MDMA está sendo usado em terapias para estresse pós-traumático nos EUA

Publicado em 26/11/2012 - Por Mohamad Hajar

O uso terapêutico das drogas recreativas está se tornando cada vez mais comum no mundo – e não é só a maconha que usufrui deste lado benéfico. O MDMA, princípio ativo do ecstasy, já foi protagonista de um estudo em busca da cura para o câncer, e agora ganhou os jornais do mundo novamente com os resultados de um tratamento para estresse pós-traumático em ex-combatentes de guerra nos Estados Unidos.

O tratamento, que segue os protocolos da FDA para testar drogas experimentais, está sendo conduzido pelo casal Michael e Ann Mithoefer na Carolina do Sul, e tem chamado a atenção de pacientes do país inteiro. Misturando psicoterapia com uma dose de MDMA periodicamente, o experimento deles é o primeiro a mostrar resultados concretos no longo prazo: das 21 pessoas que participaram do programa 12 anos atrás, 15 relatam que nunca mais tiveram sintomas – e também não viciaram-se na substância.

Em entrevistas, duas pessoas que passaram pela terapia relatam como o tratamento mudou suas vidas: “Eu sinto a culpa do sobrevivente, tanto por voltar vivo do Iraque quanto agora por ter tido oportunidade de fazer esta terapia”, diz Anthony, que pediu para seu sobrenome não ser revelado. “Ele mudou minha perspectiva sobre toda a experiência de trabalhar no marco zero, disse Patrick, 46 anos, que trabalhou na busca por sobreviventes nos escombros do World Trade Center após o 11 de setembro de 2001, enquanto famíliares das vítimas olhavam desesperados, implorando por informações. “Às vezes eu tinha uma sensação boa e tranquila quando eu estava no poço, de que eu tinha um propósito, de que eu estava fazendo o que precisava fazer. E eu comecei a me identificar com isso na terapia“, em vez de identificar-se com culpa e tristeza.


MDMA em seu estado puro.

Os Mithoefers (ele psiquiatra e ela enfermeira) fazem o estudo em colaboração com pesquisadores da Universidade de Medicina da Carolina do Sul e da Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos. No tratamento, eles administram MDMA em duas doses durante uma longa sessão de terapia, que acontece depois de uma série de sessões semanais de preparação sem a droga. Cerca de quatro semanas mais tarde, eles fazem outra sessão com auxílio da substância, alternando assim o uso com o não uso.

Os resultados são excelentes: a maioria descobriu que sua pontuação, dentro de uma medida padrão de sintomas – ansiedade generalizada, hipervigilância, depressão, pesadelos – caiu cerca de 75%. Isso é mais do que duas vezes o alívio experimentado por pessoas que passam por psicoterapia sem o MDMA, dizem os Mithoefer.

Para maiores informações, indicamos MUITO a matéria do New York Times (traduzida pelo UOL) que usamos como base para esta notícia.

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