Entrevista exclusiva: Protonica

Publicado em 02/06/2017 - Por

Protonica é o projeto de Psytrance formado pelos alemães Piet Kaempfer e Ralf Dietze. Criado há mais de 10 anos, o Protonica é um dos nomes mais populares em festivais por todo o mundo. O Psicodelia entrevistou a dupla enquanto eles ainda estão na Alemanha se preparando para mais uma série de apresentações no Brasil, incluindo o Solaris. Confira:

 

Conte-nos um pouco sobre como surgiu a parceria entre vocês e a origem do nome “Protonica”:

Piet: Nós nos conhecemos em um programa de rádio que o Ralf apresentava. Algumas semanas depois nós combinamos de ir tocar no estúdio da casa dele e foi muito produtivo. Nós temos as mesmas referências e gostos para música então foi fácil encontrar o som que deixasse ambos felizes. O nome ‘Protonica’ surgiu de uma track chamada ‘Humam Blue’ – um artista muito inspirador do início dos anos 2000. ‘Protonica’ tem a ver com ‘prótons’, que são as partículas carregadas positivamente. Para nós o nome soa energético e futurista ao mesmo tempo.

 

O Protonica possui um identidade bem marcante. Foi rápido definir seu estilo ou é algo que foi sendo construído com o passar dos anos?

Ralf: Na verdade levou algum tempo para desenvolvermos nossa assinatura. Nós focamos em tracks que podem ser ouvidas em um festival, um club, no carro e em casa. Que sejam ao mesmo tempo harmônicas e mexam com as pessoas. Mas nós também mantemos o projeto aberto para novas técnicas e direções. É isso que torna a produção musical interessante para nós. Temos curiosidade para explorar sons intressantes no começo de cada track.

 

 

Quais são as suas influências musicais (dentro e fora da música eletrônica)?

Piet: Existem tantos artistas que nos inspiram que é difícil escolher apenas alguns. Quando eu comecei a ouvir Psytrance os principais eram ‘Atmos’, ‘Cosma’, ‘Human Blue’, ‘FREq’ e ‘Electric Universe’. Hoje eu posso incluir ‘Liquid Soul’, ‘Astrix’, ‘Moderat’, ‘Stephan Bodzin’, ‘Ace Ventura’, ‘Captain Hook’ e ‘Symbolic’ na lista.

Ralf: Eu cresci com música com sintetizadores antigos, como ‘Klaus Schulze’, Hip Hop, Techno e outros. Alguns grandes músicos são ‘Liquid Soul’, ‘Pascal FEOS’, ‘Emmanuel Top’ e ‘Pete Namlook’.

 

Em 2017 completam-se 10 anos desde o lançamento do primeiro álbum. Como vocês avaliam a evolução do Protonica nesse tempo?

Ralf: O tempo voa! Claro que avalio de forma muito positiva mas algumas coisas negativas aconteceram na vida. Conseguimos ganhar a vida com a música que amamos – o que é um grande privilégio e nos faz muito gratos. Temos visto lugares maravilhosos pelo mundo e feito novos amigos. A cena Psytrance tem se tornado ainda mais popular, maior e profissional. A qualidade do som e produções atingiu novos patamares. As mídias sociais ajudam muito a espalhar novas músicas e mostrar lindos festivais e uma cena vívida.

 

Uma de suas tracks mais recentes chama-se “Source Code”, que por sinal é incrível. Qual foi a inspiração para composição desse trabalho?

Piet: Obrigado! Junto dos caras do Tristate tivemos ótimos momentos no estúdio. Foi somente a segunda vez  que fizemos uma colaboração com outro artista. A idéia era trazer uma energia melódica e ao mesmo tempo eufórica para a pista e uma pegada mais típica do Psytrance.

 

Ainda no álbum “Package” existem alguns remixes feitos por Ticon e Tristade. Como foi desenvolver esse álbum e contar com a colaboração desses artistas?

