Evolução, Adaptação ou Falta de Opção?

Publicado em 07/09/2009 - Por

up2007

A maioria das pessoas que conheço, viciadas em música eletrônica e freqüentadores de festas rave, assim como eu  também começaram sua paixão por este mundo através do full on. Sendo leigo no assunto ou não, podemos dizer que todos aqui já foram “fanfarrões” um dia, curtindo Skazi, Eskimo, entre outros.
Gostos à parte, a questão que quero relatar aqui é algo  que tenho percebido e discutido com amigos há tempos: o fato de hoje a maioria trocar o full on por um bom low bpm.
Falando por mim: eu passava 24 horas por dia na faixa dos 140 bmps (pra cima). Trabalho, faculdade, academia, casa…. onde estivesse, DJs como Astrix, Sesto Sento, Pixel, Mekkanikka, entre outros sempre me acompanhavam.
Não sei se por me decepcionar de certa maneira com suas atuais performances nas festas, ou por achar que eles agora apenas vivem do nome conquistado. Ou ainda por evolução e maior conhecimento musical, hoje você me encontra ouvindo Popof, Dusty Kid, Gabe, Boris Brejcha, Stepahn Bodzin, Oliver Huntemann, entre muuuuitos outros que adoram perturbar nosso Cérebro.
Quero levantar aqui 2 questionamentos que penso ser realmente discutíveis na nossa cena:

A Psicodelia (ou a falta dela) nas festas

Na cultura eletrônica a vertente predominante é o high bpm: Psy Trance, Full on night, dark, morning e, para acompanhar o ritmo, cai um pouco o bpm com um prog maravilhoso. Estes seriam os sons mais psicodélicos possíveis, que mais interiorizavam o ser humano e, ao mesmo tempo, o fazia viajar e se expressar de acordo com sua vontade. Juntando com a decoração do local, as luzes, a natureza e tudo mais que completavam a cena, estas eram as situações vivenciadas há anos.
Hoje, é possível encontrar até uma tenda apenas com low bpm, como Tribe Club (na Tribe) e Cocoon Stage (na Kaballah). Seja por motivos comerciais ou não, estas pistas atraem muita gente, sendo visível a diferença de público entre elas.

A Psicodelia (ou a falta dela) nas produções

Outro ponto importante a se relatar é a diferença nas produções de anos atrás e hoje. Infelizmente eu não tinha idade suficiente para presenciar o começo das festas no Brasil, mas com toda certeza os projetos que ouviam eram muito mais psicodélicos e as festas tinham muito mais espírito de celebração.
Basta conversar com pessoas mais velhas para entender o que quero dizer: ou pararam de freqüentar as festas (por motivos óbvios de “poluição” e “superlotação”) ou vão apenas para festivais e festas culturais, as quais promovem o verdadeiro espírito da cena, com muita psicodelia.
Alguns alegam ser evolução musical. Outros alegam ser a adaptação do público e aceitação às novas vertentes. E há outros que dizem que não sabem mais como chamar atenção e, então ficam inventando novos “barulhos”.
Há também quem afirma não ter nenhuma psicodelia em um som como Minimal, por exemplo e não concordam que haja espaço para esta vertente na cena. E há outros que, assim como eu não abrem mão de curtir um bom Minimal mais no final da festa.
Particularmente, não abandonei minha paixão: ainda amo full on. Mas estou enjoada de ouvir sempre as mesmas coisas. Porém é válido ressaltar que sempre ouço muitas vezes quando encontro algo que ainda vale a pena ser apreciado, como Neelix, por exemplo (valeu @silici0).
Para quem freqüenta festas como Respect ou festivais ainda é possível apreciar um som psicodélico e de qualidade como este.
Hoje eu costumo chegar em festas mais próximo do horário da transição das vertentes. Dispenso o full on e chego para curtir o prog e as vertentes seguintes. Deixando de lado os termos técnicos, sendo som psicodélico ou não, eu posso afirmar com todas as letras que me torturam e me fazem flutuar e viajar do mesmo jeito (ou até mais).

E você?

Acredita que a inserção destas outras vertentes seja por evolução musical, adaptação de público ou apenas por questões comerciais?
Também percebeu que, depois de um tempo neste mundo de pancadaria, também passou a se interessar mais por outras vertentes? Ou acredita que este tipo de som não tem nada de psicodelia e nem deveria “fazer parte” da cena?
Namastê.

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