Neste próximo sábado, 04 de abril, os amantes da boa música eletrônica serão colocados diante de uma encruzilhada: no mesmo dia, em São Paulo, rolam a Orbital e a Skol Sensation. A duas festas, com dois conceitos bem diferentes, vão marcar um verdadeiro duelo.
De um lado, a Orbital, festa a céu aberto, trazendo nomes já conhecidos do público que frequenta raves como Krome Angels, Eskimo, Tim Healey, Talamasca, entre outros. A organização também promete uma estrutura comparável aos maiores festivais do mundo, com direito a palco móvel, jogo de espelhos e uma cenografia inovadora. Ambiente de fazenda, muito espaço pra dançar, brincar com malabares, etc.
De outro lado, a Skol Sensation, evento fechado, com muito mais “cara” de balada. Com suporte da grande mídia (organizações Globo, inclusive, o que por si só praticamente já indicaria nenhuma possibilidade de impedimento da festa), surge com uma proposta totalmente diferenciada. Nesse caso, a promessa é seduzir a galera pelas performances artísticas, sensações, pelo clima gerado com todo mundo vestido de branco, jogos de luzes, fogos de artifício e tendo a música como pano de fundo, embalada por artistas como Ferry Corsten, Gui Boratto, Fedde le Grand e Mark Knight.
Resta perguntar então se a realização das duas festas em um mesmo dia podem realmente atrapalhar uma ou outra organização ou talvez as duas. Claro que existe um público muito específico que sempre irá preferir uma rave a qualquer outro tipo de evento. E há também o público mais característico de balada e que nunca irá botar os pés em uma rave.
Mas ainda assim acredito que ambos os eventos compartilham pelo menos 1/3 do mesmo público. Explico:
Uma grande parte do público médio das 2 festas é simplesmente fã de música eletrônica, e poderia se divertir igualmente em ambos os eventos, sem se importar com a diferença de conceitos. Isso é claro, se houvesse um espaço de pelo menos uma semana entre um e outro.
Mas acontecendo no mesmo dia, as 2 festas acabarão perdendo uma parcela considerável desse público. E essa disputa pode ter ocorrido tanto por falha no planejamento ou simplesmente por uma jogada maldosa de uma das 2 produções. Aí há margem para várias interpretações.
Como até hoje não me apresentaram um argumento que me faça trocar uma boa festa open air por uma balada (ainda que super produzida), tendo que escolher, eu escolho a Orbital (mas com um sentimento de perda, confesso).
Agora fica a dúvida a ser respondida no próximo sábado: será que o público que iria naturalmente para a Orbital se deixou seduzir pelo Skol Sensation? Ou ainda, será que esse público, mais eclético, é maior do que aquele formado pelos fiéis às raves?