Ganhar reconhecimento profissional sendo musico não é fácil. Para um DJ então digamos que seja pior ainda pois falamos de um nicho onde a concorrência é bruta e muitas vezes desleal. Porém, com Cyrus Zanon tem sido um tanto diferente: o brasileiro têm se tornado peça chave quando se trata de Progressive Trance no Brasil, isso graças a identidade e harmonia que seu som carrega.
“O grande segredo é começar pelo amor a profissão, depois vem dedicação, foco, e estar sempre procurando coisas novas, são princípios básicos para ser um bom DJ”
Engana-se quem pensa que sua pouca idade (22 anos) é sinônimo de sucesso repentino ou conhecimento raso, já que sua trajetória com a música se iniciou muito cedo. Foi quando o Psy Trance ainda estava em ascensão no Brasil que Cyrus, influenciado por amigos, se apaixonou pela vertente. O artista começou a produzir ainda muito jovem, aos 14 anos de idade, mas só nos últimos anos com o projeto Zanon é que vem ganhando reconhecimento do público e de personalidades da cena nacional.
Os últimos 3 anos têm sido de grande importância para sua carreira, mas foi em 2016 que o projeto ganhou significativa projeção nacional fazendo sua carreira decolar de forma muito positiva.
Sua visão profissional também é muito bem equilibrada: quando perguntamos como deve ser um bom DJ, o artista afirma primeiramente que é preciso inovar, além disso, pensar na imagem que passa para o público, quesito que Zanon tem levado a sério através de suas redes sociais, sempre atualizadas com sua agenda, fotos, vídeos e com os fãs devidamente respondidos.
“Acredito que a identidade do som venha de uma mistura de gosto musical com sentimento e o modo com ele é transmitido através da música”.
Foi com o lançamento da faixa “Echoes of the Universe” que Zanon deu um grande salto na carreira. Uma track progressiva, psicodélica, com diversos elementos indianos, timbres étnicos e cheia de espiritualidade que foi produzida a partir de uma releitura de “Nippulaa Swasa Ga” do artísta M. M. Keeravani, música que faz parte da trilha sonora de um filme indiano.
O lançamento da faixa foi feito no Universo Paralello que aconteceu durante a virada do ano de 2015 / 2016. Não foi só o público que se apaixonou por “Echoes of the Universe”: a produção chamou a atenção de ninguém menos que Swarup e seu filho Bhaskar. Tanto que logo após o término do evento Zanon foi convidado pela dupla a participar com essa música de uma compilação especial do UP #13, junto dos principais destaques dessa edição do festival. Até então a faixa tem sido tocada por artistas como V.Falabella e Capital Monkey, reforçando ainda mais sua qualidade!
“A Echoes of the Universe me lançou no mercado de uma maneira muito positiva, ver o público correndo para o ‘front’ quando começo a tocar ela é um sentimento difícil de explicar, faltam palavras”
Se você ainda não conhece, aumente o som e aperte o play:
Após ganhar um merecido destaque no Unvierso Paralello Zanon foi convocado a trabalhar com a DM7 Bookings, uma das principais agências de DJs no ramo do Psy Trance ativas no país. Nas palavras do artista, “Trabalhar com a DM7 sempre foi uma meta”.
A grande vantagem de fazer parte de uma grande agência é que toda a negociação sobre onde o músico estará tocando fica por conta dos agenciadores, eles fazem toda a burocracia, isso significa que Zanon terá muito mais tempo em estúdio, criando e mostrando o melhor do seu trabalho ao público.
Parceria com Talpa: Zanon confessa ser um admirador e fã do trabalho de Talpa, artista chave que marcou a história do psy trance mundial. Cyrus fará uma colaboração com Talpa que será lançada nos últimos meses.
Novo EP: Zanon está trabalhando em um novo EP com algumas músicas originais
Outras parcerias: Novas parcerias de fortes referências também estão sendo firmadas, além de Talpa, temos Capital Monkey, Harmonika já confirmados para os próximos meses.
