Entrevista: Ekanta

Publicado em 31/08/2014 - Por Marina Tavares

Marina – Como a música eletrônica surgiu e conquistou um lugar especial em sua vida?
Ekanta – Primeiramente, a minha irmã voltou da Índia, e trouxe algumas fotos das festas, e fitas cassetes com música trance. 

Um ano depois, eu fui morar em Amsterdã, onde comecei a frequentar o movimento… Eu ia à festas de todas as vertentes, Techno, Trance, Drum’n'bass, House, e não curtia muito, era legal, mas nada especial. Na primeira de Psychedelic Trance em que fui, no dia 16 de dezembro de 1994, eu senti, é isso!! E aqui estou!

 

Marina – Como foi o início de sua carreira?
Ekanta – Por já estar dentro do movimento, frequentar, e até produzir algumas festas em Amsterdã, eu tive algumas facilidades. A primeira vez em que toquei foi um set de Chill Out, em uma festa que fazia com algumas amigas. 
Quando voltei ao Brasil, foi bem difícil, pois, a música eletrônica, e toda a sua cultura, era novidade por aqui, e não tinha a aceitação de hoje.

 

Marina – Quem foram as suas influências?
Ekanta – Eu ouvia Total Eclipse, Astral Projection, GMS, Eat Static; e os sons das gravadoras: Flying Rhino, TIP, Matsuri, Dragonfly, Spirit Zone, entre outras…

 

Marina – Você foi uma das pessoas responsáveis por trazer o Psy Trance para o Brasil. Nós conte um pouco dessa história. 

Ekanta – Realmente, eu me apaixonei pela música, e cultura alternativa que envolvem a cena. Eu morava fora, e quando tive que voltar, eu pensei: Como vou viver sem isso? Temos que levar isto para o Brasil! E ainda vamos ter trabalho para toda a família, uns vão ser DJs, outros decoradores, fazer o bar, as roupas, a luz, o VJ, portaria, comida…

Esse é um sonho que se tornou real, mas é claro, não foi, e não é nada fácil.

 

Marina – Você pertence a maior gravadora do Brasil, a Vagalume Records. Como é fazer parte desta grande família?
Ekanta – Eu acredito que, para qualquer DJ, ser parte de uma gravadora é gratificante, e um sinal de reconhecimento profissional. Um status, e um respeito maior dos colegas, produtores, etc… Por a Vagalume ser o que é, e ser literalmente a minha família, é melhor ainda!

 

Marina – Depois de anos tocando como DJ set, você lançou o seu live. O que levou a está decisão?
Ekanta – Eu já estava produzindo há muito tempo, mas, sem objetivos maiores, uma track aqui e outra ali… Depois de um ano, além da pressão da galera (risos), eu ganhei um benefício do Governo do Distrito Federal, fui contemplada pela Lei de Incentivo à Cultura, com uma verba para lançar um álbum, e isso impulsionou bastante a produção, e o live foi uma consequência. O engraçado é que o CD ainda não saiu, mas o live está rolando! (risos)

 

Marina – De onde você tira inspiração para criar novas músicas?
Ekanta – Inspiração e criatividade vem nos momentos em que menos esperamos, no avião, vendo um filme, no chuveiro. Não dá para definir, ela simplesmente chega… E as fontes são muitas!

 

Marina – Os seus filhos decidiram seguir o mesmo caminho que você. Como é poder criar músicas ao lado deles?

Ekanta – Maravilha ,eu aprendo muito com eles! Mas, a nossa vida é bem corrida, é difícil a gente se encontrar. É cada um viajando para um lado, com a sua música, correndo atrás das coisas, sem finais de semana, ou aniversários. Às vezes, a gente se encontra por coincidência no aeroporto!

Marina – Conte-me um pouco sobre a sua história no Universo Paralello Festival.
Ekanta – Eu estou na produção desde o início, além de tocar, já trabalhei em várias áreas do festival. Hoje em dia, eu cuido de bookings, distribuição das fichas de consumo, e pagamentos dos artistas. É um festival feito pela minha família, além da concertização daquela “ideia” de 20 anos atrás. Eu me dedico de corpo e alma.

Marina – Como foi tocar na 15° edição do Festival Alternativo do Kranti?
Ekanta – Eu também estou envolvida como artista no FAK desde o início. Já morei em Alto Paraíso, e lá sempre me sinto em casa. Além de tocar para amigos, o festival tem crescido bastante, com pessoas do Brasil inteiro, a vibe da Chapada é algo surreal, e a energia que rola no festival é ímpar!

Marina – Qual foi a apresentação que mais te marcou?
Ekanta – Este ano? (risos) São 20 anos, então é muito difícil dizer… No FAK este ano, o meu DJ set foi muito bom! No UP este ano, também! 

No UP 10, no Voov Alemanhã em 2002, e por aí vai…

 

Marina – Quais são os seus hobbies quando você não está produzindo ou viajando?
Ekanta – Eu gosto de ouvir música, assisitir filmes, ler, sair para comer, tomar sol com as amigas, toma umas, jogar conversa fora, ou às vezes, não fazer nada (risos)… 

 

Marina – Quais são os próximos planos em relação a produções e lançamentos?
Ekanta – O foco principal agora é lançar o CD, Raízes Eletrônicas, que já está pronto. 
No momento, a minha linha de produção tem o tom menos “roots”, uma coisa mais Lucy do que Jurema.
Um outro grande projeto do ano, é a agência de bookings de artistas que acabo de abrir, FFM Bookings. Eu estou gostando bastante de trabalhar com isso, e sinto que coisas boas vem por aí!

 

Marina – Gostaria de deixar um recado para os seus fãs?
Ekanta – Thanks for the support! See you on the Dance Floor!

 

Conheça mais sobre a artista:

https://www.facebook.com/pages/Ekanta/206063112745936

https://soundcloud.com/ekanta-jake

 

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