O local do maior desastre nuclear da história está sendo comercializado como um destino turístico com direito a máscaras de gás, sorvetes radioativos e, agora, uma exposição de arte multimídia. O artista de Kiev, Valery Korshunov, é o responsável pela Artefact, uma mistura de festa com exposição de arte realizada na zona de exclusão radioativa de Chernobyl em novembro passado.
Em 1986, uma explosão na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, destruiu um reator nuclear e liberou 400 vezes mais material radioativo do que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima no final da Segunda Guerra Mundial. Após o desastre, uma zona de exclusão de 30 km foi criada ao redor do reator.
Em uma coletiva de imprensa realizada não muito distante do reator nuclear, Korshunov disse aos repórteres que a Artefact está prestes a reinventar Chernobyl.
“Todo mundo conhecia este lugar por causa de uma tragédia. Mas fizemos de Chernobyl menos prejudicial para o meio ambiente. Nós estamos seguros. Viemos aqui para mudar a história de Chernobyl. ”
Os participantes foram obrigados a usar macacões de proteção com capuz branco, e militares ucranianos estavam no local com contadores Geiger (o aparelho utilizado para medir a quantidade de radiação em um corpo ou local).
Um repórter do jornal britânico The Guardian que documentou o evento disse que o cenário estava mais para um filme de apocalipse zumbi.
Chernobyl viu um aumento no turismo desde que uma operação de limpeza foi declarada completa em maio de 2018. Ironicamente, a radiação mortal que antes mantinha as pessoas longe do local é agora o seu maior ponto de venda: o centro de informações turísticas de Chernobyl vende uma ampla variedade de ítens como camisetas, ímãs de geladeira, máscaras de gás e trajes nucleares.
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via The Guardian