Metropolis Project anuncia o encerramento de suas atividades

Publicado em 24/12/2011 - Por Mohamad Hajar

Hoje a cena eletrônica brasileira acordou mais triste. Um dos principais projetos do underground anunciou o encerramento de suas atividades: o Metropolis Project.

O projeto envolvia tanta coisa, que fica até difícil classificá-lo: foi selo fonográfico, núcleo de festas, agência, blog… O mais correto é dizer que em cada dia dos seus 4 anos de existência, o projeto estava preocupado em fomentar a cultura urbana de alguma forma. Além de lançar nomes como Bruno Barudi, Database, Wildboyz, Kultra e muuuitos outros, o projeto de Elijah Hatem e Felipe Kantek realmente fez a diferença na cena. Nós do Psicodelia.org só temos a agradecer a eles por tudo o que fizeram, e lembrar que as portas do site estarão sempre abertas a eles sempre que desejarem. Com a palavra agora, Elijah e o comunicado oficial publicado no site do projeto:

E chega ao fim… Rest In Peace Metropolis. (Nascido 2007 – Encerrado 2011)

Metropolis, projeto cultural independente que nasceu em Curitiba, Paraná idealizado pelos DJs e produtores culturais Elijah Hatem e Felipe Kantek e que agregou um coletivo de dezenas de artistas diretos, além de centenas de pessoas que colaboraram indiretamente encerra suas atividades em 2011.

De um modesto blog e pequenos eventos em Curitiba em 2007, onde o objetivo era apenas reunir alguns amigos e tocar o som que gostávamos, o coletivo de artistas e produtores culturais Metropolis foi capaz de se auto-organizar e apresentar o que muitos chamaram de cena em Curitiba.

Eu, sinceramente, sempre fiz questão de não usar esta palavra, o que fazíamos não era um simples cenário para mostrar aos outros, era sim, algo que prefiro chamar de ARTE.

É impossível descrever em poucas palavras tudo que vivenciamos e experenciamos em 2007 e, detalhe, coloco este texto no plural “nós”, porque Elijah e Kantek não eram sozinhos e, literalmente, não eram nada, perto dos inúmeros DJs, artistas, produtores, promoters, clubs, fotógrafos e pessoas que permearam e construíram este projeto todo chamado Metropolis, os quais seria impossível citar e dizer o que representaram.

Em 2008, além da “família”, o projeto cresceu com o surgimento de um selo fonográfico, a Metropolis Project Records. Deste momento em diante, estávamos em dezenas, talvez centenas de artistas construindo uma imagem que seria exportada através de lançamentos, álbuns, compilações e outras formas de expressão mundo a fora através da distribuição musical.

Deste selo, surgiram novos amigos, novas ideias, novos conceitos e maneiras de se relacionar com a música em si. Nunca esquecendo, é claro, da essência que sempre fez a diferença, o RESPEITO e a DIVERSIDADE MUSICAL em prol daquela tar ARTE e paixão pela música.

O resultado foram anos de trabalho e satisfação de muita gente envolvida, festas, um festival e muita música! Uma geração que teve a visão de construir algo maior do que sua simples vida ou seu círculo de amigos, mas sim, acreditou e foi capaz de mudar todo um pensamento coletivo.

Mas, o fim sempre chega. Pode e deve, muitas vezes, ser encarado como um recomeço. O Metropolis encontrou o seu, mas não é com tristeza, fracasso ou saudosismo que se fecha este ciclo, este se fecha para permitir o início de outros.

Tenho certeza que cada um que conviveu e vivenciou o Metropolis tem muitas histórias para contar e, principalmente, aprendeu muita coisa e leva esta ideia toda na alma pelo resto da vida.

Não vou conseguir citar nomes, pois tenho certeza que seria impossível citar todos que participaram direta ou indiretamente de toda esta história. Mas, também não seria justo, não pelo menos citar os primeiros. Aqueles que estavam presentes desde o seu início, muito início, obrigado por acreditar Kantek, Anginha, Luana, Marcelo Prozac, Manolo Neto, Curinga, Joel Guglielmini, Pinguim, Hamdan, Chr1z_b, Ludi Moreira, Yobani Merida, Psapo, Valter “A Industrya” Sangregório, Eliel Cezar, Bruno “Sonido Sintetico” Aldrighi, Adalicio Junior Messi, entre tantos outros.

Gostaria de agradecer a TODOS mesmo, sem exceção, que fizeram parte deste ideal, trabalharam juntos pela criação de um senso crítico de respeito e diversidade musical e se permitiram vivenciar e expressar sua arte.

Obrigado, em nome de todos, para todos.

Sinceramente, de elijah.”

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