Como foi a Creamfields Brasil 2012

Publicado em 25/01/2012 - Por

No sábado passado (21/01), no Stage Music Park em Florianópolis, rolou mais uma edição do Creamfields Brasil. Eu estive lá, com mais umas 15 mil pessoas, e tive uma noite maravilhosa, marcada por uma série de surpresas positivas.

creamfields brasil 2012

Fotos Marco Dutra/UOL

O primeiro ponto alto do festival já aconteceu meses antes do evento, na compra do ingresso antecipado, chamado de “Early Bird Ticket”, por apenas R$50,00. A prática é muito bacana, os ingressos são vendidos por um preço bastante acessível antes da divulgação do line up da festa. Com isso a galera que vai ao festival independente das atrações, confiando na marca e na qualidade das edições anteriores, ganha um belo desconto e, em contra partida, a organização já tem algum retorno em dinheiro logo de cara.

Ainda antes do festival, outra prática da organização que merece destaque foi terem divulgado com antecedência o preço do estacionamento. Estacionar no local do evento saía por R$40,00, mas haviam também 3 outros estacionamentos alternativos mais afastados por apenas R$10,00, já incluindo o transporte até o portão do evento. Segundo a motorista de umas das vans, a organização contratou 35 vans para dar o apoio nesse transporte.

 

Ao chegar na festa, por volta das 21h, eu já estava psicologicamente preparado para enfrentar uma bela fila para retirar meus ingressos comprados pela internet. Para minha grande surpresa não havia fila alguma e o processo foi hiper rápido e indolor.

Fotos Marco Dutra/UOL

Depois de passar pela revista, fraquíssima para nós acostumados com as revistas de raves, você já estava no Main Stage (o qual foi solenemente ignorado por mim). Naquele momento Ask 2 Quit fazia milhares de pessoas saltarem impulsionadas pelo dutch house. Sério, tinha muita gente! Devo ter dedicado um ou dois minutos ao que estava acontecendo ali e parti para a Cream Arena, onde Kings of Swingers (eu só vi o Mau Mau no palco) estava nos últimos minutos de sua apresentação.

A Cream Arena era um espaço bastante simples – na verdade toda a estrutura do festival era simplória, porém bastante eficiente. De cara achei bem curioso os tijolinhos de plástico que cobriam o chão e se encaixavam como um enorme quebra-cabeças. Eu desacreditei que aquilo duraria a festa inteira, mas durou sim, poucos tijolinhos ficaram soltos ou quebrados.

No bar água, refrigerante e cerveja saiam por por R$6,00, o que é aceitável, ainda mais que havia um combo de 3 cervejas por R$15,00 – irônico não haver o mesmo para água, sempre acho graça de ser possível comprar cerveja por menos do que água pura. No entanto a vodca e o uísque pulavam para R$20,00 ou mais. Para quem não bebe cerveja a escolha era ou gastar muito ou não beber álcool, eu fui na segunda opção.

Uma coisa que percebi ao longo da festa é que eu era uma das poucas pessoas que se preocupava em procurar um lixo para jogar latas e garrafas. Se não fosse pelas mocinhas que passavam recolhendo todo o lixo do chão com bastante frequência a pista teria se tornado um mar de lixo. Mais um ponto para a organização e um grande zero para o público porco. 

Fotos Marco Dutra/UOL

Passado o tempo da ambientação inicial, Ellen Allien subiu ao palco para aquele que foi o melhor set da festa. Misturando variantes diversas de house e techno a mocinha tocou por duas horas músicas inteligentes e com pouco espaço para massagem. Ellen Allien mixa com fúria, as faixas entram gritando e são cortas sem dó. Ela não está preocupada em mascarar transições ou amenizar variantes, ela trabalha com todo o impacto e o caos que a arte deve ter. Em momentos um rostinho delicado e sorridente, em momentos uma força assustadora. Impossível ignorar.

jamie jones creamfields 2012

Fotos Marco Dutra/UOL

Na sequencia Jamie Jones assume a pista, expectativa alta depois dele ter sido considerado o número 1 do mundo pela Resident Advisor. Um amigo que estava junto disse que curtiu o set do Jones mais do que a Ellen Allien, mas eu não consigo concordar. Não que o set dele tenha sido ruim, longe disso, mas a verdade é que ele estava bêbado de mais para tocar. Em vários momentos coisas estranhas aconteciam com a música e não era falha de equipamento, era alguma cagada que ele estava fazendo sem perceber. Isso pra mim acaba com o clima de qualquer apresentação, por mais que o DJ seja ótimo e o set muito bom.

 

Reboot fez o set mais curto da noite, mas no melhor estilo “plano de metas” (cinquenta anos em cinco) conseguiu levantar a galera e deixar a pista marcada pela sua passagem. Para mim só os primeiros 15 minutos do Reboot já foram superiores a todo o set do Jones.

fatboy slim creamfields 2012

Fotos Marco Dutra/UOL

Quando Tiefschwarz assumiu a pista eu dei um tempo na praça de alimentação e parti para o Main Stage onde Fatboy Slim mostrava porque é o fanfarrão mais gente boa da cena eletrônica. E por mais que ele seja pop, e por mais que ele só toque hits, se você se deixar levar pela brincadeira não tem como não ficar com um sorriso no rosto. Findada a apresentação do Fatboy, deixei o Creamfields Brasil 2012 ao som da música clássica que agora era emitida pelas mesmas enormes caixas que fizeram tanta gente pular e suar por cerca de 12 horas.

Ao descer da van no estacionamento alternativo eu conseguia ouvir ecoando na distancia o som do Layo & Bushwacka.

Adeus Creamfields, obrigado, parabéns e até o ano que vem.

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