Quando o Ausente está Presente

Publicado em 11/11/2009 - Por

Aproveitando alguns posts meus, falando sobre experiências psicodélicas, transcendência e sentimentos em uma festa, proponho-me agora a “mostrar” o que falo.
Falar sobre valores e experiências psicodélicas é muito fácil.  Difícil é você realmente vivenciá-las para entender a raiz de tudo isso, não é mesmo?
Você já ouviu falar sobre a Dança do Ausente?
Segundo Orion, editor do blog Ayakamanakam, do Plurall, a Dança do Ausente:
“…é uma Dança Mística que acontece durante a Experiência Psicodélica quando o sujeito atinge um Estado de Consciência Expandida, Ayakamanakam (Ex: Transe Psicodélico). Ela se caracteriza pela ausência, total ou parcial, de consciência do sujeito em relação aos movimentos do corpo. O controle dos movimentos é então assumido pela música ou pela própria experiência. Podemos dizer que na Dança do Ausente você não dança a música, a música que dança você.”

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Entendeu? Não?
Simples. Aqui está o verdadeiro significado de todos os clichês já criados:

  • “Dance como se ninguém estivesse olhando”
  • “A música eletrônica aproxima o homem de si mesmo”
  • “Falamos a mesma língua”
  • Etc…

A Dança do Ausente passa por várias etapas. Quando alguém atinge o topo, ao nosso ver, pode parecer até mesmo bizarro. Mas pode ter certeza que ela está em um dos melhores momentos da viagem dela.
Assista a este vídeo. Quando Orion diz “você não dança a música, a música que dança você” ele diz exatamente o que vemos nestas pessoas. Alcançaram um estágio, o qual não são elas mesmas que se movimentam. Elas simplesmente se deixam levar pela freqüência da música. Suas consciências, seus sentidos, neste momento estão ausentes para o mundo exterior, e totalmente presentes apenas dentro de você mesmo. Este é o momento em que “O ausente está presente”.
Este é o verdadeiro espírito da festa. Este é o verdadeiro espírito da música eletrônica.

Liberdade

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Ninguém julga ninguém. Mal se olham. Acabam dançando apenas na mesma freqüência, com movimentos parecidos (conseqüências normais e aceitáveis, para um grupo de pessoas reunidas). Sem passinhos, sem preocupações, sem medos, sem coreografias.

Sem imposições, sem roupas de marca, sem ironias.

Esta sim é uma verdadeira experiência psicodélica. Mas para ser alcançada é necessário que a pessoa definitivamente não se importe com nada ao seu redor.
Quando falo que felicidade é contagiante, e que se uma pessoa transcende felicidade, ela contagia todas ao seu redor, quero dizer que, quando você perceber, todos estarão na mesma sintonia. A expressão autêntica do ser humano, de sua felicidade plena e transcendência atrai todos à sua volta.
E tem como conseqüência a cena arrepiante que vemos abaixo:


Tem algo melhor que isso? Mais bonito e emocionante de se ver e, principalmente, sentir e presenciar? Acredito que não.
No ponto alto desta experiência, você definitivamente aprende que o ser humano é apenas a carcaça. Que cor, raça, religião e tudo que pertence ao mundo exterior e materialista, definitivamente, foram criados por vontades, curiosidades e ambição do homem.
O que importa é o que está por dentro de tudo isso. Seja a qual religião você pertencer (ou não), qual doutrina você seguir, em qual Deus você acreditar ou não acreditar. O que realmente importa é o tamanho de sua mente e a transcendência de seu eu interior.

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Viu só? A carcaça e sempre igual. A mente não!
Para quem quiser saber tudo sobre a dança do ausente, aconselho que reserve um tempo para ler o post do Orion. : http://www.plurall.com/blogs/ayaka/2009/03/danca/
Infelizmente não vemos isso em festas. É mais fácil presenciar pessoas dançando desta maneira em festivais.

Não generalizando, mas as pessoas acabam sendo hipócritas, pregando tanta liberdade e indo às festas mais preocupadas com “o que vão pensar” ou “sairei bem na foto?” do que com o ritual em si.

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O espírito destes vídeos é que não podemos deixar morrer. É esta a cultura, os valores e a festa tão linda que não podemos resumir a apenas uma baladinha
Isso vai além de qualquer regra imposta pela sociedade. Vai além de qualquer proibição política.
Além da nossa realidade.
Isso é entre você, sua mente e a música. Mais nada.
E o poder da mente vai muito mais além do que qualquer ser humano possa imaginar.
Espero que tenha conseguido passar aqui tudo o que sempre disse em outros posts relacionados à experiências, transcendências, valores, cultura e sentimentos.
Muita “Dança do Ausente” para nós.
Namastê.

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