Próximas Gigs: Zanon está com a agenda fechada para o ano inteiro, tocando por festas e festivais por todo o Brasil incluindo o tão esperado Adhana Festival que acontecerá na virada do ano e uma tour pela Índia que será anunciada em breve.
A caminhada esta só começando!
Olá, Cyrus! É um prazer falar com você. Podemos começar nossa conversa com algumas informações importantes sobre sua iniciação em meio a música e ao psy trance. Como isso aconteceu?
O prazer é todo meu em falar com vocês! Então, desde pequeno eu me sentia muito atraído pela música, com aproximadamente 9 anos de idade eu dormia com o rádio/relógio ligado com volume baixinho a noite inteira… Com o passar do tempo comecei a conhecer mais gêneros e entre eles estava a musica eletrônica! Alguns anos depois mudei de cidade por motivos familiares, de Curitiba fui para o interior de Santa Catarina numa cidade chamada Videira. Já com aproximadamente 14 anos em 2008/2009, época de ouro do psy-trance no Brasil e com um circulo de amigos que gostavam de musica eletrônica, veio o interesse pela produção musical. No inicio eu e meus amigos começamos a produzir, alguns já eram Djs e tocavam full-on nas festas da região então sempre tínhamos as tracks fresquinhas para usar como base. A partir dai tudo começou.
O progressive é um dos estilos mais populares dentro do psy trance mas o que você costuma tocar possui uma identidade muito bem definida dentro da vertente. Como foi construir essa identidade sendo tão novo, com apenas 22 anos?
Acredito que a identidade do som venha de uma mistura de gosto musical com sentimento e o modo com ele é transmitido através da música. Eu procurei por isso bem cedo, com 14 anos comecei a produzir e agora 8 anos depois e com 3 anos de Zanon o projeto começa a se encaminhar para um rumo muito positivo em muitos aspectos. Além disso é muito importante acreditar no que se faz, ter dedicação, foco e sempre estar ligado nas mudanças do cenário.
A faixa “Echoes of the Universe” foi um sucesso instantâneo após a ultima edição do Universo Paralello, sendo selecionada entre as que mais marcaram o festival ficando na frente de muitos projetos gringos. Como funcionou o processo criativo dela?
A “Echoes of the Universe” abriu muitas portas na minha carreira, ela é a releitura da música “Nippulaa Swasa Ga” do artísta M. M. Keeravani que faz parte da trilha sonora de um filme indiano chamado “Bahubali” uma ficção histórica épica que retrata a batalha de dois irmãos. Quando encontrei ela na internet logo veio a ideia de fazer a releitura de progressive pois tinha uma temática muito forte, timbres étnicos com uma letra marcante, toda essa espiritualidade combinaria muito com festas e festivais do gênero. Ela ficou pronta em meados de outubro de 2015 e então recebi o convite do Bhaskar para lançar ela em uma compilação feita por ele e seu pai Swarup (Idealizador do Universo Paralello) especialmente para a edição #13 do festival. A aceitação foi incrível tanto no UP quanto nas outras festas e festivais que acontecem até hoje, é sempre uma surpresa tocar ela pois causa um sentimento bem singular no dancefloor.
Hoje você faz parte do casting da DM7 Bookings, agência que demonstra uma relação bem familiar com seus artistas. Como é trabalhar com uma das principais agências do país?
Trabalhar com a DM7 sempre foi uma meta, eu sempre admirei o modo com que eles tratavam os artistas e o respeito e confiança do publico no geral quando se trata de algo relacionada a DM7 Bookings, minha relação com os artistas do casting também sempre foi ótima e no começo desse ano (2016) recebi o convite para fazer parte do casting. Hoje depois de quase 4 meses na agência posso dizer que o relacionamento la dentro é completamente familiar, todos se ajudam muito e tudo é muito transparente, fatores que passam uma segurança muito grande para o artista pois sabe que esta nas mãos certas e no lugar certo.
