XXXPerience: a origem e a mudança de conceito

Publicado em 13/11/2016 - Por

DJ Feio e Rica Amaral estiveram à frente da XXXPerience até meados de 2009

 

A XXXPerience completou 20 anos de existência com mais uma edição especial realizada no último fim de semana na Arena Maeda, em Itu/SP. Em função desta marca espetacular, muitos sites de música eletrônica publicaram posts contando sua trajetória. No entanto praticamente todos falharam ao deixar de lado uma parte muito importante da história: o começo.

Reconhecida como a mais antiga festa open air brasileira de música eletrônica ainda em atividade, criada em 1996, acumulou uma série de feitos importantes como ser a primeira festa de música eletrônica itinerante do Brasil, a primeira a realizar 100 edições (em 2007, no Rio de Janeiro) além de outros inúmeros prêmios.

Hoje a XXXPerience tem como controlador principal o Grupo No Limits, mas nem sempre foi assim. Antes de mudar de mãos em 2010, a festa chegava a reunir cerca de 20 a 30mil pessoas em edições que aconteciam em diversas cidades por todo o Brasil. Seu formato e conceitos formaram um legado seguido por diversas outras festas durante a primeira década dos anos 2000. E aqui se torna imprescindível citar os grandes responsáveis pela criação desse conceito: os DJs e produtores Rica Amaral e Luiz Sala (a.k.a. DJ Feio).

Rica Amaral teve seu primeiro contato com o trance psicodélico em 1995, em um momento em que não era possível sequer sonhar com a cena  da forma como conhecemos hoje no Brasil. Rica abandonou a carreira como dentista e junto com alguns amigos realizou a primeira edição da festa denominada originalmente de “Rave XXXperience”

Luiz Sala era estilista e surfista profissional quando conheceu a música eletrônica e o Euro Trance. Não demorou muito para que Feio conhecesse Rica através de amigos em comum. Feio sugeriu então, que fizessem uma segunda edição da XXX na praia de Maresias, no litoral de São Paulo para cerca de 1500 pessoas.

 

Edição especial de 10 anos, 2006

 

A mudança de comando ocorrida em meados de 2010 foi bastante turbulenta, como explicou Feio em entrevista ao já extinto site Ebeatz e reproduzida aqui por Rodrigo Gomes

O que mudou?

Superados os problemas relacionados à mudança de comando, a XXXPerience passou por uma transformação significativa de conceito. Se antes a festa era profundamente identificada com o Psy Trance (vertente que até então dominava com folga boa parte do line up), agora ela passa a ter como referência as tendências ditadas por festivais internacionais como o Ultra Music Festival e Tomorrowland. Nomes como Amine Edge & Dance, Dimitri Vegas & Like Mike, Steve Angelo, entre outras estrelas da EDM passam a ser os headliners das suas edições. 

A mudança pode ser observada até no novo logotipo: antes identificado com a estética psicodélica das festas, utilizando caracteres que remetiam ao alfabeto indiano, o novo logo passou a ser formado por caracteres com um visual mais pop e próximo de uma identificação com a EDM.

O público claramente ficou dividido após as mudanças. Por um lado, todos os anos vemos comentários saudosistas em grupos de música eletrônica pedindo a volta da “XXX das antigas, com a cara de Rica Amaral e Feio”. Por outro lado, vemos que uma outra parcela parece gostar bastante da festa ao estilo Tomorrowland, já que a média de público das edições mais recentes parece não ter variado muito. 

Se a mudança de rumos foi acertada e se a nova XXX conseguirá construir um legado comparável ao de Rica e Feio, só o tempo irá dizer.

 

Confira os depoimentos na íntegra de Feio e Rica comentando sobre os primeiros anos de XXXPerience

 

 

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