A nova linha do psytrance progressivo

Publicado em 08/05/2010 - Por Eliel Cezar

Nos últimos tempos, um progressivo menos psicodélico, com roupa de electro e cara de club tem se sobressaído nos releases e nas festas. Confira nossa opinião e um exclusivo SET!

Neelix e os outros nomes da Spin Twist Records são responsáveis por uma sensível renovação do progressive

Começa com uma atmosfera viajada, logo acompanhada por uma melodia de sintetizador. A isso, soma-se, quem sabe, um sample vocal processado retirado de algum filme antigo. Então, silêncio. Breve silêncio. Logo entra um poderoso kick que se repete 135 vezes por minuto, emoldurado por uma linha de baixo contínua, reta e energética. Aos poucos, à base rítmica se une a melodia. E o ciclo se repete. Desconsiderando um ou outro produtor mais vanguardista, o esquema acima comporta a maior parte do que se produziu e tocou de psytrance progressivo nos últimos anos. De Freq e Atmos, chegando a Ace Ventura e Liquid Soul, muitos produtores aprenderam a fazer obras magníficas e únicas com as mesmas peças. Contudo, começa a ficar evidente que algo tem mudado no consagrado método. O sucesso assombroso de Neelix, com seu progressive dançante, recheado de referências ao electro e ao house, não está sozinho. Cada vez mais produtores, com competência, trazem lançamentos que seguem a linha da grande estrela do progressive na atualidade: linhas de baixos influenciadas pelo electro/electro-house (com grooves marcados ou rasgadas), em substituição aos basslines contínuos ou com grooves mais cheios; vocais usados de maneira contida, “cortada”; bpm's levemente acelerados; e , de maneira geral, uma atmosfera mais club e menos “Goa”. Por óbvio, cada produtor possui uma identidade própria, mas a presença crescente dessas características em variados lançamentos dá a entender que é algo mais do que um surto. Enfim, se a segunda metade dos anos 2000 teve um domínio relativo da Iboga Records (Liquid Soul, Ace Ventura, Quantize, Perfect Stranger…), a nova década parece ter reservado um lugar de destaque para a Spin Twist Records. Não à toa. Os lançamentos de Neelix, Day Din, Fabio, Vaishiyas, entre outros, são um sopro de ar fresco na hoje, diz-se, “repetitiva” cena psytrance. Não se diz isso porque Neelix e companhia estão fazendo algo incrivelmente inovador: o grande mérito é a reciclagem do gênero, aliando novas maneiras de produzir com acessibilidade para um grande público. Inegável é o fato de que a grande inovação cabe a gravadoras como Zenon Records e aos produtores de prog dark, com seus pés fincados na psicodelia e experimentalismo. Contudo, unir reciclagem, qualidade e sucesso comercial é um belo mérito frente ao cansado psytrance de grande circuito. Claro que essa é um avaliação pessoal, mas parece provável que a linha de prog Spin Twist tende a crescer e se generalizar. E, consequentemente, a nova onda do progressivo, com cara de electro-house e alma de psy, cada vez mais deve estar presente nas festas. Para exemplificar um pouco dessa visão, montamos um pequeno set (com todas as limitações de competência do DJ). O início segue a linha clássica, mais psicodélica. A partir dos 20 minutos, aproximadamente, faz-se uma gradual transição para o que chamamos de nova linha do  psytrance progressivo. Convidamos vocês ao debate! Estamos realmente frente a uma nova tendência? Seria essa nova linha duradoura? Seria isso realmente um psytrance progressivo? Ouçam e deem suas opiniões! – Tracklist

  • 00:00 – Liquid Space – Unforgotten Girl (Original Mix)
  • 07:56 – Liquid Soul – Hypnotic Energy (Original Mix)
  • 15:03 – Xshade & Loopstep – From Another Planet (Original Remix)
  • 21:14 – Vaishyias – Axon & John (Original Mix)
  • 26:10 – DJ Fabio & Moon – Disco Brain Damage (Original Mix)
  • 33:14 – Kularis – OSD (Original Mix)

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