Ralf: Ticon e Tristade são grandes amigos e compartilham um estilo semelhante. Nós temos a mesma linguagem musical  então tivemos certeza que o remix deles seria ótimo. Atualmente estamos desenvolvendo uma nova track em parceria com o Ticon, que deve ser lançada no próximo álbum. Também estamos planejando outras colaborações com amigos e outros artistas fantásticos.

 

A agenda de vocês neste ano tem se dividido basicamente entre festivais no Brasil e Europa. É possível comparar as duas cenas? O que vocês vêem de melhor em cada uma?

Piet: São culturas diferentes. As festas de Psytrance na Europa em clubs geralmente são mais coloridas com muita decoração e lasers. Muitos produtores de eventos tentam trazer a experiência visual dos festivais (que amamos mas só temos no verão) para os clubs.

Como a temporada de festas open air só dura 4 meses, as pessoas aproveitam esse tempo precioso de forma mais intensa. Você vê festivais durando mais de 3 ou 7 dias. O público leva suas barracas e curte pequenas férias no festival. É uma atmosfera relaxante. As pessoas ficam um tempo na pista mas também aproveitam o resto do festival com workshops, fogueiras, palestras e comida.

No Brasil vocês são abençoados com o calor. Pos isso vocês têm mais festivais open air – quase todo fim de semana, e um grande público do Psytrance. Nós vemos muitos festivais onde o público fica ‘socado’ na pista por mais de 12 horas seguidas.  Lembra mais uma espécie de show de longa duração. No Brasil a vibe e energia da pista é muito mais intensa e divertida.

Vocês acham que hoje em dia existe mais pressão na hora de se produzir uma nova track para que ela seja mais comercial?

Ralf: Não. É mais ou menos a mesma pressão de alguns anos atrás quando a moda era o Full On e o Offbeat. Nós estamos sempre focando em nossa própria música e conceito de qualidade. Há uma forte demanda por músicas mais ‘underground’ ainda. De fato, o Psytrance tem se tornado tão grande com o passar dos anos que mesmo os limites entre o comercial e o underground não são tão claros. Você não tem mais como chamar um festival de Psytrance com mais de 10 mil pessoas de ‘underground’. A boa música vai sempre estar presente. Nós fazemos a música que amamos, então as outras pessoas vão amar também. É simples assim.

 

Nas próximas semanas vocês se apresentam em 3 cidades brasileiras, gostariam de deixar um recado para os fãs?

Piet: Mal posso esperar para chegar no Brasil! Eu sempre curto minhas viagens para lá e me divirto muito vendo amigos e outros artistas. Espero viver momentos emocionantes nas festas e na estrada! O local e o line-up do Solaris estão belíssimos. É incrível ver mais essa edição!

Piet & Ralf: Obrigado por todos esses anos em que vocês vêm nos incentivando e nos levando ao Brasil e todos os lindos momentos que tivemos e ainda teremos na pista. Vemos vocês em breve 🙂

 

***

 

Please tell us how did you start to work together and where did the name come from.

Piet: We both met first on a DJ radio broadcast which was presented by Ralf. Some weeks later we have teamed up for a little home studio session which was promisingly productive. We share quite the same background and taste in music so it was easy to find a common sound which we were both happy with. The name ‘Protonica’ first popped up by a track title of ‘Human Blue’ – an very inspiring artist from the early 2000s. ‘Protonica’ mainly stands for ‘protons’ which are positively electric charged particles. For us the name sounds energetic and futuristic at the same time.

Protonica has a strong identity. How long did it take to find it out or did you already start the project with this on mind?

Ralf: Indeed it took quite some time to develop a certain signature sound. We focus on tracks which can be listened on a festival, club, in the car and at home. At the same time harmonic and driving. But we also keep the music project open for new techniques and directions. That is what makes music production interesting for us. We are curious to explore interesting sounds by the start of every track.

Electronic music or not, what are the most influential artists for each of you?