Você produz suas próprias faixas mas também faz excelentes remixes. É muito interessante como DJs e produtores conseguem colocar a própria identidade na visão de outro artista. Qual o principal desafio ao se trabalhar em uma track de outro artista sem diminuir o processo criativo envolvido em sua produção?
Pra mim o principal desafio é fazer a mescla do seu próprio estilo com a identidade que a música já possui, a partir do momento que isso flui a magica acontece! Recentemente lancei free download no Soundcloud o remix para a track “O Fortuna” dos artistas Harmonika e Claudinho Brasil e o resultado foi muito positivo, é muito gratificante ver comentários do tipo “ficou melhor que a original” pois foi um enorme desafio e responsabilidade para mim remixar uma musica que pegou top 1 no chart de Psy-Trance do beatpor ano passado e foi um grande destaque entre as musicas de 2015.
Atualmente com a alta do dólar no Brasil fica mais difícil trazer artistas gringos para tocar aqui. Você acha que finalmente entramos na era da valorização do artista nacional?
Com certeza 2016 vai ser o ano que os artistas nacionais vão dar um belo “up”. O dólar alto é um fator que vai ajudar isso a acontecer com certeza, porem, o mérito vem em primeiro lugar, o Brasil esta muito bem representado e a nova geração está muito forte e dedicada dentro do Psy-Trance, merecendo cada vez mais a atenção do publico e dos organizadores de festas e festivais.
Esse ano de 2016 tem sido um ano importante para você. Tivemos a sua primeira apresentação no Universo Paralello, importantes parceiras, lançamentos e estar entre os top 10 do Beatport no chart de psy trance. O que você destacaria de mais importante e gratificante nessa temporada?
Tudo que aconteceu pra mim em 2016 foi muito positivo, agora se for para ressaltar seriam duas coisas: Entrar na DM7 bookings e o sucesso que a “Echoes of the Universe” fez e ainda esta fazendo no Brasil e no mundo. Com a DM7 eu tenho mais tempo para dedicar a produção sem me preocupar com aquela burocracia que foi me agenciar sozinho até então, e estar em uma das principais agencias do pais me deixa mais tranquilo para focar no projeto. A “Echoes of the Universe” me lançou no mercado de uma maneira muito positiva, ver o publico correndo para o “front” quando começo a tocar ela é um sentimento difícil de explicar, faltam palavras.
Na sua opinião, o que difere um bom DJ dos demais?
O grande segredo é começar pelo amor a profissão, depois vem dedicação, foco, e estar sempre procurando coisas novas são princípios básicos para ser um bom DJ. Hoje em dia se vê muito do mesmo, a mesma formula… E a galera enjoa, o publico esta cada vez mais e mais exigente. Quem acaba se destacando é quem inova na sua música, no seu marketing, nas promoções e assim por diante.
Você tem feito grandes parcerias no decorrer dos últimos meses, existe algum artista com quem você sonhe em produzir?
Eu sempre admirei muito o som do Talpa, acho as características do som dele muito singulares, muito artísticas, e para minha felicidade estamos trabalhando numa colaboração que esta para sair em breve! Posso ressaltar mais dois artistas que eu admiro muito e ficaria muito feliz em trabalhar junto que são Astrix e Vini Vici. Ambos tem uma trajetória épica dentro do cenário do trance e já fizeram muito pelo mesmo. Seria uma veradeira honra trabalhar com esses “monstros”.
Conte pra gente em que você está trabalhando no momento e quais são as novidades para os próximos meses!
No quesito música estou trabalhando em um novo EP com algumas músicas originais. Também estão para serem lançadas nos próximos meses minhas colaborações com: Capital Monkey, Talpa, Harmonika, além de um remix para a música “Kyma-X” do artísta Waio. Agora no quesito festas, estou com várias datas confirmadas até final desse ano, passando por praticamente todos os estados Brasileiros em festas e festivais muito importantes, alem disso, uma tour na Índia esta tomando forma e deve ser anunciada em breve.