Mídia fundamental para o desenvolvimento da música eletrônica, o vinil já teve sua morte decretada milhares de vezes nas útlimas 3 décadas. No entanto, em pleno século XXI ele segue firme e forte, seja em nichos específicos como DJs e colecionadores ou ainda como o destino final dos nossos restos mortais.
Para começar, vamos ter que falar um pouquinho de física: a música, assim como os outros sons que escutamos, é composta por ondas sonoras. Várias ondas em diferentes frequências e comprimentos se combinam, formando a melodia.
Com o uso da matemática, as ondas podem ser representadas graficamente, ou seja, podem ser “desenhadas”. É esse desenho que você vê quando abre uma música em um editor de áudio, por exemplo.
As faixas de música são cortadas, com furos microscópicos, em um disco mole de acetato de celulose, uma substância parecida com esmalte. Depois, o disco é metalizado e usado para prensar várias cópias em vinil derretido. A música está dentro daquelas faixas onde a agulha do toca-discos entra.
Essas faixas têm irregularidades microscópicas, que fazem a agulha vibrar ao passar sobre elas. Essa vibração é captada e amplificada pelo toca-discos e, assim, temos o som na caixa! O LP de vinil como conhecemos hoje apareceu em 1948. O vinil dominou a segunda metade do século 20, até ser desbancado pelo CD, nos anos 80/90.
Antes de gravar no vinil, é necessário fazer um molde do disco, que é chamado de matriz. Esse molde começa com um disco de alumínio, que é cortado no tamanho correto e polido para ficar bem liso. Depois, o alumínio é revestido com laca, um tipo de resina parecida com esmalte de unha, bem maleável e sensível.
Com a base da matriz pronta, é hora de gravar as músicas. O disco de alumínio e laca é colocado em uma máquina chamada de torno, que, com uma agulha, vai gravando as ondas no material enquanto a música é reproduzida, em tempo real.
Com a base da matriz pronta, é hora de gravar as músicas. O disco de alumínio e laca é colocado em uma máquina chamada de torno, que, com uma agulha, vai gravando as ondas no material enquanto a música é reproduzida, em tempo real.
E por falar na música, como ela chega para ser gravada no disco? Hoje em dia, pode ser em um arquivo digital com alta qualidade ou em uma fita de rolo, mas houve uma época em que o disco era gravado com a banda tocando ao vivo. Pois é.
Com a matriz completamente pronta, é hora de fazer as cópias. Para isso, o disco é colocado em uma prensa e uma bola de policloreto de vinila, também conhecido como PVC ou vinil, é colocada bem no meio.
Aqueles adesivos que ficam no centro do disco, chamados de selos fonográficos, também já são colocados nesse momento. Em seguida, a prensa é acionada e aperta o material, espalhando o vinil em cima da matriz e fazendo com que ele copie as ondas gravadas nela.
O disco sai da prensa praticamente pronto — é só cortar as bordas que sobraram e colocar no encarte.
O primeiro disco de vinil foi gravado no dia 21 de junho de 1948, nos Estados Unidos. Ele ficou conhecido como Long Play porque trazia a possibilidade inédita de gravar áudios de longa duração.
Antes dele, usava-se um outro tipo de disco, conhecido como 78rpm ou disco de goma-laca. Apesar de ser bem parecido com o disco de vinil, tendo o mesmo formato e quase sempre a mesma cor, o disco de goma-laca suportava apenas entre dois e três minutos de gravação — ou seja, nada mais que uma música. É graças ao disco de vinil que nasceu a idéia de ouvir um álbum como uma obra completa, e não só uma música individual.
O primeiro LP produzido no Brasil foi lançado em 1951 e tinha várias marchinhas de carnaval. O disco foi batizado de “Carnaval em Long-Playing” e tinha oito músicas.
Já o disco de vinil mais vendido do mundo foi o álbum Thriller, de Michael Jackson lançado em 1982.
Confira esse documentário de 10 minutos abordando o futuro dos discos de vinil (em inglês)
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via Letras