Entrevista: Nebula Meltdown

Publicado em 11/08/2015 - Por Marina Tavares

Marina Tavares – Quando foi o seu primeiro contato com a música eletrônica?

Nebula Meltdown – Olá! Primeiramente, obrigado por esta entrevista, estou feliz em dar o meu melhor respondendo as questões a seguir. O meu primeiro contato com a música eletrônica foi no início dos anos 90, ouvindo artistas como The Prodigy e 2unlimited. The Prodigy me inspirou muito, eu era um grande fã da sua música, quando ainda era adolescente. No verão de 1997, quando vi a capa do álbum “The Fat of the Land”, e uma parte dos equipamentos do Liam, eu comecei a sonhar em produzir o meu próprio som. Após alguns anos, eu comecei com o Fruity Loops 2.70, que era uma versão bem rudimentar do programa, comparado aos dias de hoje, quinze anos depois. Vamos pular para o momento em que comecei… Foi na primavera de 2000, eu estava sentando em casa com um amigo que costumava fazer rap, e estava indo em festas com sua namorada. Nós começamos a falar sobre produção musical, e ele disse que conhecia um programa que era possível criar música. Então, nós fomos em um servidor pirata russo, e baixamos o FL 2.7 no meu computador. Fiquei tão fascinado com a produção que, meu amigo foi com sua namorada para festa sem mim, porque eu queria ficar e entender como criar com o programa. Alguns anos depois, eu comprei uma versão melhor do FL Studio com atualizações, porque senti que deveria apoiar os criadores, por me fornecerem grandes ferramentas para canalizar a minha criatividade. Hoje em dia, eu tenho atualizado o meu estúdio com várias ferramentas, sintetizadores, como o Moog Little Phatty, que foi usado extensivamente na produção do meu álbum chamado “Stardust Chronicles”, um Roland JP8000, um Arturia Microbrute, e uma gigante quantidade de programas de computador, sintetizadores, canais… Eu ainda uso o FL Studio para produzir, porque ele finaliza o trabalho do jeito que gosto.

 

Marina Tavares – Como foi o início da sua carreira?

Nebula Meltdown – Eu comecei a me apresentar alguns anos após começar a produzir, em 2003, quando conheci Tim Duster, outro DJ finlandês, um veterano do Psychedelic Trance. Ele estava em uma boate que funcionava semanalmente, na quarta-feira, chamada Ever, em Helsinki, na Finlândia. Ele me apresentou para comunidade Elixir, um grupo de produtores apaixonados por Psychedelic Trance, e DJ’s do sul da Finlândia. Eu comecei a me apresentar em vários eventos por ano, e duas vezes por mês em um clube de Psychedelic Trance chamado Tsunami, no oriente de Helsinki. Eu toquei em um clube envolvido dentro das festas mais conhecidas de Psychedelic Trance da Finlândia, organizadas pelo People of the Butterflies, que é organizado pelo casal de DJ’s Miazu & Polly, que também são responsáveis por outros festivais na Finlândia, como: Existence Festival & Kosmos Festival.

Além de ser um grande fã de Full On e Psychedelic Trance, eu também tenho uma grande paixão pelo Goa Trance. Em 2009, me tornei DJ de uma grande gravadora belga, a famosa Suntrip Records, e a quantidade de apresentações dispararam. Desde então, eu toquei em mais de duzentas festas, em países como: Alemanha, Rússia, Estônia, Suécia, Romênia, Cróacia, Espanha, Portugual, Reino Unido, Ucrânia, Índia… Sem esquecer das grandes e númerosas apresentações na Finlândia, ao lado dos maiores nomes da cena, com quem dividi o palco. Eu sempre tenho procurado pelo meu próprio som, com uma produção musical sábia, e como ir além. Eu também tive o prazer de remixar tracks para grandes nomes internacionais, como: Eat Static, Voice of COD, Unconscious Collective, e Prana. Alguns desses remixes ainda não foram lançados, mas serão, quando chegar a hora certa.

Marina Tavares – Como você criou o projeto Nebula Meltdown?

Nebula Meltdown – Voltando em 2000, foi logo após produzir a minha primeira track, trabalhando nos experimentos musicais. Eu estava pensando em um nome que fosse único, tivesse um significado, e possívelmente, ficasse na mente das pessoas. O significado ficou mais definido durante os anos. No momento, Nebula Meltdown reflete na criação da vida no Universo. Isso reflete em como os elementos da matéria existem na poeira estelar, e se espalham através da imensidão do espaço, criando vida pela formação das estrelas, que dividem a sua luz e aquece o planeta Terra, dando possibilidade de vida e existência, para manifestar em todas as suas formas, eventualmente, criando os seres como nós, que somos capazes de observar o Universo e estudar a vida nele, e o mais importante, para celebrar a existência da vida, criando equipamentos para manipular várias frequências eletromagnéticas, que nós chamamos de som, dentro da forma organizada para o propósito de uma dança estática, que nos dá a possibilidade de expandir a consciência, e entender nós mesmos, e sobre a nossa conexão com o Universo, em um nível profundo.

 

Marina Tavares – Quem foram as suas influências?

Nebula Meltdown – A minha maior influência vem do Hallucinogen, e especialmente do seu primeiro álbum, chamado Twisted. Também me influenciaram The Prodigy, Astral Projection, as primeiras tracks do Infected Mushroom (o álbum The Gathering), The Green Nuns of the Revolution, Total Eclipse, Tristan, e muitos outros.

