Take a Ride: Synthatic te convida para uma carona em seu álbum de estréia

Publicado em 09/04/2020 - Por Salomão Augusto

Em seu primeiro álbum da carreira, Synthatic tem uma história pra contar ao mundo. ‘Take a Ride’ foi a forma que Vinicius Ferreira (30) encontrou para reverberar essa fita que aconteceu na sua vida a 6 anos atrás. Ele saiu no último dia 31 de Março pela Alien Records, gravadora a qual faz parte a alguns anos.

DJ a mais de 10 anos e produtor desde 2014, Synthatic tem várias tracks produzidas e lançadas nesse caminho.  É um produtor muito constante e bem compromissado com sua carreira desde sempre, então, a alguns meses atrás, ele entendeu que havia chegado a hora de colocar um filho no mundo.

O álbum tem 10 faixas extremamente bem produzidas que vão do Techno ao Prog Dark. Diante da complexidade desse trabalho, convidamos ele para falar um pouco melhor sobre o processo de criação desse marco tão importante para sua vida.

Acompanhe abaixo a entrevista:

Quanto tempo você demorou pra produzir o álbum?

Primeiramente muito obrigado pelo convite, é uma honra estar batendo esse papo com vocês, sempre fui um grande fã do Psicodelia!

Bom, todo o trabalho de produção do álbum durou mais ou menos 1 ano e meio. Mas foi engraçado por que eu não decidi fazer o álbum e foquei 100% nele, fui fazendo outras músicas no meio do caminho. Praticamente todas as músicas que lancei no ano passado foram “me distraindo” durante o processo. Isso acabou acontecendo por que a princípio eu juntaria 10 músicas e pronto, mas com o passar do tempo fui criando uma história pro álbum, assim também conseguiria mostrar a minha verdadeira identidade artística. Então sai trocando música aqui e ali, até que chegasse no resultado que queria.

Esse álbum traz história até na capa. Conte um pouco dessa história pra nós.

A arte foi desenvolvida pelo meu grande amigo Leonardo Mousse, e foi criada como um retrato da minha história. Sou manézinho da ilha, natural de Florianópolis/SC. Comecei como DJ em 2008, na época levava apenas como um hobby, mas a brincadeira foi ficando cada vez mais séria. Até que em 2014, enquanto estava quase me formando em Oceanografia pela UFSC, decidi abandonar tudo para seguir o meu sonho. Me mudei para São Paulo para sair da minha zona de conforto e comecei a estudar produção de música eletrônica. Essa história é retratada na capa, onde podemos me ver saindo de Floripa passando pela conhecida Ponte Hercílio Luz, indo em direção aos prédios gigantes emblemáticos de Sampa.

É clara a presença da referência do Techno em suas produções, além da própria Afterlife. Quem são suas maiores referências no estilo?

Essa música recebeu esse nome por eu ter buscado muita inspiração nas músicas da label do Tale of Us, que se chama Afterlife. Tenho grandes referências deles, assim como Adriatique, Agents of Time, Colyn, Mind Against, Township Rebellion… que são artistas que produzem Techno Melódico, mas não posso deixar de citar outros nomes que também são grandes referência para mim, como Anna, Enrico Sangiuliano, Umek, Victor Ruiz, Wehbba… que se enquadram num Techno mais agressivo e hipnotizante. 

Você tem flertado bastante com o Dark Progressivo, tanto pelo remix para o Grouch e agora com Tijah para esse álbum. Como você vê essa aproximação?

Conheci o ‘Prog Dark’ através do Tijah, no Universo Paralello em 2013. Na época não conhecia o Juliano, mas tive a oportunidade de ouvir ele tocando, gostei muito do som  e do estilo. Lembro que eram umas 18h, na hora do pôr do sol e o set dele parecia ter sido feito para aquele momento.

Ano passado após eu ter feito esse Remix para o Grouch, o Juliano (Tijah) me chamou e começamos a conversar bastante, viramos amigos e então, tive a honra de trabalhar na ‘Trust Me’ com ele. Essa aproximação está acontecendo normalmente, estou amando fazer músicas com uma atmosfera mais intimista. De novidades nessa área eu posso dizer que em breve farei mais uma música com o Tijah e tenho uma quase pronta com um cara que sou fã, o Ryanossaurus. 

 

Seus baixos estão vindo com uma constância diferente desde a Rush Hour. Como essa virada de chave aconteceu?

Uma das coisas que mais empolgam quando estou na pista é o groove, e pra mim a linha de baixo é uma das peças chaves de um bom groove. Então sempre tento trabalhar bem nos meus grooves para que sejam bem envolventes, de forma que mesmo com a música vazia ela não deixará de ser dançante. Essa virada aconteceu a partir do momento que comecei a experimentar coisas novas, quando tentei tipos de síntese de baixo diferentes, e quando explorei mais as escalas musicais.

Faixa a faixa, qual foi a mais desafiadora?

A mais desafiadora certamente foi a ‘Afterlife’, nunca tinha feito uma música nessa linha do Techno Melódico e também não sei se ela se caracteriza no estilo, por que no fim ela tem uma pitada psicodélica. Apesar do desafio, foi muito divertido produzir ela, a linha de criação seguiu um caminho totalmente diferente do que eu estou habituado a fazer e no fim isso ampliou o meu horizonte para as próximas produções.

Agora uma pergunta mais pessoal, o que é a música pra você?

A música é tudo pra mim, ela virou a minha causa de vida. Hoje em dia, das duas uma, ou estou produzindo música ou estou consumindo música. Estou sempre buscando aprender mais e mais sobre o assunto, seja na parte teórica ou prática. A música é meu trabalho, assim como é meu lazer. Só tenho a agradecer por ela ter mudado a minha vida, sinto que estou no caminho certo e amo o que faço!

O álbum completo você pode encontrar em todas as lojas e mídias digitais.

Ouça na íntegra:

https://open.spotify.com/album/77OheCHhrtU6kM69K9hOZj

 

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