Felguk e Gui Boratto abrem shows da Madonna sob vaias

Publicado em 06/12/2012 - Por Mohamad Hajar

Semana passada, quando a organização dos shows da Madonna no Brasil divulgaram que Will.I.Am havia cancelado suas apresentações na abertura de cada show, e que DJs nacionais iriam substituí-los, confesso que fiquei otimista com a notícia. A seleção aparentemente foi simples: o DJ “local” mais famoso de cada cidade – Gui Boratto em São Paulo, Felguk no Rio de Janeiro e Fabrício Peçanha em Porto Alegre. Escolhas seguras para apresentar a tal EDM para os fãs do pop da Madonna, que convenhamos: atualmente é um electro house com vocais dela. Porém, o tiro saiu pela culatra e os dois primeiros foram vaiados.

Tanto Gui como Felguk empolgaram num primeiro momento – as primeiras tracks foram dançadas e bem-recebidas pelo público. Porém, depois de alguns minutos a impaciência tomou conta e o público não quis saber quem eram as pessoas lá em cima, qual a proposta delas ou qual a culpa delas no atraso do cronograma da noite (que chegou a 3 horas no RJ e a quase 2 horas em SP) – sonoras vaias foram proferidas contra os profissionais. Nem mesmo a tentativa desesperada dos cariocas de agradar o público pop, tocando Red Hot Chili Peppers e Pink Floyd, acalmou os ânimos. Só mesmo a chegada de Madonna silenciou o público, abafando o ocorrido.

Para a mídia de massa, o mais relevante foi dizer que Madonna proferiu palavrões e que ela não cantou Like a Virgin, porém para nós fica a dúvida: qual o significado dessas vaias? Os defensores mais ferrenhos diriam que foi culpa do atraso, mas será que se o Will.I.Am estivesse lá, ele também seria vaiado? No caso do Gui Boratto, também é compreensível, afinal seu som é mais “cabeçudo”, e a grande massa não compreenderia com facilidade as tracks dele (fora No Turning Back e Beautiful Life), ainda mais na expectativa de ouvir hits simples e pegajosos, mas e o Felguk? Eles tocaram no Tomorrowland, estão no Top 100 da DJ Mag, já fizeram remix para a própria Madonna. Dá pra se dizer que é o projeto mais mainstream da EDM nacional, e nem eles conseguiram segurar a pista. Será que não é hora de jogarmos um pouco de água gelada naquele sonho de que a música eletrônica não seja encarada como algo diferente, e sim como música apenas? A grande massa brasileira não está pronta para colocar estes nomes no mesmo patamar de Teló, Latino e outros pops duvidosos, assim como o mundo coloca Guetta e Harris no mesmo balaio de Rihanna e Black Eyed Peas?

Bom, uma coisa é certa: eu não queria estar na pele do Peçanha, que vai abrir o show de Porto Alegre dia 9.

Update: acabamos de saber que o Felguk foi escalado para “dar uma força” em Porto Alegre, e tocam lá junto com o Peçanha.

Receba nosso conteúdo
direto no seu email

Cadastre seu email e receba toda semana nossos conteúdos e promoções! É grátis!

0
    0
    Sua cesta
    Sua cesta está vaziaContinuar na loja