Review: XXXperience 17 anos

Publicado em 24/11/2013 - Por

No último sábado aconteceu a XXXPERIENCE 17 anos na Arena Maeda. Foi a segunda edição no novo formato e posicionamento de festival de EDM. Esta edição contou com 4 palcos, um a mais que a do ano passado: Love Stage, Peace Stage, Joy Stage e Union Stage, que falaremos com mais detalhes abaixo.

Love Stage

O palco principal teve sua estrutura similar ao do ano passado, porém com a parte de trás acessível ao público e muito bem montado, como mostra a foto abaixo.

Foi  interessante ver toda a estrutura e ainda perceber o quanto pensaram nos detalhes. Neste caso aqui, por exemplo, existia uma passarela para que os DJs pudessem atravessar em direção a saída – uma vez que a parte de trás do palco dava direto para outra pista.

O main stage recebeu nomes como Hardwell, Kaskade, Zedd, W&W, Yves V, entre outros grandes DJs mundiais. Com certeza o nome mais aclamado foi o Hardwell (que inclusive tocou ano passado). Apesar do perfil mais comercial, ele foi, segundo o público, um dos melhores shows do festival, tocando não apenas clássicos atuais de sua carreira, como também músicas conhecidas de outros artistas (claro que remixados, para dar seu toque pessoal e deixar o setlist um pouco menos óbvio). Kaskade foi outro que levantou a galera tocando vários clássicos, mas sem muitas novidades em seu SET que já vem sendo muito tocado por ai atualmente.

Joy Stage

Já o Joy Stage recebeu vários nomes de house e deep house, como Kolombo, Les Foss, Amine Edge & Dance, FABO e HNQO. A estrutura deste palco estava muito maior do que o ano passado.

O único show que vimos um pouco foi do Amine Edge & DANCE. Vimos a dupla na Kaballah deste ano e achamos esta apresentação da XXX um pouco mais calma e contida, porém foi sem dúvida a apresentação mais cheia desta tenda. Aliás, neste momento tivemos a impressão de que metade da festa comprou ingresso backstage para assistir o melhor DJ do mundo e a outra metade para ver a dupla do gangsta house – as duas pistas estavam lotadas nesses momentos.

Peace Stage

O Peace Stage também teve sua estrutura ampliada e se manteve sempre cheio durante a festa toda. Por incrível que pareça, o destaque foi Astrix, que remixou muito de seus clássicos e segundo o público mandou extremamente bem – mesmo para quem está cansado de vê-lo em outras festas.

Fusco com seu prog energético fez a galera pular como sempre, trazendo algumas músicas novas para seu set. Vertical Mode veio com um som mais sério, porém com peso e chamou muito a atenção na festa, fazendo a galera ir a loucura. O encerramento neste palco ficou por conta de Element, que vem cada vez mais mostrando uma excelente evolução e segurou o público até o fim da festa com seu prog pesado, energético e muitas vezes mais sério – mesmo debaixo de chuva.

Union Stage

O Union Stage manteve exatamente a mesma estrutura do ano anterior e recebeu grandes nomes do techno e minimal, como Format B, Magda, TiNI, Loco Dice, Victor Ruiz, Tale of Us, entre outros. Format B fez um set bem dançante, porém menos puxado pro minimal. TiNI foi sem dúvida um dos maiores destaques da tenda, trazendo um set pesadissímo, mas cheio de elementos viajantes. Fez a galera ir a loucura e viajar durante uma hora e quinze. Na nossa opinião, foi a melhor performance desta XXX, ainda mais pelo carisma da DJ.

Quase no final do set dela vimos algo bem desagradável: Loco Dice subiu ao palco e desplugou o equipamento dela. Queremos acreditar que tenha sido ‘acidental’, enquanto ele fazia a troca dos equipamentos, mas isso resultou em uma interrupção bruta da performance da TiNI, que ainda assim foi muito aplaudida pelo público. Ainda sobre o Loco Dice, ele agradou bastante a galera e era um dos nomes mais esperados deste palco. Cheio de elementos de peso fez a pista dançar e se divertir, mesmo começando uma garoa de leve.

