Eles se conheceram em 2006. Um era técnico de áudio, o outro, seu estagiário em uma produtora do Rio de Janeiro. Em comum, além da profissão, o gosto por música eletrônica. Naquele ano, decidiram produzir uma faixa de electro juntos e o resultado foi o sucesso instantâneo “As Sample As It Is”.
[soundcloud]http://soundcloud.com/elielcezar/felguk-as-sample-as-it-is-original-mix[/soundcloud]
A partir daí, os cariocas rapidamente caíram nas graças do público e de produtores como Miles Dyson e Tim Healey, além de passar a figurar como atração dos maiores festivais e clubs do país.
Após se firmarem como um dos principais nomes do electro/house brasileiro, em 2009 a dupla começou a dar os primeiros passos rumo a carreira internacional, sendo convidados para fazer um remix no novo disco da Madonna, além de embarcar em uma turnê passando por México, E.U.A. e Canadá.
De volta ao Brasil, Felipe e Gustavo (que tem apresentação marcada em Curitiba, no próximo dia 04 de dezembro) tiraram um tempo para dar uma entrevista exclusiva ao Psicodelia e falar um pouco sobre suas produções, a cena das open airs no Brasil e o futuro do Felguk. Confira:
1) Rapazes, primeiramente agradecemos a gentileza de conceder a entrevista ao Psicodelia! Bem, vocês já se apresentaram em Curitiba em duas grandes festas – na Neverland, em novembro do ano passado, e na Tribaltech, em agosto -, ambas open air. Qual a impressão que essas festas e o público curitibano deixaram em vocês?
Como diz o ditado, a primeira impressão é a que fica, e tanto na Neverland como na Tribaltech fomos surpreendidos pelo público alegre e festivo de Curitiba e esperamos que dessa vez não seja diferente. Ficamos sempre muitos apreensivos antes de ir tocar, pois é uma cidade em que temos um público grande, que gosta do nosso trabalho, e temos sempre que dar o nosso melhor para agradá-lo.
2) Considerando que dia 04 vocês vão se apresentar pela primeira vez em um club na capital paranaense, o que a galera pode esperar? Vocês costumam diferenciar a apresentação, dependendo do ambiente?
Com certeza podem esperar por uma apresentação mais diferenciada e com músicas que normalmente não tocaríamos em festas open air. Normalmente, quando tocamos em clubs tendemos a tocar coisas mais “sérias”, mas sempre com aquele toque do Felguk.
3) Vocês voltaram há poucos meses de uma turnê na América do Norte, tendo passado por México, Estados Unidos e Canadá. Qual a diferença das festas gringas para as festas brasileiras? Vocês têm o projeto de novas turnês internacionais?
Podemos começar pela diferenca do público. No México encontramos um público bem semelhante ao do Brasil. Nos Estados Unidos o público é novo, mas é bem festivo também, e no Canadá encontramos um público que parece curtir todos os tipos de som, o que nos deixou bem surpresos. Se fosse para comparar as festas, diríamos que o Brasil está ainda um pouco abaixo do nível das festas lá de fora. Em 2010 estamos fazendo um plano de voltar lá para fora. Dessa vez estamos recebendo propostas para uma turnê na Europa.
4) A gente sabe que é dificil dizer com certeza, mas nesse ano de 2009, que foi de consagração pra vocês, qual vocês diriam que foi o melhor gig?
Tribaltech e Xxxperience Edição Especial em Itu.
5) As produções de vocês costumam ser muito marcadas pelas linhas de baixo rasgadas, noisy, e por uma pegada funk. Contudo, alguns dos seus últimos releases tem sonoridades diferentes. O love Mix da Celebration que vocês fizeram para a Madonna é bem house, e a track Rio, que vocês fizeram com o Tim Healey, é bastante percussiva. Isso representa um nova linha de trabalho? O que podemos esperar dos próximos lançamentos?
Sempre quando produzimos em parceria tentamos agregar o que o outro produtor tem de influência e não necessariamente fazemos disso uma nova linha de trabaho. A música eletrônica está sempre mudando, assim como nossas produções. Para os próximos lançamentos, estamos com coisas bastante diversificadas. Estamos usando mais influências do house e do indie dance.
6) Vocês já lançaram tracks e EP’s por diversos labels, como Plasmapool, Bug Eyed e Giant Pussy Records. Há algum plano para o lançamento de um álbum no futuro próximo?
Já pensamos muito nesse assunto. A criação de um álbum é algo que requer muito tempo e um planejamento muito grande. Acreditamos que num futuro próximo isso possa ser feito.
7) Ainda em relação à indústria fonográfica, vocês figuram com frequência entre os mais vendidos no Beatport, o principal site de vendas de tracks de música eletrônica hoje. Mesmo assim, boa parte do público conheceu o Felguk através de downloads gratuitos. Qual a sua opinião a respeito da troca de mp3? Ela afeta vocês mais positiva ou negativamente?
Essa é uma questão polêmica, mas no caso do Felguk só teve a somar.
8 ) Além das suas próprias tracks, que outros produtores vocês têm escutado ultimamente, e que estilos vocês curtem além do electro?
Ultimamente temos escutado Wolfgang Gartner e Justice. Além do electro, gostamos muito do indie/rock/nu-disco.
9) Vocês têm constantemente sido apontados pelo público como a atração mais marcante de festas como XXXperience e Tribaltech, que até pouco tempo atrás eram dominadas pelo psytrance full on. Qual vocês acham que é o futuro dessas festas? O electro/electro-house pode vir a ser o próximo estilo dominante nas open airs brasileiras?
O psytrance está diminuindo cada vez mais, assim como as festas open air. Quando começamos a tocar, a quantidade de festas open air era inacreditável. Hoje em dia, os clubs estão ganhando bastante força na cena eletrônica brasileira. Muito difícil avaliar qual será o próximo estilo que dominará as festas, mas com certeza o low bpm está bem mais forte do que era antes e não duvidamos que em alguns anos ele se destaque nas open airs.
10) A ascensão do Felguk foi meteórica nos últimos dois anos. Porém, a sede do público por novidades será sempre enorme. Depois de chegar no topo da e-music nacional em 2009, como o Felguk pretende ir para o alto e avante em 2010?
Estamos numa fase de reestruturação da “empresa”, tanto em termos de marketing, identidade visual, quanto na parte burocrática. E também estamos investindo num novo estúdio, com nova acústica e novos equipamentos. E pretendemos continuar fazendo música e tocando, claro!
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O Felguk se apresenta em Curitiba no próximo dia 04 dezembro, sexta-feira, no Danghai Club. Imperdível.

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