Tribe Moon: review, fotos e vídeos

Publicado em 19/05/2009 - Por

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Depois de 3 posts seguidos aqui no blog discutindo sobre a situação atual das raves no país, fui para Tribe Moon e não pude deixar de reparar na cena com um olhar ainda mais crítico. Detalharei os fatos para que todos consigam dar uma opinião da festa no final. Se você procura por fotos, confira o nosso álbum AQUI. Se procura por vídeos, o You Tube já tem uma lista considerável.

Chegada

Antes mesmo de chegar na estradinha de terra havia uma “blitz” no caminho. Nada de mais: o policial apenas pedia para ascender a luz interna do carro para olhar nossos rostinhos e nos deixava passar. Simples, rápido e educado. Nós, claro, já pensamos que a fiscalização desta festa estaria ainda pior que as outras, visto que os fatos da Tribe na Pedreira não são tão animadores. Quem viu esta reportagem deve lembrar.

Chegamos na festa por volta das 23 horas. Fazia tempo que eu não pegava fila para entrar (nas grandes também) e não pude deixar de “me assustar” com a espera que tivemos para atravessar o portão de entrada.

Algo que reparei, e acho interessante para contar é a doação de alimentos: todos sabíamos que desta vez não era obrigatório trazer o quilo para a troca do ingresso. Apesar disso, o setor de doação estava por lá e, infelizmente, não estava muito movimentado (pelo menos não na hora que eu cheguei). Acho realmente algo triste de se ver, pois parece que ninguém tem vontade própria de ajudar o próximo – apenas trazia porque era obrigatório.

Mal subíamos para o portão de entrada principal e uma ambulância já descia desesperadamente o caminho. Não tem como não pensar no provável exagero do ser com certas substâncias. Restava a nós apenas torcer para que nada de mais grave acontecesse com ele.

Achei engraçado algumas meninas parando a gente para fazer um tipo de pesquisa. Preenchíamos alguns dados e falávamos uma frase sobre a Tribe. As melhores apareceriam no telão da Tribe Light. No fim, ganhamos um adesivo.

Revista

Ao contrário da última Tribe, que foi até meio desagradável de tanto que éramos apalpados na revista, nesta as seguranças não tinham autorização nem para tirar as coisas de dentro de nossa mochila. Não preciso nem dizer que, obviamente, muita coisa passou despercebida nesta história. Por um lado, achei respeitoso da parte deles, uma vez que ser revirado de ponta cabeça não é nada agradável. Por outro, é até preocupante quando pensamos no tanto de coisa que entrou nesta festa com facilidade.

Decoração

Enfim, cerca de 40 mins depois entramos na festa. Para nossa surpresa, no main stage não havia tenda. A decoração da Tribe que é sempre algo que nos prende a atenção, desta vez, deixou um pouco a desejar: havia apenas um telão no meio da pista. Não pude deixar de fazer uma ligação com a Orbital, a qual também não tinha tenda na sua última edição. Levando em consideração que a organização das duas festas é a mesma, fica a pergunta: será que virou algo “característico”?

O palco estava bem colorido, bonito de ver. O setor azul estava realmente aconchegante. Para quem queria descansar um pouco com sombra e praça de alimentação, lá era o ponto certo.

Fazendo um tour na Pedreira podíamos encontrar alguns pontos diferentes como um local para tirar fotos, por exemplo.

Sabe quando você tira foto em cidades turísticas, com espaço para pôr apenas o rosto no Painel pintado? Exatamente assim. E a galera que tirava foto aparecia no telão, logo acima do local. Minha opinião sobre isso? Ok, inesperado. Algo diferente para se acrescentar nas mesmices das festas grandes de hoje em dia, mas, já que é para celebrar a paz, creio que algo mais ligado à cultura seria mais valioso.

