Review Progressive Festival 2017

Publicado em 08/12/2017 - Por

Criada em março de 2013, a Progressive é hoje o principal evento de Curitba dedicado exclusivamente ao Psy Trance. Com edições regulares acontecendo a cada 2 ou 3 meses, o público se acostumou a ver em seu palco os maiores nomes da cena nacional e internacional dividindo espaço com vários talentos locais.

Essa mistura equilibrada e o profissionalismo na organização de cada edição rendeu à “Prog” um merecido protagonismo no sul do país, o que ficou evidente quando resolveram transformar a festa curitibana em um festival com vários dias de duração no interior de Santa Catarina. O público atendeu ao chamado e fez da primeira edição do Progressive Festival um verdadeiro sucesso.

O festival aconteceu durante os dias 2 a 5 de novembro na Fazenda Evaristo em Rio Negrinho, Santa Catarina e a escolha do local foi estratégica. A fazenda é um espaço pensado para a realização de eventos e por isso já possui uma estrutura física própria com diversas áreas de camping iluminadas e com pontos de luz para o público, banheiros de alvenaria com água quente, áreas verdes gramadas e belas cachoeiras. Além disso, o espaço já é conhecido pelos fãs de cultura psicodélica, pois já havia recebido o Adhana Festival na virada do ano de 2016/17 e há muitos anos é a casa do Psicodália, um dos maiores festivais de cultura alternativa do país.

 

 

Estrutura preparada para a chuva

Realizar um evento open air é sempre uma loteria no que se refere ao clima e as previsões para o Progressive Festival eram bem ruins. Isso provavelmente fez com que a organização do evento deixasse de lado a idéia qualquer idéia relacionada a grandes tendas de tecido e bioconstrução e optassem por um grande túnel de metal, coberto por um material plástico transparente e revestido internamente com tecidos coloridos. O toque final era dado por dois grandes projetores realizando video mapping por toda a estrutura. O resultado final funcionou muito bem, especialmente à noite e cumpriu sua função de manter o público relativamente seco e confortável.

 

 

Destaques do lineup

Logo na abertura do festival o público foi presenteado com a ótima apresentação em conjunto de Kadum e 4i20, com direito a música inédita criada em colaboração entre os dois artistas. Na sexta-feira o destaque ficou para a ótima sequência inciada pelo brasileiro Labirinto, seguido do mexicano 28 e logo após, o projeto em colaboração de ambos, o Shove.

Sábado era provavelmente o dia mais aguardado por boa parte do público: durante a tarde tivemos ótimas apresentações de Jhou, Twelve Sessions e Automack, que serviram de esquenta para um dos principais nomes do evento e uma das figuras mais queridas de toda a cena trance: Raja Ram. Do alto dos seus 75 anos ele não decepcionou e demonstrou uma energia incrível durante as mais de duas horas de apresentação. Destaque para a paciência e extremo carisma do  “vô Raja”, dando atenção e tirando fotos com uma interminável fila de fãs ao final de sua apresentação. A noite de sábado ainda reservava outro ponto alto do evento com a sensacional performance do duo Mad Tribe. A junção de Mad Maxx e Space Tribe foi a apresentação mais elogiada pelo público.

Enquanto isso, do outro lado da fazenda, no Chill Out, Raja Ram voltava ao palco, mas agora trazendo seu outro projeto igualmente famoso, o Shpongle. A noite seguiu de forma surpreeendente com ótimos sets de techno de Lucas, Fábio Leal e Marco Lisa, levando o público de encontro a uma apresentação épica de Rica Amaral quando o dia já havia amanhecido.

O último dia ainda trouxe as ótimas apresentações do belga Anoebis e o versus de Inê e Rica Amaral. Apesar do clima de despedida que começava a pairar sobre o festival, a dupla contou com a alegria contagiante da pista cheia até o fim.

Atividades Alternativas

Festivais de trance não são apenas sobre música, existe toda uma corrente cultural com diversas interações com o público e no Progressive Festival não foi diferente: as atividades paralelas incluíam yoga, cromoterapia, redução de danos, entre outros, aconteciam durante o dia inteiro em um espaço alternativo. Havia também um espaço Kids, um ambiente multicultural com brincadeiras para as crianças e feirinhas com uma imensa variedade de artigos.

Vários artistas também se revezaram em uma série de bate-papos com dicas sobre produção musical e outros aspectos da vida de DJ.

 

Marcação pesada das autoridades

O destaque negativo dessa edição ficou por conta das autoridades locais. Em uma ação inédita, a Polícia Militar instituiu uma verdadeira “operação pente-fino” na entrada do evento, parando praticamente todos os veículos que por ali passavam e revistando cada mochila e cada bolso em cada peça de roupa. Existe diferença entre a fiscalização buscando a segurança do público e a repressão gratuita e, ao menos dessa vez, o “empenho” das autoridades mais atrapalhou do que ajudou na realização do evento, atrasando em horas a entrada de boa parte do público.

 

Saldo Positivo

Foram 4 dias que passaram com a velocidade de algumas horas. Com o sucesso da primeira edição, já começamos a especular quando acontecerá a segunda. Ao lado do Adhana (com edição confirmada para dezembro do ano que vem), Terra Azul e outros tantos festivais do sul do país, o Progressive Festival certamente ainda irá contribuir muito com o desenvolvimento  desse novo e belo momento que vive o Psy Trance no Brasil.

 

Mais Fotos

 

Fotos: ZOOE | Thiago Dea

Realização: DM7 Bookings

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