Tribe Curitiba 2008: porque se sujar faz bem

Publicado em 21/10/2008 - Por


Conforme anunciado, prometido e juramentado, lá fui eu curtir, testemunhar e registrar mais uma edição da Tribe Curitiba. A festa aconteceu no último sábado, 18/10, na já tradicional Fazenda Heimari, em Piraquara, região metropolitanda de Curitiba.
A seguir, confiram tudo o que rolou na festa, uma pequena entrevista com um dos membros da organização, dando explicações oficiais sobre os problemas ocorridos e MUITAS FOTOS. Depois, não deixem de postar suas opiniões nos comentários.

São Pedro Traiu o Movimento

O clima realmente não colaborou, como muitos já devem ter ouvido falar. Com a chuva castigando a capital paranaense dias antes, a situação no sábado não poderia ser outra: lama, frio e a chuva fina foram nossas companheiras durante todo o dia. Isso transformou toda a região da fazenda Heimari em um grande lamaçal, quadro que mais tarde pioraria devido ao intenso tráfego de pessoas, carros, vans e ônibus em função do evento.
Segundo relatos, esses problemas fizeram com que a festa abrisse com cerca de 2 horas de atraso e, na parte de dentro, com alguns elementos da estrutura ainda sendo montados.
Eu cheguei aos portões da festa por volta das 13hs, e tive que enfrentar uma fila considerável. Fato compreensível, afinal, não deve ter sido fácil para os seguranças revistar milhares de pessoas “embaladas” em suas capas de chuva.
Logo na entrada, um pequeno desentendimento com um segurança bastante truculento, que tentava impedir as pessoas de se reencontrarem próximo aos portões, onde eram separadas as entradas de homens e mulheres. Superado o primeiro obstáculo, o próximo desafio foi nos adaptarmos à caminhada sobre o mar de lama, até encontrarmos um pedaço de chão com solo mais ou menos firme e estabelecermos acampamento.
A partir daí, foi só se acostumar com a chuva fina e constante (mesmo embaixo da tenda do palco principal) e partir para o abraço. As capas de chuva desempenharam seu papel, assim como as atrações do line na parte do da tarde, que não deixaram ninguém ficar parado.

O Line

No line de full on, nenhuma surpresa. Afinal, todos já imaginavam que os projetos escalados para a esta edição da Tribe seriam sucesso garantido: Pixel e Wrecked Machines já empolgavam a pista no início da festa, quando Krome Angels, o grande destaque do dia,  subiu no palco e fez o público jogar lama a vários metros de altura. Na sequência, Growling Machines e Dimitri Nakov garantiram com muita competência mais algumas horas de agitação em frente ao palco principal.
Na tenda Tribe Club, o único local com clima mais seco e agradável, tudo também correu como o esperado: Gabe e Stephan Bodzin fizeram a alegria da galera que curte os BPMs mais lentos.

Com a Noite, Surgem os Problemas

Na parte da noite, a chuva deu uma trégua e quem estava “escondido” no backstage e na tenda Tribe Club começou a se estabelecer em frente ao palco principal. Logo em seguida, começamos a perceber algumas falhas no som e na iluminação. Finalmente, por volta das 22h30min, aconteceu o que ninguém queria ouvir: o som foi desligado, um membro da organização do evento subiu ao palco e anunciou que, por motivos de segurança, a festa teria de ser encerrada.
A explicação oficial foi o comprometimento da estrutura em geral devido à ação da chuva no decorrer do dia.
A reação do público não poderia ter sido outra: muita gente revoltada, alguns criando suas próprias versões para o encerramento prematuro da festa, outros simplesmente homenageando as mães dos organizadores, pedindo o dinheiro de volta.
Muito dessa revolta se deu pelo fato de a festa ter sido encerrada pouco antes do projeto D-NOX, a atração mais esperada da parte da noite, subir ao palco.
Também surgiu a história de que alguém teria morrido de overdose na festa, o que poderia ter provocado seu súbito cancelamento.

Explicação Oficial

Em meio a tantos boatos e histórias contraditórias, eu conversei hoje com uma das organizadoras do evento, que de imediato respondeu às questões:
1) Muitas pessoas afirmavam, desde o início, que a festa não deveria acontecer. Nem tanto por causa da chuva, que estava aceitável, mas pela estrutura do local, que em pouco tempo acabou virando um grande atoleiro, tanto para os carros (alguns afirmam que nem conseguiram chegar no local) quanto para as pessoas dentro da festa.
Organização: Sem dúvida, com as condições climáticas do sábado nós também pensamos em adiar o evento. Contudo os artistas não possuíam agenda e haviam 3.000 pessoas de fora de Curitiba já no local. De posse destas 2 informações, decidimos que o melhor seria realizar o evento no sábado mesmo.

2) Perto do final da festa, as luzes se acenderam e alguém da organização subiu ao palco, informando que a festa seria encerrada naquele momento pois devido a chuva a estrutura já estava bastante debilitada. O que aconteceu?
Organização: Sobre o encerramento antecipado do evento, nós que estávamos na produção estávamos acompanhando junto com o Corpo de Bombeiros diversos problemas sérios acontecendo na estrutura em função do volume de água que vinha subindo. Problemas elétricos já começavam a acontecer (faltava luz já em alguns setores), a tenda já ameaçava se romper e por estes problemas, pensamos que a integridade do público estava ameaçada. Na dúvida e em condições tão adversas, resolvemos não arriscar.
3) E o boato de que D-NOX não havia comparecido?

Organização: D-Nox já estava no palco pronto para entrar – afirmação totalmente infundada.
4) Mais tarde, descobrimos que houve um incidente com um viciado em cocaína, que teve uma parada cardíaca e faleceu no hospital. Fato noticiado no jornal Tribuna do Paraná.
Organização: Quanto ao caso do rapaz que faleceu no hospital, após ter sido socorrido por nossa equipe já do lado de fora da festa, somente ficamos sabendo do falecimento dele após encerrado o evento, quando tivemos um retorno do hospital para o qual ele foi levado.

Balanço Final

Foi uma festa diferente do que estamos acostumados, mas não necessariamente ruim. Isso dependeu muito do “clima” em que cada um estava.
As condições adversas do tempo foram um grande obstáculo, tanto para o público quanto para a organização. E por presenciar o esforço feito por ambas as partes, seja para superar o desconforto da lama e do frio, seja para tomar decisões impopulares em prol da segurança de todos, posso afirmar que o balanço final foi surpreendentemente positivo.
Quanto ao falecimento do rapaz, é realmente um fato lamentável. Apesar dos esforços dos organizadores, é impossível controlar tudo e todos que entram no evento. E também não vamos cair na besteira de rotular 5 mil pessoas pela irresponsabilidade de uma.
Já quem literalmente “se jogou”, sem medo de ser feliz, conseguiu aproveitar a festa e o excelente line. Basta relembrar quando tínhamos 5 anos de idade, no melhor estilo daquela propaganda do OMO.

Fotos

E para você que chegou aqui procurando fotos, segue alista do que consegui encontrar:

Se vocês tiverem mais links, é só incluir nos comentários.

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