A polêmica lista da revista Rolling Stone

Publicado em 24/03/2014 - Por Psicodelia.org

Há pouco mais de uma semana, a revista Rolling Stone lançou uma lista com as 50 pessoas mais importantes da música eletrônica. Diferente das listas ao estilo “DJ Mag”, esta não se limitou a ordenar DJs por popularidade. Dessa vez, a Rolling Stone misturou em um mesmo ranking DJs e diversos outros profissionais que de alguma forma exercem influência na cena eletrônica mundial.

Entre os nomes da lista, encontramos por exemplo: Steve Aoki, Richie Hawtin, Thristian Richards e Blaise Bellville (Boiler Room), Russell Faibisch (criador do Ultra Music Festival), Matt Adell (Beatport), etc. Você pode ver a lista completa na matéria original.

Sobre a polêmica que surgiu a partir daí, nossa leitora Camila Giamelaro enviou um artigo, que vocês acompanham a seguir:

 


 

Muitos irão reclamar. Alguns dirão que estão faltando nomes. Outros dirão que tantos outros não tem seu mérito para constar na lista. Mas o importante é saber analisar o porque dessa lista ser montada dessa forma, com esses nomes.

Vale lembrar que a Rolling Stone, sendo uma revista americana e não necessariamente especializada em música eletrônica, tem lá seu direito de montar listas como bem entender com o know how que lhe é adquirido, neste caso voltado mais especificamente para o mercado e seus representantes. Eles não são especializados em DJs e nem deveriam. Assim como a lista não é e nem deveria ser uma lista de melhores DJs do mundo… Para isso temos as listagens anuais da DJ Mag, RA (Resident Advisor) e muitas outras. A lista da Rolling Stones é, quase que totalmente, mercadológica.

Mas se vocês querem falar dos DJs da lista, então vamos nessa…

A cena eletrônica americana, querendo ou não, é uma cena totalmente à parte do resto do mundo. Assim como a cena brasileira é diferente da européia e por aí vai. O lado de cá do mundo, o “novo continente”, não tem suas raízes fundamentadas na real cultura eletrônica por mais que tenhamos alguns representantes de muito peso como Richie Hawtin (canadense, considerados por alguns o pai do Techno minimalista) e DJ Marky (brasileiro, responsável pela popularização do drum ‘n bass no começo dos anos 2000 e um dos maiores representantes do gênero em todo o mundo).

EDM não tem nada a ver com esse tipo de personalidade. EDM para os americanos tem a ver com o que há de mais popular no lado comercial da música eletrônica. Tem a ver com grandes festivais onde milhares de jovens se reúnem para ouvir artistas como Steve Aoki, Diplo e Skrillex (inclusive estes estão listados como realmente importantes para eles). E porque não seriam?

Será que se esses caras não tivessem surgido por lá, a música eletrônica seria para eles o que é hoje? Será que grandes negócios como a aquisição da ID&T e Beatport por uma enorme companhia americana teria acontecido? Será que o EDC(Electric Daisy) e UMF(Ultra Music Festival) teriam a visibilidade que tem hoje e será que a Tomorrowland teria vindo pra este lado do mundo? Pense nisso.

Veja bem: isso não tem nada a ver com meu gosto pessoal. É uma anaálise sobre o cenário musical americano.

E pra finalizar, gostaria de fazer apenas uma pergunta sobre os nomes que realmente importam dessa lista (empresários, fundadores de companhias, presidentes de gravadoras): quantos deles você conhece?

Artigo enviado por Camila Giamelaro

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