Conhecida no cenário brasiliense, a DJ Daianne Monteiro, 33 anos, descobriu recentemente que está com câncer de colo do útero em estágio 3 (de um máximo de quatro estágios). Seu diagnóstico comoveu a cena eletrônica da capital federal, ao ponto de, por iniciativa de amigos, chegar à realização de uma festa feita para angariar fundos para o seu tratamento médico. #DAIANOTHERDAY foi o nome dado a festa que será realizada em Brasília, neste sábado, 2 de fevereiro, para arrecadar fundos para o tratamento dessa forte mulher apaixonada pela vida e pelo techno.
“Não esperava essa festa. A ideia partiu de amigos próximos para arrecadar fundos e ajudar na vaquinha, que também não foi ideia minha. Como estou me dedicando exclusivamente a essa terapia curativa, não estou trabalhando”, conta Dai.
“Há sempre a idéia errônea de que uma doença como essa está distante da nossa realidade. Mesmo com cuidados básicos ligados à saúde feminina, não estive imune de desenvolver um tumor, então, o que reforço é que devemos nos atentar a todos os sinais que nosso corpo nos dá. Não deixar para amanhã a resolução de algo que nos incomoda. Cuidar também da mente e do nosso campo energético. São essas as nossas barreiras de proteção.”
Para derrotar o câncer, Dai precisa fazer um tratamento de quimioterapia e radioterapia intensivos, por cerca de seis meses, além de seguir em avaliação regular por mais sete anos. Para tanto, precisa de um valor estimado em mais de 29 mil reais — cota que já atingiu 86% de preenchimento em campanha de financiamento coletivo pela Vakinha, organizada previamente por amigos. Os lucros com a festa virão para complementar esse valor.
No total, 14 coletivos se uniram a causa, entre eles, Universo Paralello Festival, My House, e M.A.N.A.S, o qual Dai faz parte. “Me sinto muito grata e lisonjeada. Minha situação é complicada, mas sei que tem muita gente passando por situações piores. Vejo isso todo dia indo ao hospital para fazer a radioterapia e quimio. Só posso me sentir grata por ter sido escolhida para estar no centro desta rede de apoio”, explica.
Com todo esse processo, Dai Monteiro enxerga a oportunidade de se falar sobre a importância do cuidado físico, mas, principalmente, emocional e energético. “Não sou desleixada com a minha saúde, mas muitas vezes deixamos passar muita coisa no campo emotivo”, revela. Em um mundo acelerado, onde estamos mergulhados em muito trabalho, prazos e mil urgências, menos a nossa saúde, não damos atenção aos sinais do nosso corpo. Na música eletrônica, onde o “lifestyle” exige dos profissionais dedicação intensa, horários insanos e pouca pausa para descanso, é muito fácil deixar passar os sintomas de que algo não vai bem.
“No fim, só o que resta somos nós mesmos, somos uma casca. Essa casca tem que ser bem cuidada, física, emocional e energeticamente. Tenho aprendido com isso, a duras penas claro, e é o que tem me mantido na sobriedade do tratamento. Enquanto a gente tem vida, temos que lutar por ela. Uma doença grave como essa nos mostra que temos que lutar e valorizar a nossa vida, as coisas pequenas e grandes. Deixar a vida mais fluida, aproveitar mais a companhia das pessoas ao seu redor, aproveitar mais a sua companhia. Tudo é psicossomático, nosso corpo é uma extensão, então as coisas se manifestam aqui, mas elas começam em outro lugar primeiro. Temos que cuidar de todos esses lugares”, finaliza.
A festa será no espaço Sub Dulcina, a partir das 22h30. Via Sympla, os ingressos estão disponíveis no segundo lote, por R$ 25,00. Você pode conferir mais informações aqui.
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