Stereosonic 2010: mix de estilos para uma cidade e um país multiculturais

Publicado em 04/12/2010 - Por Eliel Cezar


Direto da Austrália, nosso correspondente internacional, Maikon Bruno, conta o que rolou no StereoSonic, o maior festival de musica eletrônica do país, que reuniu mais de 160 mil pessoas em Sydney e ainda promete agitar mais cinco cidades.

Se há um aspecto do qual o grande público que compareceu à edição do StereoSonic realmente não pode reclamar é da diversidade. A festa agradou a todos os estilos, contando com DJs super pops – como Tiesto, Benny Bennassi, Calvin Harris, Sebastian Ingosso e Carl Cox – DJs de psy, techno e minimal,  artistas locais e internacionais, como o chileno Ricardo Villalobos, que possui muito destaque aqui na Austrália.
E foi exatamente essa grande variedade que se refletiu no público que compareceu à festa. Todos os estilos de pessoas: jovens, velhos, alternativos, ravers compunham uma mistura de cores, cabelos, roupas, energias e nacionalidades comprovando que a festa realmente procura ser tão mix, quando a cidade de Sydney. Em cada canto se ouvia um diferente estilo de música e uma variedade enorme de sotaques, línguas e fisionomias.
Os 67 artistas apresentaram-se nos oito palcos espalhados no Olympic Park de Sydney no último dia 27 de novembro e literalmente colocaram a galera para pular. Em cada palco se via uma multidão feliz curtindo muito seus DJs favoritos. Aliás, toda a variedade do festival também se verificou na estrutura dos palcos, comportando desde os fechados, até os palcos enormes em arenas e palcos propositalmente reduzidos, voltados para um público mais restrito. Além dos oito stages, a festa possuía muitos espaços extras, com várias praças de alimentação, vasta opções de banheiros, três áreas de descanso, áreas com brinquedos de parque de diversões completamente de graça.

A organização, sem dúvida, é o ponto para o qual temos que tirar o chapéu e que impressionou do início ao fim da festa. Na estação Central de Sydney, partiam trens diretos para o Olympic Park, de 10 em 10 minutos. No festival, a ampla sinalização e as várias opções evitaram a formação de grandes filas, apesar da imensidão do público. A organização preocupou-se também em formar corredores apenas para ir e outros apenas para voltar evitando o empurra-empurra.
O Stereosonic contou ainda com água de graça, alimentação a preços acessíveis, muitos pontos de venda de bebida e comida, além de banheiros sempre limpos. Na área mais próxima do palco principal, que não era uma área VIP, havia todo um cuidado para realizar um controle da entrada de pessoas, para que não ficasse muito apertado.
Os Djs entraram em horários cronometrados, sem atraso nenhum. Em cada palco era possível ver nos telões o que estava rolando nos demais. Havia seguranças em todos os lugares e muita água sendo jogada na galera para abafar o calor intenso. Muitas mesas, cadeiras, pufs, sombras, balancos, carrinho de bater, kamikaze, bungee jumping completaram o cenário que contou com tudo e mais um pouco do que se precisa para se fazer um grande festival. Confesso que, ao final, quando uma enorme massa de pessoas se dirigia à estação de trem, eu pensava comigo “quantas horas vou ficar parado aqui”? Para minha surpresa, em menos de 10 minutos estava dentro do trem, sentado e pronto para ir para casa.
Mas, falando do principal, a música e a diversão, a festa foi um show à parte, com toda a modernidade dos telões, da iluminação, muitos fogos de artifício e palcos com mega estrutura. Com exceção do momento em que o som falhou em plena apresentação de Carl Cox, tudo ocorreu perfeitamente bem, ao menos nos stages que consegui acompanhar. E a música, realmente estava demais… De Carl Cox, Ingrosso, Nathan Cryptic, Rudy & Zoe, Infected Mushroom, Harris, Benny Bennassi, Graz, Acid Jacks, Redshape, até o grande final com Tiesto (alguns dos DJs que consegui conferir) todos mandaram muito bem… Não que eu seja um profundo conhecer da música eletrônica, mas bastava olhar ao redor para ver todos dançando e curtindo muito, com as mãos para o alto, gritos e aplausos que davam a exata medida da empolgação do público diante da performance dos artistas.

Para mim, um dos melhores, se não o melhor festival em que já estive, tanto pela organização, pela vibe quanto pelo mix de elementos. E também porque era impossível não se arrepiar em alguns momentos, como quando assisti Enjoy the Silence sendo cantada por 100 mil pessoas, com um som animal, batida forte, telões de altíssima definição, fogos e boas companhias. Só faltaram mesmo meus amigos aí do Brasil…
Agora, para quem esta na Austrália, ainda dá tempo de curtir um pouco dessa festa. Perth, Brisbane, Melbourne e Adelaide e Gold Coast se preparam para receber o festival nos próximos dias. E, para quem está no Brasil, é legal ficar sabendo que o festival rola sempre no final do ano, entre novembro e dezembro. Então, já agende suas próximas férias para o próximo ano e venha curtir um Festival de primeiríssima qualidade, aproveitando um pouco de um dos melhores verões do mundo.
Texto: Maikon Bruno

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