Essa semana a organização do Boom Festival enviou uma mensagem a todos os que estão, de alguma forma, envolvidos com o evento. Nela, eles reforçam os conceitos que permeiam as origens e história do festival. Confira:
Aqui, do Boomland, temos uma visão clara da montanha mística de Monsanto. Os registros históricos da presença humana nessas partes remontam aos tempos paleolíticos.
Não podemos deixar de nos perguntar o que nossos ancestrais estavam fazendo nessas terras: caçar de dia e cantar músicas ao redor do fogo à noite sob um céu estrelado ao som de tambores ou outros instrumentos. É como se eles recepcionassem os espíritos e toda a comunidade se unisse para uma dança.
Durante esses tempos, talvez um xamã teria orquestrando os sons e a música. Enquanto isso, um ancião contava histórias, convidando a todos para participar desse ritual coletivo.
Hoje, na mesma área, celebramos o Boom Festival. Continuamos a honrar festivais de transcendência nessas terras. Em vez de xamãs, temos bandas, DJs e live acts. Nossos contadores de histórias são os palestrantes ou facilitadores, e a comunidade que reunimos, é internacional. Então, não somos apenas da área da Monsanto, mas de todo o mundo.
Não havia lago naqueles dias – mas sim, continuamos a dançar sob um céu bonito, enquanto a topografia em torno de nós continua a mudar ao longo do tempo.
Os dançarinos celebram sua vida, seu amor, sua sexualidade; eles descobrem a interligação da existência. Muitos cultuam o momento através de ioga, práticas de bem-estar, artes, oficinas ou meditação, enquanto alguns estão ali simplesmente para aproveitar, as pessoas, a natureza, a vibração – o estado de espírito de Boom.
Sabemos que música e som podem afetar tremendamente nosso estado de espírito coletivo e têm o poder de nos conectar com dimensões místicas. Um excelente DJ, uma banda ou um produtor podem mudar a vida das pessoas em um piscar de olhos. Eles são capazes de compartilhar emoções, nos entender e ajudar a nos direcionar para um lugar melhor.
Mas o mesmo pode ocorrer com grandes palestrantes, pensadores, ativistas, filósofos e guias espirituais. Quando nas mãos de um mestre, os elementos de emoção, razão e conhecimento se tornam ferramentas da comunhão espiritual.
Compreendemos que há uma certa emoção para saber quem estará tocando em qual palco e quando. Quem está tocando? Quem falará em uma palestra? Quem vai dar uma oficina? Quem fará a decoração? É algo que todos nós naturalmente nos acostumamos a ouvir ao longo dos anos. No entanto, o Boom também é feito de tesouros escondidos, pequenos cantos, jardins detalhados, grande arte, fascinante arquitetura temporária, natureza deslumbrante, projetos ecológicos e uma vibração humana muito específica …
A idéia de comunhão é o que nos impulsiona. Não há fronteira entre artista e público; não há headliners. A experiência do Boom é sobre ser o Boom, não apenas observar. Não é sobre DJs.
Não negamos que a música e o resto da programação oficial são os principais totens do Boom. Muito se dedica a escolher o melhor alinhamento de sons em todos os quatro palcos. Nós vamos longe para dar a vocês um lugar para conhecer artistas e palestrantes conhecidos e novos.
No entanto, também reconhecemos e apreciamos que muitos colaboradores e Boomers entendem que o Boom é um multiverso e que a música é apenas um componente disso. E que também exploramos as ilimitadas possibilidades da arte; levando-nos a uma jornada fascinante através da prática do bem-estar, enquanto nos nutrimos com uma miríade de atividades de aprendizado.
Esta experiência multidimensional é refletida por uma programação cultural diversificada. Com curadoria em áreas como Being Fields, Liminal Village, Eco Tech Hub e com a ONG Django, bem como o espaço de dança Nataraj. Enquanto isso, o conceito visual da Boom é projetado pela magnitude das instalações de arte em todo os espaços, e no Museu de Arte Visionária.
Em 2016, tivemos um total de 895 músicos, artistas, palestrantes e dançarinos. Todos e cada um deles contribuíram para uma programação que misturou projetos populares e underground; representantes da nova geração versus old school, trabalhos conhecidos versus criatividade inexplorada.
A co-criação é um modus operandi que permite que o Boom seja um espaço de expressão artística e liberdade para sua comunidade. Convidamos todos os Boomers a divulgar suas idéias e iniciativas! O Boom é um reflexo de seus próprios participantes. É possível participar em todas as áreas do festival – você pode encontrar os formulários de inscrição AQUI.
Nós agradecemos e apreciamos sua paixão e entusiasmo pelo Boom 2018. A programação será anunciada com antecedência para lhe dar tempo para explorar tudo o que você vai encontrar no Boomland durante a lua cheia de julho. Mais informações podem ser encontradas AQUI.
Até lá, continuaremos olhando para a magnífica montanha de Monsanto e imaginando nossos antepassados vivendo, amando e adorando a vida dentro dessas terras místicas.
Com amor e gratidão,
A Equipe do Boom