No mundo da música eletrônica há uma especialidade muito importante porém ainda pouco reconhecida pelo público em geral: o VJ. Eles são os profissionais responsáveis por criar uma interface interessante entre som e imagem através de projeções mapeadas. Eles moldam, revigoram e desafiam estéticas e, por isso, merecem ser reconhecidos como verdadeiros artistas visuais do século 21.
Mas se o reconhecimento profissional para DJs já costuma vir com alguma dificuldade, para um VJ então digamos que seja ainda mais desafiador. Enquanto a imensa maioria do público está habituada a prestar atenção na construção dos sets de seus DJs preferidos, ainda são poucos os que param para apreciar o trabalho de um bom VJ.
Para conhecer um pouco mais sobre os desafios dessa arte, conversamos com a VJ Gezi, de Curitiba. Confira:
A maioria das pessoas que toma contato com a música eletrônica pensa em ser DJ. O que fez você optar pela carreira de VJ?
A princípio minha intensão era ser DJ, assisti uma aula gratuita na Yellow, no final da aula o professor começou a falar de Vj, ai meus olhos brilharam, sempre fui apaixonada pelas artes visuais, ai pensei, não vou seguir a massa, todo mundo quer ser DJ, vou experimentar um caminho diferente.
A imensa maioria dos artistas de música eletrônica é composta por homens. Como é ser uma VJ mulher nesse meio?
É gratificante receber o carinho da galera, muitas vezes o pessoal vem falar comigo nas festas dizendo que acha muito legal ver uma mulher ”trampando no rolê”, me sinto de alguma forma representando as mulheres, gostaria de ver mais meninas nesse meio, a cada dez VJs que conheço um ou dois no máximo são mulheres.
Quais as maiores dificuldades quando se está começando como VJ?
As dificuldades são as mesmas pra todo artista em inicio de carreira, oportunidade para mostrar seu trabalho e conquistar seu espaço.
Onde você busca inspiração?
Minha inspiração vem do coração, da intuição, procuro sentir a emoção de cada momento e transmitir a energia em forma de visual.
Quais são suas referências e/ou VJs que você acompanha?
Aprendi com VJ Thoshiro, mas recebi muitas dicas e conselhos de alguns VJs, como Picles, Vacão, e sigo no instagram vários VJs nacionais e internacionais. Sou fã do TAS, visual incrível, gosto muito de visuais bem psicodélicos com uma boa dose de Dark.
Falando um pouco sobre música, quais seus estilos ou DJs preferidos?
Gosto muito do trance em geral, prefiro sons mais noturnos e melódicos, amo Prog Dark , Pspiralife e Merkaba são alguns deles que não perco, adoooro chill out, mas também gosto bastante de Techno, sempre que posso acompanho D-nox.
Conta pra gente uma festa onde você fez as projeções e que marcou sua carreira até agora:
A Progressive onde fui residente, com certeza foi um momento muito importante na minha carreira, foi lá que começei, tive a primeira oportunidade de mostrar meu trabalho e a partir dali, começou a surgir varias outras oportunidades. Minha primeira vez no Natureza digital teve um momento mágico a madrugada do Dark no Chill out. Todas as festas foram importantes, todas me marcaram de alguma forma. Agora sou residente no Circuito Dark e Hitech, é uma festa que esta a pouco tempo na cena, mas com certeza vai permanecer e crescer muito.
Ainda falando sobre festas, em qual você sonha um dia em trabalhar e por quê?
Universo Paralello, acho que todo artista gostaria de se apresentar no UP, pela grandeza do evento, e a energia que é sempre incrível.
Deixe um recado para os nossos leitores que pensam em começar a trabalhar como VJ:
Estude bastante, teste todas as possibilidades, busque sempre novidades, vá em frente siga seu coração e faça com amor, porque tudo que se faz com amor tende a se tornar um sucesso.
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