Piet: There are so many inspiring artists that it’s very hard to pick up a few. When I’ve started to listen to Psytrance it was among many others mainly ‘Atmos’, ‘Cosma’, ‘Human Blue’, ‘FREq’ and ‘Electric Universe’. Today I can add ‘Liquid Soul’, ‘Astrix’, ‘Moderat’, ‘Stephan Bodzin’, ‘Ace Ventura’, ‘Captain Hook’ and ‘Symbolic’ to the list.

Ralf: I grow up with old Synthesizer music, like ‘Klaus Schulze’, Hip Hop, Techno and others. Some great musicans are ‘Liquid Soul’, ‘Pascal FEOS’, ‘Emmanuel Top’ and ‘Pete Namlook’.

Its now 10 years since the release of your first album. What changed in all this years?

Ralf: Time is flying! Of course many positive but also some negative things happened in life. We have managed to make a living out of the music we love – which is a huge privilege and makes us so grateful. We have seen wonderful places around the world and made new friends. The Psy-Trance scene has become even more popular, big and professional. The sound quality and production has reached new high levels. Social media helped a lot to spread new music and show beautiful festivals and a vivid scene.

One of your last released tracks is called “source code” and its amazing! What were your inspirations to compose it?

Piet: Thank you! Together with the guys from ‘Tristate’ we had a great time in the studio. It was only the second time we have collaborated with another artist. The idea was to bring back some melodic and euphoric energy to the dancefloors with a more typical trance build up and touch.

Still on the “Package” album there are a few remixes made by Ticon and Tristate. Please tell us about its creation process and colaborations?

Ralf: ‘Ticon’ and ‘Tristate’ are good friends from us and share a similar style. We speak a common musical language so that we could be sure to get a nice remix in return. Currently we work with ‘Ticon’ on a new collaboration track together which will be released on our next album. Further collaborations with fantastic artists and friends are planned too.

Your gigs are mainly either in Brazil or Europe. Is it possible to compare one another? What its best in each one?

Piet: There is a different culture. The European Psy-Trance parties in clubs are usually more colorful with a lot of decorations and lasers or visuals. Many promoters try to bring the visual experience of festivals (which we all love but only have in summer) to the clubs. Since there are only four months of an outdoor season people use the precious festival time more intensively. You can see festivals over 3 or even 7 days. Guests are bringing their tents and camping and make short vacations on the festival. It’s an relaxed atmosphere. People spend some hours on the dancefloors but also enjoy the rest of the festival with workshops, fire side, talks and food. In Brazil you are so blessed with warm weather. That’s why you have more outdoor festivals – almost every weekend, and a huge audience for Psy-Trance. We’ve seen many festivals where the crowd is packed on massive dancefloors over 12 and more hours. It reminds a bit on an extended long concert where you want to see a good show and hear exciting music. In Brazil the vibe and energy on the dancefloor is incomparably intense and funny when the beat drops!

You think nowadays there is more pressure on your career for you to go more “commercial”?

Ralf: No. It’s more or less the same pressure as some years ago when there was the big ‘Full-On’ and ‘Offbeat’ wave. We are focusing always in our own music and concept of quality. There is a strong demand for ‘underground’ music still. In fact Psy-Trance has become so big over the past years, that often the boundaries between commercial and underground are not clear. You can’t seriously call a Psy-Trance festival with 10k+ attendances ‘underground’ anymore. Good music will always get through. We make the music we love so that others can love it too. As simple as that.

In the next weeks you’ll play three times in Brazil, including Solaris Festival. What are your expectations?

Piet: I can’t wait to come to Brazil! I always enjoy my trips there and have a great time seeing friends and artists. I expect to have exciting times on the gigs and on the road! The venue and line-up of Solaris Festival looks stunning. It’s amazing to see a next edition of it!

Piet & Ralf: Thank you for all the years you’ve been supporting us and bring us to Brazil and the beautiful times we had and will have on the dancefloors. See you very soon 🙂

 

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