Ecstasy, geração rave e estados alterados de consciência em livro

Publicado em 06/08/2008 - Por Eliel Cezar

Capa do livro de Tim Pilcher

Não só as páginas policiais andam ocupadas em falar de ecstasy. Se de um lado tem gente que insiste nas potencialidades terapêuticas e até místicas do ecstasy, do outro sobram comentários que chegam ao cúmulo de dizer que é uma “droga do demônio”. Mas, indo muito além das notícias de prisões e apreensões da droga, muitos escritores vem se aprofundando no tema e produzindo livros que com toda certeza vão dar o que falar.
Por si só, um livro sobre ecstasy já seria capaz de causar muita polêmica simplesmente pela escolha do assunto. Agora, imaginem quando os autores resolvem traçar uma relação direta entre a droga, nossa geração e nossa cultura. Esse é o caso de “Ecstasy: Three tales of Chemical Romance“, de  Irvine Welsh, e de “The incredibly strange history of ecstasy “, do jornalista e escritor inglês Tim Pilcher.
Como dissemos ontem, o livro de Irvine Welsh está sendo adaptado para o cinema. Pensando que o autor da obra é o mesmo de Trainspotting, dá pra prever os acalorados comentários que vai gerar.
Já o livro de Tim Pilcher, que tem essa capa super animada que vocês podem ver aí, traz um vasto material de pesquisa, com dados diversos e vários depoimentos. Agora, polêmica mesmo é a opinião do escritor americano Douglas Rushkoff, inserida no prefácio do livro. Rushkoff afirmou que cada movimento cultural tem a droga que merece. Assim como os hippies foram diretamente associados ao uso de LSD, não é difícil concluir que o escritor tece uma ligação direta entre nossa geração e o uso dessa substância.
Claro que esse tipo de generalização simplifica muito a análise e traz certo teor negativo. Assim como  nem todo mundo era hippie nos anos 70 e nem todos os hippies usavam drogas, não dá pra dizer que todos os jovens de hoje fazem uso de ecstasy  ou que curtem música eletrônica.  Mas, a frase serve pra pensarmos sobre como vamos ser lembrados e a que vamos ser associados no futuro. A parte positiva é que, em termos de música, se hoje já se fala em geração rave, ável daqui a alguns anos vai ser difícil mencionar nossa geração sem falar nesse tipo de festa.

Mais sobre psicoativos

Pilcher e  Welsh não são os primeiros e dificilmente serão os últimos a abordar o uso de substâncias psicoativas e seu papel em uma determinada cultura. O psicólogo e PhD. Thimoty Leary deu a cara à tapa, acabou expulso de Harvard e chegou a ir para a cadeia pela sua pregação ao uso de drogas psicodélicas. Leary foi o mentor intelectual de John Lennon. E até Bill Gates e Steve Jobs (um dos fundadores da Apple) já admitiram ter adotado algumas das práticas aconselhadas por ele.
Apesar de toda a condenação do uso de drogas, é claro que a polêmica entre os críticos e os defensores dos psicoativos não deve acabar. Isso porque, por mais que não se saiba exatamente quando o homem começou a fazer uso dessas substâncias, dá para dizer que a prática acompanha a própria história da humanidade. Afinal, pouco tempo deve ter se passado entre o surgimento do homem na Terra e o primeiro dia que alguém decidiu experimentar alguma erva meio diferente para ver no que dava.

Para Saber Mais

Saiba mais sobre psicoativos no Avisos Psicodélicos, um site que defende, vejam só, o uso de “substâncias psicodélicas” como uma forma de combate ao materialismo do nosso mundo.
Outro site curioso é o Ecstasy.org que tem as mais variadas informações sobre a droga (em inglês).

Importante

As informações disponíveis nesta página possuem apenas caráter educativo, sem a intenção de fazer apologia ao consumo de qualquer substância, lícita ou ilícita.

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