 

Marina Tavares – Quais são os seus três álbuns favoritos de todos os tempos?

Nebula Meltdown – Existem tantos, é impossível fazer uma lista. A música do Simon Posford, em geral, teve uma grande influência, ambos projetos: Hallucinogen e Shpongle. A minha track favorita de todos os tempos é “Dreampod”, do Psychopod. Uma das minhas compilações favoritas é “The Mystery of the 13 Crystal Skulls”, que foi lançada em 2001, pela TIP Records. O meu álbum favorito é “Twisted”, do Hallucinogen. Eu também tenho que mencionar o álbum “The Music for the Jilted Generation”, do The Prodigy, pelo seu humor hipnótico atráves do álbum.

 

Marina Tavares – De onde você tira inspiração para criar novas músicas?

Nebula Meltdown – Essa é uma boa questão! A vida, em geral, me inspira. Progressos científicos me inspiram. Eu posso ficar inspirado pela beleza e complexidade da natureza, especialmente por trovões, ou simplesmente, uma caminhada na natureza, onde as ideias vêm do nada, e ficam em meu cerébro. Às vezes, isso pode ser uma declaração em um documentário científico, eu gravo amostras, e começo a trabalhar na track, sobre a noção ou emoção que essa amostra cria dentro de mim, e continuo seguindo isso intuitivamente, até que comece a soar como algo que faça sentido. Outras vezes, pode ser algo místico, esotérico, uma contemplação filosófica sobre a fusão da ciência e espiritualidade ou consciência. Eu sinto que é importante não resistir dentro do processo criativo, não analizar muito o que está acontecendo quando estou criando o centro da ideia de uma track em particular. Quando a ideia está lá, é hora de organizar, trabalhando em um pedaço da música. Eu não me considero a fonte de ideias da minha música, mas um canal, ou uma ferramenta, para deixar o processo criativo musical seguir o seu curso natural. Desse modo, as tracks se tornam como elas devem ser. Eu sinto que as ideias vêm de algum tipo de bolha infinita de consciência, que todos os grandes músicos passam através dos anos, de onde tiram suas melhores ideias.  

Marina Tavares – Onde foi a apresentação que mais te marcou?

Nebula Metldown – Foi no Boom Festival, em 2014. Eu toquei durante à tarde, no palco Dance Temple, para uma grande pista, foi uma experiência incrível. Um oceano de pessoas curtiram a música, dançando com os rostos sorridentes, em um fluxo constante, com o Funktion-One, onde o som é perfeito, que prazer! Foi a maior plateia para qual já toquei. Todo o festival foi maravilhoso, com uma atmosfera incrível! Foi uma possibilidade de compartilhar a minha música com dez mil pessoas ao mesmo tempo! Todos que já estiveram no Boom sabem da agitação que é a pista de dança. Eu estava abrindo o Goa Trance na tarde de quinta-feira, tocando antes do meu amigo Jannis Filteria, The Green Nuns of The Revolution, e Man With No Name.

Marina Tavares – Se você pudesse escolher qualquer lugar no mundo para tocar, onde seria?

Nebula Meltdown – Existem dois lugares especiais no momento que eu gostaria muito de ir e tocar. Eu gostaria muito de visitar o Brasil e o Universo Paralello, tenho ouvido muito sobre os festivais brasileiros. Também a Austrália e o Rainbow Serpent Festival, onde visitei e curti muito como um convidade, em 2011. Foi incrível ver o Shpongle tocar um live set no meio da bela natureza australiana. É um lugar único! Eu conheci uma brasileira que tinha um coffee shop no Rainbow Serpent, e nós falamos sobre o Universo Paralello e a cena brasileira.

 

Marina Tavares – Quais são as novidades em relação à turnês e lançamentos?

Nebula Metldown – Este ano, eu estive um pouco afastado das apresentações, e mais concentrado na produção musical. Eu acabei de lançar um álbum psybient/chillout no portal nebulameltdown.bandcamp.com. Eu estou trabalhando em várias tracks e colaborações. Deverá sair no outono, um EP de Psychedelic Trance com algumas track próprias, também outras que estão a caminho, e um lançamento que o tema será relacionado com a constelação de Orion. Duas tracks estão prontas, uma pode ser ouvida em meu live set tocado no Boom Festival 2014, que está no SoundCloud. Eu estarei abrindo para o Hallucinogen pela segunda vez, em Helsinki, na Finlândia. Não estarei muito ocupado no outono, mas o bastante para enterter a consciência do fluxo da pista de dança para uma dimensão maior.

 

Marina Tavares – Gostaria de finalizar com uma mensagem para os seus fãs?

Nebula Meltdown – Sigam os seus sonhos e continuem, mesmo que às vezes seja difícil manter a fé durante o processo. Coisas maravilhosas irão se revelar quando vocês continuam e nunca param, lembrem-se dos seus objetivos, e sempre continuem a evoluir quando vocês alcançá-los! Amem uns aos outros como se não tivesse amanhã! Obrigada por sua leitura!

Interview in English here: 

https://www.dropbox.com/s/w60xeh8mzbdewbv/Nebula%20Meltdown.rtf?dl=0

 

Conheça mais sobre o artista:

http://www.suntriprecords.com/artist/name/Nebula+Meltdown/

https://www.facebook.com/nebulameltdown

https://soundcloud.com/nebulameltdown

 

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