Não é "só" Psy Trance: Quebrando o Silêncio

Publicado em 07/04/2017 - Por

Para manter o Psicodelia atualizado, diariamente damos uma olhada geral em sites e grupos de facebook. E uma das coisas mais bacanas durante esse processo é encontrar depoimentos e histórias de pessoas contando com o trance mudou suas vidas. Elas servem para nos mostrar que nossa cena é muito mais do que a relação entre DJ e pista. Definitivamente, não é “só” Psytrance.

E para iniciar nossa série, trazemos um depoimento muito legal do Weverton Sales, de São Gonçalo/RJ, publicado originalmente no Resistência Mainfloor. Confiram:

Gostaria de contar um pouco da minha história, um pouco do meu relacionamento com o trance.

Com 14 anos de idade eu tive uma doença chamada meningite, fiquei 7 dias em coma, e durante várias e várias semanas na CTI.

Como sequela adquiri deficiência auditiva bi lateral e um derrame na parte esquerda do corpo. Saí do hospital sem ouvir e sem andar. Durante o primeiro ano fiquei de cadeira de rodas e muletas. Comecei a mexer a parte esquerda do corpo aos poucos e dando movimento nos braços e nas pernas para voltar a andar e a mover o lado esquerdo. Porém a audição nada…

Com meus 19 anos, eu conheci um rapaz e ele me convidou a ir num evento chamado Versus Open air, em Guaratiba Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Vivendo em silencio desde os 14 anos eu decidi ir a festa e ver como seria, lembro que de inicio fiquei assustado, muito assustado, tinha um monte de maluco pulando,  gente descalça etc… porém conforme foi passando as horas eu fui me sentindo em casa… Foi quando um amigo apareceu e eu pedi um pouco da água que ele estava bebendo, ele me deu, e quando eu dei mais de dois goles ele tentou evitar que eu bebesse, eu nao entendi, e ele me contou que a agua estava batizada…

Comecei a sentir uma tremedeira muito louca, minha boca batendo dente, até que conheci um maluco chamado Maicon Simoes, ele me chamou pra ir pro front e eu fui, lembro como e fosse hoje, Vini Vici tocando the tribe, quando fez aquela chamada, eu Senti a musica de uma forma que eu a entendia melhor do que quando eu ouvia… foi completamente sensacional, depois daí eu tive uma conexão com o trance maravilhosa, tipo que é algo que me faz “sair do silencio”, eu continuo surdo, porém eu sinto a musica me batendo de uma forma que eu consigo acompanhar a harmonia, o compasso e tudo que ela tem de profundo eu consigo sentir de uma maneira muito mais sensivel.

Daí eu fui ao medico ele disse que eu ganhei hiper sensibilidade, pois aguçou a minha sensibilidade a minha vontade de “ouvir” aquilo, como eu nao tenho audição o meu cerebro jogou a responsabilidade pra outro sentido.

Hoje graças a Deus eu sou Dj, estudo música e só tenho a agradecer pelo que a música tem feito na minha vida!

TMJ

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