando ele era líder da banda psicodélica chamada Quintessence… Então, eu peguei uma amostra da sua voz, com a sua autorização, é claro, e fiz a track primeiro como um tributo, porque ele está desde os anos 70 fazendo música psicodélica, que em qualquer forma fica famosa… E segundo, porque essa track é uma mistura de old school versus new school. 

Têm mais algumas tracks, mas é difícil descrever… O melhor ainda é ouvir, e se você gostar, comprar o álbum. 

Marina Tavares – Você se lembra onde foi a sua primeira apresentação?

Talamasca – Sim, é claro… Em um pequena boate underground em Paris, onde eu estava trabalhando em um bar nos feriados, em 1992… Eles deram a minha chance… Então, eu toquei em festas que não eram pagas… E aos poucos, você sabe o que vem a seguir…

 

Marina Tavares – Como foi tocar no Shiva Trance Festival?

Talamasca – Para ser honesto, quando eu cheguei, estava super desapontado… Eu quero dizer… Um lugar tão bonito! O local era incrível, mas, quando eu cheguei na manhã de segunda-feira, vindo do Recife, tinha por volta de 30 pessoas na pista de dança… E a pista mais parecia uma piscina de lama… Mas, aos poucos, uma vez que seus sapatos e seu jeans estão fudidos, você não se importa mais, e começa a curtir a selvageria… Então, as pessoas acordaram, chegaram na pista de dança… Em 3 horas, se tornou uma festa incrível, com uma energia killer!!! Eu amei! E a resposta ao meu set foi além das expectativas… Já fazia dois anos que não ia perto de São Paulo, então eu estava um pouco estressado… Mas somente até o primeiro kick and bass começarem.

Foto: Lauro Medeiros Fotógrafo

Vídeo: UP Audiovisual

Marina Tavares – Existe algum lugar que você nunca tenha tocado e realmente queira tocar?

Talamasca – Wow, que pergunta difícil… Meu sonho era tocar na Amazônia, e felizmente, eu vou regularmente em Belém… E eu amo! Japão e Índia também eram sonhos desde criança, e se tornaram lugares usuais… Eu realmente não sei… O meu objetivo é tocar ao redor do planeta… Mas, lugares que eu nunca tenha tocado, normalmente significam lugares que não tenham festas Trance… Então… Oh, na verdade sim! Eu nunca toquei na Tailândia! É claro que eu iria amar!

 

Marina Tavares – O que você é apaixonado na vida, além da música?

Talamasca – (risos)… Bem… Muitas pessoas me chamam de mágico… Muitas outras eu acredito que falam por causa da minha música… Mas, na verdade, eu sou um mágico… Eu faço truques de mágica por quase 20 anos também… E agora, por um pouco mais de dez anos, eu hipnotizo pessoas… Eu não sou um hipnoterapeuta, e não quero me tornar um… Eu sou um apresentador, mágica e hipnose são algumas das ferramentar para diversão. 

Eu também sou um cara de família… Casado e pai de duas crianças maravilhosas… Então, além de fazer música, tocar, estar com a minha família, e aprender mais alguns truques de mágica, eu não tenho muito tempo de sobra.

Marina Tavares – Quais são as novidades em relação aos lançamentos e turnês?

Talamasca – Bem… Pessoas me perguntam se estou em turnê… Isso não significa nada para mim… De qualquer modo, eu toco todos os finais de semana… Então, eu estou sempre em turnê… Ou para o último álbum, ou para o próximo (risos)… Eu lanço ambos, um álbum por ano, mais tracks em uma compilação… E mais algumas colaborações, quando eu tenho a oportunidade… Agora para 2016, já está planejado lançar no minímo dois álbums, um com o Check-Mates, e um como Talamasca chamado “A Brief History of Trance”, onde eu irei remixar o que considero os melhores sucessos do Goa Trance do passado, incluindo Astral Projection, Man With No Name, Etnica, etc… Tenho outras ideias, mas vamos ver o quão rápido eu consigo trabalhar e realizar tudo isso. 

 

Marina Tavares – Você gostaria de finalizar com uma mensagem para os seus fãs?

Talamasca – Claro! (risos)…

Se você não curtir a minha página official no facebook:

https://www.facebook.com/talamasca.official/

Eu irei dizer aos seus pais o que você faz todos os finais de semana!

Obrigado! 

Interview in English here:

https://www.dropbox.com/s/uiivszqyxd7kl75/Talamasca.rtf?dl=0

 

Conheça mais sobre o artista:

https://soundcloud.com/talamasca_official

https://www.youtube.com/user/cedtala

 

Check-Mates

https://www.facebook.com/Check-Mates-301645266700688/

 

Foto:

Lauro Medeiros Fotógrafo

https://www.facebook.com/Lauro-Medeiros-Fot%C3%B3grafo-218981961564783

 

Vídeo:

UP Audiovisual

https://www.facebook.com/Upteamvideo

https://www.youtube.com/user/upteamvideobr

 

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