África, caridade… e música eletrônica!

Publicado em 08/12/2009 - Por Eliel Cezar

african-childrens-choir

Mesmo quem não costuma acompanhar as notícias da música pop conhece a atuação filantrópica de alguns grandes figurões do mainstream, como Bono Vox e Madonna – se ela é midiática ou realmente altruísta, cabe a cada um interpretar. Contudo, o mundo da música eletrônica, embora tenha suas estrelas com cachês que chegam a 5 ou 6 dígitos por algumas horas de apresentação, até então tem poucos exemplos conhecidos de incursão na caridade.
Por isso, chama a atenção a iniciativa de 18 produtores ao se reunirem na compilação Kittball Charity Compilation “It Began in Africa”, recém-lançada no Beatport. Trata-se de um projeto que tem por objetivo arrecadar fundos para a organização “The African Childrens Choir“, que promove projetos de inclusão social para crianças órfãs e carentes em 7 países africanos.
O nome da compilação dá uma boa dica do que se trata. “It Began in Africa” ou “Começou na África” se refere não só às origens africanas da raça humana: diz respeito também às nossas origens musicais, e a como os ritmos africanos influenciam o que se produz hoje em dia, inclusive na e-music.
A relação íntima entre os ritmos tribais e a repetição viajante das batidas eletrônicas é patente e presente no discurso de figuras como Goa Gil, que vê as festas eletrônicas como os rituais primitivos atualizados, análogos aos tribais da infância da Humanidade.
O objetivo é levar a nossa identidade musical atual a um contato com as origens. No caso específico, 21 músicas do coral das crianças africanas foram reinterpretadas para as pistas de dança por nomes do calibre de Timo Maas , Cary Grant e Format:B. O resultado surgiu: tracks de Tech-House e House que esbanjam a percussividade e groove típicos dos ritmos do continente-Mãe. Confira logo abaixo a contribuição dos alemães do Format:B, com a excelente “Africa”:

Format:B – Africa (Original Mix)

Se aos fanáticos pelos downloads gratuitos faltavam bons motivos para comprar suas tracks, aí vai uma boa razão: toda a renda conseguida com a venda da compilação e das tracks será revertida para a organização.

A quem interessar comprá-la, com certeza é uma boa tanto para o coração quanto para os ouvidos.

P.S.: Falando em caridade, vale a pena ler a entrevista que o DJ Jay Haze concedeu ao Rraurl. Ele está na ponta de lança do movimento “DJ’s pelo Congo”, que inclui também figuras como Tiga e Loco Dice. Não obstante a visão reducionista e a uma ideologia inocente em relação ao capitalismo, vale a pena dar uma conferida!

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