Artigo do New York Times analisa um fenômeno típico da nossa sociedade técnico-informacional: temos cada vez mais músicas ao alcance do dedo, ao custo de uma qualidade de áudio cada vez pior.

Você, caro leitor do Psicodelia, visita nosso humilde site por um motivo bastante óbvio: é, no mínimo, fã em algum nível de música eletrônica. Uma pergunta: quantas tracks você “puxa” por dia? Que tipo de aparelho usa para ouvi-las? Quantas delas não estão em formato mp3? O paradigma do nosso início de século é o da oferta extremamente farta de músicas, distribuída através de pequenos arquivos compactados. Isso nos traz variedade e portabilidade extraordinárias: se há alguns anos atrás sua coleção de músicas enchia a parede da sua sala, hoje cabe integralmente dentro do seu iPod de bolso. Contudo, será que estamos ouvindo uma música de qualidade, sendo “qualidade” entendida no sentido de fidelidade da mídia/gravação ao original? De acordo com recente reportagem do New York Times, a resposta é não. De acordo com o jornal, o ganho em praticidade tem-se refletido numa significativa perda em qualidade. Aponta-se para o fato, por exemplo, de que praticamente se abandonou hoje a atividade de chegar em casa, ligar o stereo e curtir uma boa música. Em troca, ouve-se música compactada, com graves e baixos comprimidos, através de minúsculos fones de ouvido enquanto se faz 2, 3 ou 4 atividades diferentes ao mesmo tempo. Ainda, afirma-se que, em substituição à alta fidelidade no áudio, mais presente nos tempos do CD e principalmente do vinil, as gravadoras (e consumidores de música) aumentam o volume como forma de compensar a falta de intensidade própria dos elementos. Parece que o consumidor comum parou de prestar atenção à música; e que o “mais” é cada vez mais relevante do que o “melhor”. E você, concorda com esse diagnóstico? Qual importância você dá à qualidade do áudio que você ouve? – Confira aqui a reportagem na íntegra.