Sabem o morrinho que tanto gostamos da Pedreira? Que a gente sobe para ver a festa de cima e sentir aquela energia boa? Então, estava ocupado pelo World Stage. Uma nova tenda da Tribe que trazia cultura, música e interatividade. Resumidamente, era um chill out: local fechado, aconchegante com música mais calma e uma decoração de acordo com a energia do local – tecidos coloridos, por exemplo.

Line up

Este post não seria sincero se não registrasse aqui meu descontentamento pelo som da festa.

1-

O som da Tribe já foi mais alto do que o desta festa. Lembro que a primeira que fui na Pedreira me deixou encantada, pois quando chegávamos perto da caixa, até arrepiava de tão alto. Desta vez, no mínimo 5 pessoas que encontrei entre um dj e outro reclamaram que o som estava baixo.

2-

O tempo entre um dj e outro era MUITO grande. Ficava inconformada com o tempo de espera que tínhamos na troca dos DJs. Sem exageros: a festa ficava quieta durante uns 5 minutos. Era estranho. Não sabíamos se tinha falhado alguma coisa, se estavam apenas ajustando os aparelhos, enfim: o quanto você se animava e aplaudia um live, até entrar o outro você já tinha perdido até o ritmo.

Performances

Eu realmente esperava mais dos lives. Um dos principais motivos que me fazem, hoje, chegar em uma festa em um horário mais próximo do low bpm é o fato das performances dos djs estarem cada dia mais desanimadoras. Sou apaixonada por full on (morning), mas estou cansada de ouvir sempre as mesmas coisas.

Estava ansiosa para ver a apresentação de Infect Mushroom. Apesar de ‘chacota’ eu costumo dizer que é meu “mascote”, pois através dele comecei a conhecer nosso mundo psicodélico há alguns anos atrás.

Porém, eu e o pessoal ao meu redor começamos a nos perguntar se estávamos no show do Kiss quando eles entraram. Creio que levaram muito a sério o formato de ‘banda’ (Este post relata sobre isso). Não parecia (nem um pouco) aquele psy “pesado” que esperávamos ouvir. Por fim, acabei me decepcionando um pouco. Passaram o tempo todo tocando as outras músicas com as batidas comuns que estamos acostumados, mas já não estava curtindo tanto. Na Tribe 7 anos a apresentação deles foi bem melhor.

Particularmente, preferiria que nos apresentassem novas produções torturadoras de cérebro, ao nos trazer um live com músicas velhas “reformuladas”. A impressão que tenho quando vejo isso é que os projetos renomados da nossa cena não se esforçam muito para trazer novidades – vivem apenas do nome e das músicas que já fazem sucesso há muito tempo.

Wrecked Machines mandou bem. Apesar de também ouvirmos quase as mesmas músicas, ele foi o que conseguiu me animar logo após Infected.

Quanto aos outros Djs, conseguiram seguir o ritmo da galera e não deixar ninguém parado. Quando o último DJ (Boris) desligou o som uma multidão ficou esperando para ver se realmente a festa tinha acabado. E, para nossa infelicidade, já estava na hora de ir embora.

P.L.U.R.

Apesar de toda esta análise, vamos ao lado PLUR da festa: Não vi e nem ouvi relatos de brigas. Não ouvi queixas de segurança desta vez.

A energia da festa, como em todas as Tribes estava muito boa. O clima estava leve e, apesar do frio, a galera parecia que só sairia de lá mesmo quando acabasse o som.

Quando amanheceu, a melhor hora do dia como sempre, pudemos desfrutar de um dia de sol maravilhoso para torrar ainda mais nossas cabeças.

Por fim, comparando esta edição da Tribe com edições anteriores já vivenciadas, digo, infelizmente, que esta não foi das melhores. Apesar da energia boa, da galera toda reunida, do clima bom, a festa em si estava fraca para uma organização que, não só tem capacidade, como já nos trouxe estruturas muito melhores.

E vocês? O que acharam da festa?

Confira algumas fotos aqui

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