Entrevista: Martian Arts

Publicado em 01/12/2014 - Por Marina Tavares

Marina – Quando foi o seu primeiro contato com a música eletrônica?

Martian Arts – No final dos anos 80, com uma cópia do single “Miami Vice 12” do Jan Hammer.

A minha primeira festa foi em 1994, na floresta de Varimpopi. A minha vida mudou para sempre depois disso!

A festa foi no fundo da montanha que vivi, nos arredores de Atenas. Essas festas eram legendárias, e aconteciam quase todos os finais de semana no verão, até que, poucos anos depois, a polícia descobriu.

 

Marina – Quando foi o inicío da sua carreira?

Martian Arts – Eu comecei a lançar músicas breakbeat em viníl, quando estava no último ano da universidade, no Reino Unido.

Isso foi consideravelmente bom, porque a minha gravação foi a 1° posição na Mixmag e DJMag, e foi tocada na BBCRadio1, Kiss FM, Capital, entre outras rádios… Foi uma possibilidade de ter uma renda legal vendendo músicas.

Depois disso, a minha jornada musical se tornou completa, e eu comecei a produzir Psychedelic Trance.

Marina – Quando você criou o seu projeto Martian Arts?

Martian Arts – Eu criei o projeto somente em 2011, com a track chamada “Man’s Mind”. Eu estava em outro projeto, chamado “Disco Hooligans”, então, dei o nome da track de “Disco Hooligans – Man’s Mind (Martian Arts remix)”. Embora não seja oficialmente, essa foi a primeira track do Martian Arts.

Marina – Quem foram as suas influências?

Martian Arts – Eat Static, Manmademan, X-Dream, Kox Box, Logic Bomb, Tristan, Dick Trevor, Dado, Shakta… A lista é longa! 

Eu tenho sorte em colaborar com Eat Static e Manmademan. É uma loucura conversar e dividir sons, com as pessoas que me influenciaram a mudar para o Reino Unido, e estudar tecnológia de áudio, e começar a produzir música.

Marina – Quais são os seus três álbuns favoritos de todos os tempos?

Martian Arts – X-Dream – We Created Our Own Happiness

Kox Box – The Great Unknown

Manmademan – Love Technology

 

Marina – Quais são as diferenças entre a cena eletrônica no Brasil e na Grécia?

Martian Arts – Uma é gigante e a outra é pequena! Eu não posso dizer muito sobre a cena brasileira, porque tive apenas um gostinho dela, mas, isto me fez querer mais! O Brasil é fantástico, a energia, as pessoas, o lugar, e é claro, a churrascaria!

A cena na Grécia é uma sombra do seu passado. A ganância destruiu a cena no meu país, por mais de uma década.

Eu toco somente nas pequenas festas na Grécia, não as grandes. Podem me chamar de amador, mas, eu não irei negociar com as pessoas que 'devoraram' a cena fantástica da Grécia, com o apetite por dinheiro.

Existem algumas exceções, no meio dos anos 90, Sola Luna 2001, Samothraki 2002 (eu perdi a Samothraki 2003), foram festas fantásticas!

Marina – Onde foi a apresentação que mais te marcou?

Martian Arts – Todas as apresentações são especiais, eu amo festejar, e tenho tido sorte por tocar em muitos lugares marcantes, e conhecer muitas pessoas incríveis! 

Levando tudo isto em conta, Goa é o lugar mais especial na Terra, e eu mal posso esperar para voltar lá, nesta temporada.

 

Marina – De onde você tira inspiração para criar novas músicas?

Martian Arts – Inspiração é como uma onda, e isto pode vir em qualquer tempo, ocasionalmente… Normalmente, quando eu estou me sentindo emotivo, feliz, bravo, triste… Isto não importa, no entando que eu me sinta vivo com estas emoções.

Viajar é uma grande fonte de inspiração! Recentemente, eu fiz uma track chamada “Dali Mountains”, depois da minha turnê na China, onde fiz um passeio pela cidade, e andei no teleférico da montanha, sentei, e ouvi o vento fluindo pelas árvores… A mesma coisa aconteceu quando eu vi o nascer do sol em Mojave, no deserto da California… Ou pode ser algum novo módulo, que eu consiga no meu sistema modular, e queira tentar… Também a comida fantástica da minha namorada! Com certeza, uma boa festa é uma ótima fonte de inspiração!

Concluindo, a inspiração vem do nada e de tudo, eu apenas estou fazendo o número máximo possível de músicas, agora que estou surfando nas ondas que continuam vindo.

Marina – Se você pudesse escolher qualquer lugar para tocar, onde seria?

Martian Arts – Goa tem sido o meu sonho, e eu tenho tido a sorte de tocar lá.

Depois disto, tudo são surpresas positivas, eu não tinha ideia que existia uma cena no Estados Unidos, mas a festa Equinox foi demais, na Carolina do Norte. Eu me sinto abençoado de ter tocado e participado deste evento. O núcleo TOUCH Samadhi é fantástico!

O Brasil também era um sonho, e a festa da Vagalume foi fantástica! Atualmente, eu mal posso esperar para tocar no Universo Paralello. Swarup está fazendo um trabalho fantástico no Brasil, ele é um ótimo cara, um DJ brilhante, com uma família incrível, eu estou ancioso para encontrá-los novamente!

 

Marina – O que você é apaixonado na vida, além da música?

Martian Arts – Filmes, documentários, e especialmente boa comida!

 

Marina – Quais são as novidades em relação à turnês e lançamentos?

Martian Arts – Eu estarei tocando novamente no Ozora, no próximo verão, mas, antes tenho uma turnê na Índia. Irei tocar novamente na brilhante festa Antaris, na Alemanha; Kupuri, no México; e alguns outros festivais que ainda não fizeram os flyers, mas 2015 já parece ser um ótimo ano!

 

Marina – Você gostaria de deixar uma mensagem para os seus fãs?

Martian Arts – Descubra o que vocês amam, e comecem a trabalhar direcionando isto em sua vida.

Faça um plano e busque os seus sonhos! Nós temos apenas uma vida, faça ela valer a pena! 

Paz!

 

Conheça mais sobre o artista:

https://www.facebook.com/martianarts303

https://soundcloud.com/martianarts

 

Interview in English here: 

https://www.dropbox.com/s/k6dfoext6c643b9/Martian%20Arts.rtf?dl=0

[products limit="8" orderby="rand" order="rand"]