Review: Some Festival

Publicado em 24/02/2010 - Por Eliel Cezar

 

Quando XXXperience, Tribaltech e Green Valley se unem, o resultado não poderia ser diferente: uma mega festa com nomes de peso da cena eletrônica nacional e internacional e grande público, capaz de lotar aquele que é considerado o melhor super club brasileiro. Quem compareceu ao Some Festival realizado no Green Valley (Camboriú/SC), no dia 15 de fevereiro, pôde curtir um dos eventos mais aguardados pelo público que não dispensa música eletrônica nem no período de carnaval. Mas, vamos aos comentários sobre os aspectos centrais da festa:

ESTRUTURA E SOM

Três palcos com características, atrações e público diferenciados marcaram a Some Festival. Como não poderia deixar de ser, a decoração e o público do palco Green Valley correspondeu bem ao que se espera do club: luxo, pompa e badalação. Instalada em um espaço amplo, o palco XXXPERIENCE aproveitou a bela decoração de uma das pistas da edição 13 anos da festa.  Mais intimista e com características de um típico club inglês, o espaço da Tribaltech contou com luminárias ao fundo e decoração caprichada.  Um dos destaques negativos em relação à estrutura da festa acabou sendo a interferência do som da pista da XXXPERIENCE no espaço destinado à Tribaltech. Outra crítica ao Some Festival vai para o quesito banheiros que, aproveitando somente a estrutura já existente na Green Valley, foram insuficientes para o enorme público presente. A situação foi mais crítica no caso dos banheiros femininos,  nos quais em grande parte da festa o tempo de espera passou de 30 minutos. Com essa gente toda, claro que a limpeza também ficou prejudicada. Algumas privadas chegaram a transbordar e várias tiveram de ser interditadas permanentemente. A falta de educação de parte do público também ficou evidente ao se encontrar papel higiênico jogado pelos banheiros e até mesmo rastro de fezes do lado de fora das privadas. Fato chocante e totalmente inexplicável. Será que essas pessoas fazem isso em casa também? A colocação de banheiros químicos realmente teria resolvido o problema, mas não faltou quem dissesse que essa alternativa teria “maculado” a decoração da Green Valley. Questão de preferência, não é?

SEGURANÇA E REVISTA

Mais minuciosa na entrada masculina, a revista na entrada da festa foi detalhada, mas respeitosa e sem exageros.  Os seguranças olharam com atenção bolsos e carteiras, mas sem qualquer truculência. Na nossa percepção, a festa transcorreu sem grandes incidentes e com pouca necessidade de acionar a segurança.

PALCO XXXPERIENCE

Reunindo vários artistas de estilos bem diferenciados apresentando-se em uma ordem um tanto quanto esquisita, a tenda XXXPERIENCE acabou ficando sem identidade. Mas, ainda assim o espaço contou com projetos de qualidade e, ao que parece,  a falta de uma seqüência lógica não desagradou o grande público que permaneceu ensandecido no local. King Roc, um dos destaques do palco, apresentou um bom set de tech house que foi seguido pelo pesado full on nigth de Sarchas. Apesar de mal colocado no line, Sarchas revelou-se como uma ótima surpresa na pista da XXX, o que mostra que o pessoal deveria se desvencilhar um pouco da “ditadura do live” e começar a chamar bons DJs. Com novas tracks, algumas firulas e um full on groove acessível, Cosmonet agradou a galera que também vibrou bastante na apresentação de Krome Angels – apesar de o trio não ter apresentado grandes inovações (à exceção de novidades na fantasia). Um dos fundadores da Iboga Records, Emok simplesmente apavorou. Apresentou tracks saídas do forno e muito Perfect Stranger e Quantize. Com boas apresentações, Felguk e Ticon corresponderam às expectativas dos fãs que não se limitaram a continuar declarando seu amor incondicional pelos caras.

PALCO TRIBALTECH

Com uma proposta madura e trazendo artistas renomados, a tenda da Tribaltech merece todo o destaque do Some Festival. Dentro deste espaço que permaneceu o tempo todo lotado e com público vibrante, Loco Dice apresentou um set de techno “nervoso”, dançante e que deixou a galera simplesmente alucinada. O prog house de Jerome Isma-Ae mostrou-se uma excelente surpresa, com uma ótima seleção de tracks e muita psicologia de pista.  Já o aguardado Seth Troxler trouxe um set basicamente percusivo, foi um dos mais prejudicados pelo vazamento de som da pista da XXX que na hora contava com o pesado som de Sarchas. Gustavo Bravetti novamente mostrou uma boa performance  com seus controladores de Wii e dessa vez, para surpresa de todos, foi ele o responsável por tocar a mais do que executada e onipresente track “Enjoy the Silence”. Sempre aclamado pela galera, mas com menos energia e personalidade que de costume, Kanio fechou as apresentações na tenda da Tribaltech. Aliás, vale ressaltar que Kanio foi obrigado a encerrar sua performance quando desligaram a força, mas não sem antes levar ao público a track Subway, do brasileiro Victor Ruiz. A grande decepção do palco da Tribaltech foi a ausência de Boris Brechja que mais uma vez deixou descontentes fans que vieram de longe só pra ver o cara de perto.

PALCO GREEN VALLEY

Com público característico e que bem representa os tradicionais freqüentadores do club, o palco Green Valley trouxe como principal destaque Bob Sinclair. Com seu house pleno de vocais e hits famosos, o francês não deixou a desejar ao público que permaneceu na tenda Green Valley que também trouxe o português Carlos Fauvrelle, além dos brasileiros Ferris e Rodrigo Vieira.

BALANÇO

Festa boa, com alguns problemas de percurso mas que no geral cumpriu a promessa de ser uma das grandes atrações do carnaval eletrônico do país. Com surpresas agradáveis, a festa trouxe nomes de peso que em muitos momentos deixaram a galera na dúvida sobre em qual palco ficar. Resta conferir se a parceria entre Green Valley, XXXPERIENCE e Tribaltech renderá novos frutos no futuro.

FOTOS

Confira algumas das imagens deste mega evento nos sites:

*Texto produzido por Cris Trevisan e Guilherme Raicoski.

Boa festa, dentro so esperado, mas acho que nao é algo que deva se repetir. Eh uma experiência pra uma vez soh, acredito. Foi bacana, divertidissimo, mas nao rasgou o manual nao…

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