O morro é nossa Detroit

Publicado em 14/07/2010 - Por Eliel Cezar

(Infelizmente, o documentário já foi retirado do ar; resta aguardar o lançamento oficial!)

O Sr. Wesley Pentz, mais conhecido como Diplo, é um DJ e produtor que, com suas batidas quebradas e ruidosas linhas de baixo, passeia com naturalidade pelo Hip Hop, Dubstep e Electro-House.
Essa polivalência permitiu que, em menos de um mês, tenha lançado trabalhos tão diversos como uma track com o medalhão Tiesto e, o que mais nos interessa nesse post, um extraordinário documentário sobre o Funk Carioca, chamado Favela on Blast.
Muitos torcem o nariz para o “som de preto, de favelado”. Mas, convenhamos: mais do que qualquer outro estilo, o Funk Carioca é a mais legítima e original manifestação da música eletrônica no nosso país.
Nesses tempos em que muito se fala de “música eletrônica brasileira”, noção que normalmente se confunde com misturar atabaques e ziriguiduns às estadunidenses e europeias batidas do house e do techno, esse estilo se mantém marginalizado pelo público amante de e-music. Tão marginalizado quanto quem o produz.
Justamente esse é o cenário mostrado por Diplo e pelo diretor e produtor Leandro HBL. Entre imagens e sons dos morros, dos bailes e dos estúdios improvisados, onde os estridentes vocais dos MC’s se misturam aos loops, aos samples e ao “tamborzão”, mostra-se o funk como uma rica manifestação cultural, com diversas matizes.
O documentário guarda momentos sensacionais: não há como não se impressionar com a habilidade dos DJs com os samplers, com a irreverência dos MCs, e com os personalíssimos relatos de figurões da cena, como MC Colibri, Mr. Catra e Deise Tigrona.
Talvez você continue torcendo o nariz para o funk carioca após ver o documentário. Mesmo que o tamborzão não seja sua praia, o filme abre uma janela para maior compreensão e respeito às diferentes manifestações da música eletrônica, ainda mais a genuinamente tupiniquim.
Assistam o quanto antes, pois o documentário só estará disponível online nesta semana. Caso não tenha tempo para todo o filme, recomendamos em especial a parte 10, “Samba, Funk and The Police”. Talvez você se recorde de uma ou outra situação, e veja que, enfim, não somos tão diferentes.
Mas basta de falatório; faça um favor a você mesmo e assista o documentário na íntegra aqui! Garantimos que é melhor que o filme da Tela Quente.

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