Em seguida entrou Magda (segundo ano consecutivo) que tinha a missão de desenvolver seu set durante duas horas. E ela conseguiu com destreza. Começando mais calminho, lembrando um lounge, foi cada vez mais conquistando o público, dominando a tenda e fazendo seu som crescer e ficar cada vez mais pesado. Porém ai veio um grande problema: a chuva ficou muito forte e a estrutura da tenda não comportou e acabou atingindo a “cabine”. Era louco ver o improviso: pessoas do palco abrindo sacos de lixo em volta da dj, para que a chuva não molhasse os eletrônicos. Resultado? Não foi o suficiente. Um dos equipamentos queimou e a Magda precisou encerrar sua apresentação com apenas uma hora e vinte de performance. Uma pena, o final seria com certeza destruidor.

Além disso, deve ter sido bem desagradável para uma DJ internacional tocar em uma barraca improvisada. Esperamos que isso tenha servido como aprendizado para a equipe da XXX para as próximas edições. Em um evento deste porte, é preciso se precaver para situações como essas. Continuando os relatos sobre o Union Stage, mesmo com a chuva forte e permanente, após uns 15 minutos conseguiram re-estruturar a pickup (arrastaram tudo para o fundo do palco) e entrou Victor Ruiz – que agora teria a missão de segurar uma hora a mais de set. Com certeza foi o momento mais cheio da tenda (afinal, Magda e TiNI ainda não são tão populares por aqui). Victor tocou seus clássicos que sempre levam a galera a loucura.

Pontos de atenção

Agilidade e logística para emergências

Além da falta de preparo do Union Stage para previsão do tempo, outro problema sério da XXX, foi a falta de bombeiros e resgate em um momento que uma pessoa passou muito mal, bem ao lado da tenda Peace Stage. O próprio Neelix ficou aproximadamente 25 minutos perto da pessoa esperando o resgate. Após chegar ajuda, demorou ainda mais 25 minutos para chegar ambulância. Por sorte ainda deu tempo de socorrer, mas o final poderia ter sido diferente. De novo, para uma festa do tamanho da XXX é preciso pensar em uma logística para que tenham atendimento rápido: mais postos médicos (e não apenas UM no FUNDO da Maeda), pontos de encontro / referência nas pistas para passar as coordenadas por rádio por exemplo já seriam de grande ajuda.

É ridícula uma situação como essa, se pensarmos que são 17 anos de festa. Gastam milhões em divulgação e estrutura e ainda não planejaram melhor como atender as emergências. Aconteceu algo semelhante na Tribe do ano passado e o final não foi tão bom quanto dessa vez. Um único posto médico, para o tamanho da festa e a Maeda inteira? Sem pontos de referência para ajudar a encontrar a pessoa que precisa de ajuda?

Fica como sugestão colocarem sinalizações númericas por todo o espaço. Fica mais fácil avisar onde EXATAMENTE está ocorrendo um problema. Em seguida ter mais postos médios e profissionais distribuídos pelo local. As pessoas precisam se cuidar e ter limites? Com certeza. Mas pense que um dia pode ser você passando mal também, que não dormiu ou não comeu dirfeito e já está há horas dançando debaixo de sol. 😉

Explicar ao Neelix que a única ambulância presente foi buscar o único médico qualificado a atender o caso (depois de 25 minutos) não foi nada agradável.

Estrutura

– Haviam muitas filas na área de lista e poucos guichês, o que casou algumas reclamações (e não era tão cedo, era por volta das 2 da manhã).

– Os banheiros, para variar estavam nojentos, sendo que no ano passado o nível tinha melhorado muito. Uma pena retroceder. Mas precisamos lembrar que este ano tivemos horas de chuva, pra ‘ajudar’.

Tirando estes pontos, a estrutura melhorou muito. Este ano tinha até Bob's na praça de alimentação, além da Skol ser patrocinadora do evento, o que é importante para viabilizar um festival deste porte. A organização com certeza marcou já seu espaço como o principal festival de música eletrônica em SP. Agora vamos aguardar até novembro de 2014.

E você, foi nesta edição? O que achou? 🙂

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