Playground Curitiba 2012 enfrenta forte chuva, mas resiste e é realizada até o fim

Publicado em 14/12/2012 - Por

A Playground Curitiba foi mais uma festa que não pôde explorar todo seu potencial por causa da chuva. Alguns meses atrás a Tribe, que estava com uma produção maravilhosa, sofrou do mesmo mal, e agora foi a vez da Playground suportar a ira dos céus em sua estréia em terras curitibanas.

O temporal que caiu na capital paranaense no sábado passado foi muito atípico. Segundo a imprensa local, os ventos atingiram 85 km/h, árvores foram derrubadas em algumas ruas da cidade, casas foram destelhadas e bairros inteiros ficaram sem energia elétrica por várias horas. Até mesmo outros eventos marcados para o mesmo dia, como uma partida de futebol americano, que seria realizado no estádio Couto Pereira, foram cancelados devido ao mau tempo.

Se na estrutura fixa da cidade o estrago foi grande, pensem no impacto que o mau tempo teria em uma estrutura que foi erguida para ficar em pé por apenas um dia. Segundo a organização, a chuva somada ao vento queimou 1 mesa de iluminação, 70 movings, duas CDJ2000nexus, um mixer Pioneer DJM850, 5 placas de LED, entre outros equipamentos. Ainda assim, alguns equipamentos foram substituídos e a festa seguiu em frente, mesmo que com a estrutura deficiente (como o backstage, que ficou sem iluminação).

A confusão gerada pelo mau tempo atrapalhou também a portaria. DJs não conseguiam retirar suas credenciais, o CD que foi prometido para compradores de um lote específico não foi entregue, entre outros problemas. Apesar disso, a divisão da festa entre pista, backstage e camarote foi honrada, e ninguém saiu no prejuízo quanto a isso.

Passada a chuva, que acabou perto das 20h e, por sorte, não voltou mais, a festa voltou ao seu normal, exceto por uma pausa de cerca de 20 minutos no palco principal, ainda reflexo dos problemas técnicos causados pela chuva.

No main stage o line-up era aquela nostalgia de 4 anos atrás que já sabiamos desde sua divulgação, e nessa proposta, a Playground conseguiu o que queria: uma pista cheia de saudosistas que pulou muito ao som de Astrix, Sesto Sento e Skazi.

Astrix e Sesto Sento apresentaram um set apenas morno, sem muitas surpresas e, no geral, empolgando apenas suas respectivas legiões de fãs.

Já Skazi foi, entre os dinossauros escalados para o line up, um dos grandes destaques da festa. Na primeira metade de seu set, o maior fanfarrão do Psytrance mostrou que também se rendeu ao dubstep, tocando o estilo por umas 4 ou 5 vezes, com direito a música do Skrillex e tudo mais. Já na parte final de seu set, o israelense tocou as mais do que esperadas “Acelera” e “I Wish”, esta última, cantada como um verdadeiro hino por praticamente todo o público que lotava o main stage. Foi bonito, e ao mesmo tempo, engraçado ver que um projeto que costuma ser usado como sinônimo de Psytrance ruim ainda consegue extrair emoção de milhares de pessoas.

Na sequência, os progressivos que misturaram nostalgia (Ticon e Ritmo) com excelentes novidades (Loud) e o encerramento com o tech house e minimal de Kanio e Audiojack, que para muitos foi outro destaque da festa.

Ainda na parte final do evento, ao amanhecer, um ponto negativo notado pelo público foi o excesso de pessoas “aleatórias” no palco principal, que por muitas vezes tentavam aparecer para o público mais do que os próprios DJs.

Infelizmente, Ace Ventura (que tinha outra apresentação marcada para o mesmo dia em Belo Horizonte) teve problemas logísticos e não conseguiu chegar a tempo, como informou sua agência neste comunicado oficial.

No backstage, o clima era semelhante: a nostalgia de nomes como Dusty Kid, misturada a novidades como Roy RosenfelD e Min & Mal deixaram a madrugada com cara de 2008, com um techno extramamente sombrio e dançante, casando perfeitamente com o friozinho e com a névoa curitibana que envolveu a festa. Ao amanhecer, a turma da Cadenza assumiu a pista e conduziu ela para sonoridades mais alegres e houseadas, formando uma sequência perfeita (o que mostra que quem montou a sequência do line sabia o que estava fazendo).

E não podemos deixar de mencionar o Crazy Dance Stage, que reuniu grandes talentos locais como Mad Cube, Rodrigo Lopes e nossos residentes do Kultra. Apesar de ser afastada, a pista ficou cheia por vários momentos da festa, mérito destes DJs que ainda tem muito a ascender.

Na questão estrutural, apesar da chuva o palco principal estava muito bonito. Com um telão muito bem programado pelo VJ, muitas vezes nos pegávamos completamente distraídos, viajando nas projeções. O backstage foi quem mais teve equipamentos de iluminação queimados, portanto era o mais básico possível. De certa forma, contribuiu para o clima sombrio que os DJs da madrugada impuseram na pista, e acabou não atrapalhando. Os 4 brinquedos montados também resistiram bem e funcionaram durante a festa toda, garantindo a diversão de quem pegava as filas de até 20 minutos para entrar neles.

Único ponto estrutural que foi bem falho seja o camarote: o open bar não deu conta da demanda, e era comum as bebidas acabarem ou estarem quentes, causando a revolta nas pessoas que pagaram caro para usufruir dele. Se houver uma nova Playground com camarote open bar, com certeza a logística dele terá que ser revista, pois este está sendo um dos pontos mais criticados pelo público. Já os bares de fora do camarote funcionaram bem durante a festa toda, sem filas e confusões.

No final das contas, a Playground saiu com saldo positivo. Para uma festa estreante na cidade e que enfrentou um grande desafio meteorológico, cometeu algumas falhas que provavelmente serão corrigidas para o próximo ano. Para ver mais fotos, confira a cobertura completa que nosso parceiro Zooe fez, neste link!

Receba nosso conteúdo
direto no seu email

Cadastre seu email e receba toda semana nossos conteúdos e promoções! É grátis!

0
    0
    Sua cesta
    Sua cesta está vaziaContinuar na loja