Segundo a lenda do Rei Arthur, Avalon é o nome de uma ilha onde a espada Excalibur teria sido forjada. Mas também pode ser o nome de um dos projetos de Psytrance de maior destaque nos últimos anos, criado pelo inglês Leon Kane.
Fã de Hendrix, Doors, Pink Floyd, Nirvana e Sonic Youth, Leon iniciou sua carreira em 2003 como DJ, passando a produzir suas primeiras tracks em 2006. Mas foi somente em 2010 que decidiu lançar sua carreira solo, ao entrar para a gravadora Nano Records, lançar o álbum Distant Futures, e emplacar várias músicas no Top 10 do Beatport.
Foi questão de tempo para Avalon passar a marcar presença em grandes festivais como o Boom Festival, Ozora, Universo Paralello, Burning Man, entre outros. Também foi com naturalidade que sua amizade com Tristan Cooke transformou-se em outro grande projeto: o Killerwatts. Aproveitando sua vinda para mais uma turnê no Brasil, o Psicodelia bateu um papo com ele em uma entrevista exclusiva, confira:
Em 2018 você está completando 15 anos de carreira. Com relação aos desafios da carreira, quais são as diferenças e semelhanças entre 2003 e 2018?
O que continua igual é o desafio de você se manter verdadeiro consigo mesmo, inovar e não imitar os outros e não apenas seguir tendências. Sobre as diferenças, a cena hoje é muito maior do que nos últimos 5 anos. Eu vou tocar no Tomorrowland e no EDC Las Vegas nos próximos 2 meses e isso é algo que jamais aconteceria há 5 anos para o meu tipo de música!
Quando o assunto é música eletrônica em geral, o Reino Unido é uma referência mundial, seja por seus inúmeros clubs,seja pelas centenas de DJs famosos. Mas falando especificamente sobre Psytrance, como você avalia o desenvolvimento dessa cena em seu país?
Eu sinto que está finalmente voltando. No último fim de semana eu vi a melhor produção de um club (no Illuminaughty) em mais de 10 anos. A cena está crescendo novamente e eu estou muito feliz por isso.
Artistas de Psytrance raramente tocam em eventos fora do nosso nicho e você foi chamado para tocar no EDC Las Vegas,um dos maiores festivais de música eletrônica focado em EDM e isso é algo muito raro. Como você avalia a importância disso para o Psytrance? Você acha que esse tipo de acontecimento pode se tornar mais comum daqui pra frente?
Eu acho muito importante trazer o som e a vibe psicodélica para as massas do EDM. Assim eles podem entender que existem diferentes sub-gêneros no Psytrance e não só grandes vocais melódicos. É sobre o Full On psicodélico que estou falando!
Além do EDC você ainda tem datas marcadas em alguns dos maiores festivais de Psytrance do mundo como Boom, Vuuv, etc. Mas isso já não é novidade para você. Como é tocar para uma pista com dezenas de milhares de pessoas depois de tanto tempo na estrada? Vira rotina?
Eu amo variar e ser capaz de tocar tanto para o mainstream quanto para o underground. Eu produzo um monte de tracks com diferentes estilos e isso me permite mixar de diferentes formas quando toco nesses eventos. É a melhor sensação, viver meus sonhos nesse momento. Eu amo isso mais do que nunca! É o auge após 15 anos de trabalho e estou surfando a onda agora.
Você e Tristan possuem uma parceria de longa data, que é o projeto KillerWattz.Com que frequencia vocês costumam se encontrar? Como é o processo de produção musical em dupla, já que ambos costumam ter agendas variadas pelo mundo?
Nós passamos muito tempo juntos em Goa, na casa dele mais para o interior, onde produzimos nossa música. Ele não é só um parceiro de música mas meu melhor amigo e um grande irmão. Nós vamos passar 10 dias no Brasil e pretendemos transformar nosso quarto no hotel em um estúdio e produzir o próximo EP do Killerwatts haha 🙂 haha
Você também tem produzido com outros artistas? O que podemos esperar para esse ano?
Este ano não muito. Neste ano estou focando no meu projeto e tracks solo, o próximo Avalon está a caminho. Já faz um bom tempo, eu estou inspirado e pronto para criá-lo.
Indique 5 projetos (ou tracks) que você ouviu recentemente e nossos leitores precisam conhecer:
Magik, Mandala, Laughing Buddha, Sonic Species e é claro, Tristan!
Você já passou por inúmeros festivais no Brasil, em vários momentos diferentes. Como você avalia a cena brasileira atualmente?
Já faz mais de dez anos desde que comecei a tocar no Brasil e que bela jornada tem sido. A cena agora está maior do que nunca e é sempre tão excitante estar aí. Mal posso esperar pelo Sonoora a Alkazam nessa tour.
Você está confirmado para o Adhana Festival no final do ano. Qual é a sensação de tocar pela primeira vez nesse festival produzido pela DM7?
São tantas coisas tão boas, estou super animado para tocar pela primeira vez no festival da minha agência. Eles são o melhor time do qual já fiz parte no Brasil. Vai ser foda!
E para finalizar, sua tour pelo Brasil começa semana que vem… deixe uma mensagem para os fãs!
Eu mal posso esperar para estar de volta e curtir com vocês novamente. E preparem-se, nó vamos arregaçar, meus amigos!! <3