Quem é: Olivatti

Publicado em 16/04/2019 - Por Salomão Augusto

“Bluuuuua noite seus fritos, turu bom???”. Assim começam todas as noites e os dias de Fernanda Oliveira, a Nanda pra família e amigos e Olivatti, para os fãs que a acompanham.

Nascida em Jacundá, um micro município que faz divisa com o Rio Tocantins no Pará, Nanda se tornou um fenômeno nas pistas do Centro-Oeste com sua marca registrada. 

Na ponte 94>62, o primeiro lugar em que Nanda aterrissou foi em Jataí, cidade à cerca de 350km da capital do estado, local onde vive hoje. Foi lá que ela teve seu primeiro contato com a música eletrônica. Desde então, Nanda dedica seus dias e noites ao estudo do gênero musical que lhe pegou em meados de 2014, qundo se enveredou na vida de DJ.

A “chapeuzinho azul” passeou pelo EDM durante algum tempo, mas desde o ano passado vem se dedicando ao Psytrance, gênero onde se encontrou, diz a artista. Hoje Olivatti dedica seu tempo à produção autoral, algo que também marca essa nova fase da sua vida. Com uma track lançada com dois amigos de Goiânia, Nanda tem tido ótimos feedbacks dos ouvidos por onde seu som passa. Ouça o remix para Crazy Frog, dela e dos Razors, lançado logo no início desse ano.

Batemos um papo breve com ela a respeito de tudo o que foi falado acima no início da matéria e mais algumas outras coisinhas. Confira abaixo:

O que te motivou começar a tocar?

Eu sou o tipo de pessoa sonhadora, que quando quer algo não sossega até conseguir. Mas de fato eu nunca tive o sonho de ser DJ, eu costumo dizer que eu me descobri DJ. E desde o primeiro contato eu fiquei simplesmente apaixonada pelo fato de poder fazer várias pessoas felizes em um mesmo instante através da música, isso foi algo que me motivou e me motiva cada vez mais a continuar lutando por esse sonho porque nasci pra isso.

Como você construiu e fechou a sua identidade visual/pessoal ao longo do tempo que você está na ativa?

Desde o inicio eu mesma gerencio minha carreira. O azul turquesa sempre foi uma das minhas cores favoritas, por isso decidi pintar o cabelo dessa cor que virou a cara da minha marca, e com o passar do tempo fui desenvolvendo outras formas de fortalecer e solidificar minha identidade.

Quais suas referências de onde você nasceu, de onde você está e referências globais do circuito?

Vegas, Pixel, Hi-profile, Aura vortex, Moon, Astrix, 4i20, Juicy M, Sesto Sento, Freedom, Fábio Fusco, Omiki dentre outras.

Qual a sua opinião a respeito do espaço que as mulheres têm nos lines das festas e festivais de Psytrance pelo Brasil todo? É justo?

Acredito que 90% dos lines ainda são compostos por homens, mas aos poucos nós mulheres estamos conquistando nosso espaço, mas realmente ainda falta mais oportunidades para que as mulheres possam mostrar que podem ser tão boas quanto os homens. Nesses anos tocando já passei por algumas situações que tenho certeza que nenhum homem passou. Como por exemplo sentir medo por ser mulher e estar sozinha em outro lugar sem conhecer quase ninguém nem a índole ou intenções de quem me contratou. É uma sensação horrível, mas acontece.

Sobre a política de redução de danos, o que você enquanto formadora de opinião e profissional do meio pode acrescentar para que isso seja eficaz no público dos eventos que você toca?

Eu acredito que a música tem um poder enorme de transformar a vida das pessoas bem como eternizar momentos e a política de redução de danos pode ser o primeiro passo para que tudo flua e algumas pessoas possam ser influenciadas de forma positiva através das festas.

Como você enxerga o circuito Psytrance hoje no Brasil, em comparação ao seu início em meados dos anos 2000?

Ao meu ver nesse momento o trance tem crescido bastante no Brasil, pois nos anos 2000 o mesmo sofreu uma certa queda, mais agora o trance vive um momento lindo de crescimento e fortalecimento na cena brasileira.

Como é sua rotina de estúdio? (produção, pesquisa, etc)

Cada vez mais estou dando prioridade pro estúdio, apesar do tempo ter ficado mais curto. Normalmente eu costumo estudar todas as noites e quando tenho que tocar costumo me dedicar à pesquisa bem como preparação das tracks que utilizarei nas apresentações. Hoje em dia costumo escutar as tracks de uma forma diferente, já imaginando não só como ela poderia agregar ao meu set, mais como poderia fazer um algo a mais com um sampleador ou até mesmo outra track. 

Para completar essa conversa, Nanda nos presenteou com um set para a ediçnao #22 do nosso Podcast, dê um play!

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