Já faz algum tempo que estamos acostumados a ver festivais (grandes e pequenos) usarem o line up como sua principal forma de publicidade. Aquela velha história de soltar um artista por semana e e ir convencendo o público, aos poucos, a garantir seu ingresso. Pois agora a organização do Boom Festival decidiu ir na contramão.
Em nota publicada há pouco em sua página no Facebook, declararam que não vão mais divulgar novos artistas de seu line up, e o motivo é bastante simples: festivais como o Boom, Ozora e Universo Paralello existem para serem vivenciados por inteiro. Eles contam com uma quantidade enorme de atrativos, que vão desde a música mas também passando por performances, palestras, cerimônias e outras atividades acontecendo 24hs por dia. São grandes eventos multiculturais que nos propiciam uma enorme gama de experiências multisensoriais e psicodélicas. Quando entendemos dessa forma, fica fácil concluir que vivenciar tudo isso é muito mais importante do que passar 7 dias “plantado” no mainfloor.
Com essa nota, a organização do Boom quer deixar claro que, se você se importa demais com a ausência de seu DJ favorito em um evento desse porte, talvez seja melhor ficar em casa mesmo.
Obviamente essa atitude ainda é um “luxo” que apenas gigantes da cena podem se dar. Mas ainda assim, é bonito de se ver e importante que alguém comece.
O Boom não é apenas um evento musical nem se baseia num line up – não temos headliners; é mais um estado de espírito do que uma lista de DJs ou live acts.
É uma experiência sensorial e psicodélica. Tudo aquilo que lá experienciamos através dos nossos sentidos (som, imagem, arquitetura temporária, artes, conferências, meditação ou yoga) ativa uma sensação profunda que nos faz acordar um novo ser.
Sendo o som uma das energias mais poderosas sobre o Ser Humano, no Boom acreditamos que a música é um veículo nobre para a transformação. É nossa missão coletiva mantê-la como fator de unidade e diversidade, de mudança e consciencialização.
Nesta era de toxicidade midiática em que a música electrônica virou pop, é fundamental não se perder esta essência transformacional sob o risco da cena psytrance se transformar similar a outros estilos – onde existe o culto do DJ ao invés da experiência coletiva de transcendência e união.
É neste contexto, e com o objetivo de valorizarmos a experiência do som, que não iremos anunciar mais excertos do line up do Boom Festival 2016. Em novembro de 2015 anunciamos já alguns artistas que expressam a variedade e qualidade do que irão encontrar, o restante será publicado a partir de julho de 2016 via Boom App. Quem não quiser baixar o Boom App poderá saber todo o programa de música, artes, conferências e workshops quando chegar ao Boom 2016!
Com Amor e Gratidão
A Boom Team
Boom Festival 2016